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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

ENTÃO ELA DANÇOU....

Era uma vez uma menina triste. Um dia, sentada em sua casa, ela chorou a grande tristeza que carregava: a traição, as mentiras e a falsidade. Pensou que adultos podem mesmo, e quase sempre o querem, ser detestáveis. Já com os olhos vermelhos, ela quase sentia dó de si. Achou bonita a frase ‘dó de si’... Fechou os olhos, imaginou as notas, cantarolou a música distante e os ouvidos aguçaram-se para buscar uma canção qualquer. Ela levantou-se e começou a dançar devagarzinho. Um passo, outro, muitos outros... Sozinha na sala e na vida ela dançou e dançou e dançou. Entendeu muitas coisas enquanto dançava sozinha. Percebeu que lágrimas podiam ser passos de dança e dor podia virar música. Então ela sorriu e parou de chorar. A vida era mesmo muito difícil, pensou, mas ela podia dançar!

PAÍS TRISTÍSSIMO

Aquela prostituta chorando, além de eu mesmo, era também o Brasil: explorado, humilhado, pobre, escroto, vulgar, maltratado, abandonado, sem um tostão, cheio de dívida, solidão, doença e medo. Cerveja e cigarro na porta do boteco vagabundo: Carnaval, futebol. E lágrimas. Quem consola aquela prostituta? Quem me consola? Quem consola você, que me lê agora e talvez sinta coisas semelhantes? Quem consola esse país tristíssimo?”. . Caio Fernando Abreu in Pequenas Epifanias .

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

INSANOS?

Antes éramos apenas tímidos. Agora somos ansiosos sociais. Antes éramos apenas desconfiados. Agora somos paranoicos. Antes éramos apenas instáveis. Agora somos bipolares. Antes éramos apenas tristes. Agora somos depressivos. Antes éramos apenas exagerados. Agora somos obsessivos-compulsivos. Antes éramos apenas humanos, com nossos fracassos, frustrações, medos, expectativas, sonhos, insatisfações. Agora somos super-humanos e, movidos a antidepressivos e estabilizadores de humor, não nos é mais permitido falhar. Tudo virou síndrome, transtorno, distúrbio. Tudo virou diagnóstico. Mas será que estamos todos insanos? Ou inventaram essas tantas doenças mentais apenas para nos idiotizar? O que nos transformou em pessoas tão frágeis e mimadas, incapazes de suportar naturalmente as dores da vida? Sofrer faz parte do ser: humano. Mas, cada vez mais, estamos abdicando da nossa humanidade por um punhado de comprimidos coloridos anestesiantes. Será mesmo que esse é o caminho da tal felicidade?

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

É ASSIM DE WALT DISNEY

E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar... Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las. Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma solução. Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis. Decidi ver cada noite como um mistério a resolver. Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz. Naquele dia descobri que meu único rival não era mais que minhas próprias limitações e que enfrentá-las era a única e melhor forma de as superar. Naquele dia, descobri que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tivesse sido. Deixei de me importar com quem ganha ou perde. Agora me importa simplesmente saber melhor o que fazer. Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima, e sim deixar de subir. Aprendi que o melhor triunfo é poder chamar alguém de"amigo". Descobri que o amor é mais que um simples estado de enamoramento, "o amor é uma filosofia de vida". Naquele dia, deixei de ser um reflexo dos meus escassos triunfos passados e passei a ser uma tênue luz no presente. Aprendi que de nada serve ser luz se não iluminar o caminho dos demais. Naquele dia, decidi trocar tantas coisas... Naquele dia, aprendi que os sonhos existem para tornar-se realidade. E desde aquele dia já não durmo para descansar... Simplesmente durmo para sonhar

  Descuidou-se por um instante e as bolas escaparam, correram desnorteadas pela rua. Ela tentou agarrá-las, mas era tarde. As bolas correram...