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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

EU SEI......

Eu sei quevou te amar, por toda a minha vida eu vou te amar!"Existe
prova de amor sim senhor. A veracidade do amor pode ser testadacomo
qualquer coisa nessa vida. Alguns fatos são como reagentesquímicos: a
gente pinga umas gotinhas no amor e espera para ver se elemuda de cor.
Se não ficar azul, não é amor. Não adianta ficar roxo,cor-de-rosa,
amarelo. Não tem desculpa: a perícia só aceita uma cor,uma reação. É
assim na química, é assim na vida.Por exemplo: a paixão também pode
ser provada em "laboratório". Li noTwitter o seguinte: "Se você
consegue controlar sua paixão, então vocênão está apaixonado." Verdade
absoluta! Porque o pressuposto dapaixão é justamente esse estado de
"sem-noção" que todos jáconhecemos.Paixão não se controla, se
esvai.Voltando ao amor: se você não tem certeza de que vai amar
aquelapessoa por toda a sua vida, então meu amigo, você não está
amando. Evá atrasar a vida de outro com suas histórias.Observe: eu não
disse que o amor verdadeiro não acaba. O que eu disseé que quem ama
está convencido de que aquilo não vai ter fim. E não háexperiência de
vida que convença a vítima pessoa do contrário.Certeza de eternidade +
possibilidade do fim: essa combinação faz doamor o grande risco da
vida. Mas quem afirmaria que não vale a penameter a cara?Sim, o amor é
eterno. Não no sentido de que não vá acabar. Aeternidade do amor cabe
toda no presente. Se é amor, é eterno. Nãonecessariamente ao longo do
tempo, mas é eterno por convicção. Aliás,é por isso que as pessoas
casam.Se seu amor passar nesse primeiro teste, acho que ele nem
precisa de um segundo.--

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

SIMPLES DESEJOS

SIMPLES DESEJOS
Vontade... vontade de coisas simples da vida, de coisas difíceis da vida. Vontade de brigadeiro, de pôr-do-sol, de água de coco e de banho de mar. Vontade de sapatos novos, de apartamento novo, latinhas de cerveja , de beijo na testa. De ficar de bobeira, sorriso na cara, e problemas pra trás. Vontade de você comigo, aqui perto de mim. Vontade de fofocas no meio da tarde, de camarão com suco de limão, de olhar pra Lua e contar estrelas. De dar risada por pura besteira, de fazer merda sem sentir culpa. Vontade de sonhar um sonho... dar um mergulho, fazer careta pro espelho. Vontade de jogar bola como quem não quer nada,ser menina levada, vontade de brincar de passa-anel e de novo o prazer de comer.. Do sorriso do CACA e do RODRIGO. Vontade de SER FELIZ... Vontade voltar a usar biquíni e de brincar na beira do mar, de tomar sorvete de groselha, bombom sonho-de-valsa, ver Chaves e achar engraçado. Vontade de dormir a tarde toda, e não sentir culpa. De não ter responsabilidade, de não me preocupar com política. Vontade de não me preocupar com BIPOLARIDADES. Vontade de escutar aquela música, aquela, sabe, que me faz pensar que O SONHO NÃO ACABOU... Vontade de ir, de ficar. De sair e de entrar, de partir, para nunca mais voltar. Vontade de ficar sem nunca precisar ter ido. Vontade de sorrir, mesmo tendo vontade de chorar. E de chorar, quando não há mais sorrisos nem nada mais a ser dito. Vontade de cores, de gostos, de gestos, de toques e mãos. Vontade de AMAR. De você, de nós, vós,

INCOMPLETUDES srta... k a

Na próxima vida quero nascer gato. Só para ter a sorte de arranhar e
lamber por instinto e ninguém pensar mal. Quero poder fazer cara de
poucos amigos, enquanto fecho os olhos e estrebucho ao sol, sem que as
pessoas digam: “que temperamental”. E ter um dono apaixonado que
abdica sem remorso do mais importante compromisso só para brincar de
caça e aguçar o espírito. Após ronronar em seu colo, ganhar as ruas
num salto olímpico e olhar felino de até logo mais. “Selvagem, que
gato vagabundo”, pensará meu dono acostumado às escapadas, porém,
certo da lealdade de quem sempre volta. De mansinho, deslizando pelos
cantos, sem explicações e palavras desnecessárias.
Na próxima vida quero mesmo é nascer gato. You understand?--

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

COISA DOIDA É VIVER

Eu tenho andado tão calma, tão pacífica, que mal tenho sentido o tempo passar. E cheguei num ponto tão estranho que já nem sei dizer se essa passagem veloz do tempo é boa ou ruim. Porque os dias vão passando numa calmaria tão atípica que o dia acabar é bom, começar o próximo também, dormir é gostoso e acordar também, trabalhar é ótimo e ter folga idem, sair de casa é tudo e ficar na toca é uma delícia. E tudo isso por ter simplesmente passado a aceitar a vida e todas as coisas que a fazem ser o que é, como realmente são. Boas e ruins. Calmas e turbulentas. Difíceis e fáceis. Tudo ao mesmo tempo. Coisa doida é viver. Coisa boa essa que chamam de existência. Demorei pra descobrir o que era tão óbvio: a paz e a felicidade estão dentro da gente. Ser feliz é simplesmente uma questão de ponto de vista.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

HÁ DIAS...

"Há dias, escuros e sem brilho... dias de gastar sapatos e de ver
gatos pretos, dias sem teto... dias de esperar...dias ignorantes que
não nos deixam ser... ...mas também existem dias de sol e dias de lua
e de cheiro a flores no cabelo, dias de sorrisos, dias de olhar para
cima, dias de construir castelos e dias de perceber que tudo o que se
espera se alcança, dias de comida servida com batatas fritas (sem
engordar) dias de ACREDITAR"-

terça-feira, 8 de novembro de 2011

"Se a culpa é minha, eu ponho em quem eu quiser." (Homer Simpson)"

(1984 – George Orwell)

Confissão não é traição. O que digas ou faças não importa. O que importa são os sentimentos. Se conseguirem me obrigar a deixar de te amar… isso sim seria traição (…) Quando se ama alguém, ama-se, e quando não se tem nada mais para lhe dar, ainda se lhe dá amor. (1984 – George Orwell) .

domingo, 30 de outubro de 2011

Aberta ao que a vida me dá,
Flertando com o que ela oferece.
Não quero roteiro, rasguei meu papel.
Improviso com aquilo que não sei.
Estou de caso com o acaso!




Fernanda Gaona

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Vou recorrer a tudo que for preciso
pra me livrar daquilo que não é preciso.
Agora só me cabe o que for exato, fato!


Fernanda Gaona

Objeto dos sonhos

Objeto dos sonhos: um relógio com ponteiro que pule horas difíceis.

Fernanda Gaona

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

FRAGILIDADES

Passei todo o fim de semana gripada. Daquelas gripes “arrasa-quarteirão”, sabe? E me senti fraca. Frágil mesmo. Não levantei da cama, nem fiz o que tinha que fazer. Não trabalhei no domingo – e, deveria. Quando contei a alguém que não conseguiria trabalhar escutei: “Sem problemas, na segunda você dá conta. Você sempre dá conta”. Sempre dou conta… E se eu não der? Não puder ou não quiser dar conta? Fiquei pensando sobre isso…



Difícil explicar e entender isso. Por ora, continuo me sentindo desprotegida, gripada e emburrada

domingo, 23 de outubro de 2011

"Tantas você fez que ela cansou. Porque você, rapaz Abusou da regra três!!! Onde menos vale mais... Da primeira vez ela chorou. Mas resolveu ficar. É que os momentos felizes, Tinham deixado raízes no seu penar.. Depois perdeu a esperança. Porque o perdão também cansa de perdoar. Tem sempre o dia em que a casa cai. Pois vai curtir seu deserto, vai. Mas deixe a lâmpada acesa Se algum dia a tristeza quiser entrar. E uma bebida por perto... Porque você pode estar certo que vai chorar"

Regra tres

MAL ACOSTUMADO VOCÊ ME DEIXOU

ARAKETU - MAL ACOSTUMADO.mpg

QUE SEJA...

Às vezes eu queria começar tudo de novo, sabe? De um ponto qualquer que fizesse diferença no agora. Sinto que perdi muito tempo, um tempo precioso, com coisas que pouco me interessava. Não sei se estou falando exatamente de arrependimento das coisas que vivi, mas, talvez, de não ter usado melhor as situações em seu tempo. Em geral, me arrependo pouco das coisas que faço. Mas, também estou longe de ser como àquelas criaturas “xiitas” que dizem batendo no peito: “não me arrependo de nada do que fiz”. Poxa, como eu me arrependo de certas coisas! E, talvez, uma delas é de ter subestimado o tempo e as situações – achando que sempre haveria “outra oportunidade”. Se isso é arrependimento, que seja – então – arrependimento. Sei que pouco adianta ficar martelando prego torto. Mas, nunca perco uma oportunidade de querer entender.


É preciso estar atento e encarar os riscos. Quem não se arrisca não pode berrar, não é mesmo?

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

DIAS SÓRDIDOS

Hoje eu estou um trapo...dormi quase nada à noite, o horário de verão me mata. Até eu me acostumar dá um certo trabalho e apesar da semana ter sido boa, também não foi fácil...é o lado ruim das coisas boas: minha velha inimiga: a ansiedade. Só me lembro dela quando entro nessas crises infindáveis (de quatro dias a mais...) onde posso arrancar os olhos de quem me estressar. Sintomas: os dentes ficam grudados um no outro, eu fico paranóica com um assunto só, brigo o dia inteiro e estresso meus amigos... e tudo o mais... Ah, lembrei também que preciso ir ao médico resolver isso, porque ansiedade causa fome (ou falta dela), sono (ou falta dele) e mau-humor. E eu de mau-humor sou uma monstrenga, porque acrescento a ele uma boa dose de sarcasmo...o que é uma combinação bombástica, diga-se de passagem. Oh, dias sórdidos!!! Às vezes me pergunto se posso passar por eles ilesa... e isso piora quando chego aqui na escola e encontro alunos sorridentes olhando para mim com aquela cara de que a vida é linda e a felicidade até que existe ..."Bom dia , a senhora tá esquisita hoje..." Ãaaann....???? esquisita, eu, impressão..."As pessoas me olham com medo...definitivamente: nesses dias não pareço normal. --

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

ATÉ QUANDO?

Eu disfarço bem, mas a verdade é que sempre fui meio Alice, aquela tonta que ouviu de um gato meio efeminado que "prá quem não sabe pra onde vai qualquer caminho serve"
Sempre vencida pela curiosidade, vivo me enfiando em buracos escuros - cientíssima do perigo mas incapaz de bom senso! - hiptonizada pela paranóia de coelhos atrasados pra vida...
Pois aconteceu de novo!

Pra ser bem honesta é a 3ª vez que acontece com o mesmo ser e eu ainda não estou satisfeita.

Até quando minhas urgências vão me envergonhar desse jeito?

sábado, 15 de outubro de 2011

VIDA

Você é chamada, despertada, empurrada,criticada, corrompida, reprimida, imprensada. A vida exige sua presença, sua correção e atenção. E você cambaleia, desculpa, contorna, retorna explica, se põe de pé e segue avante.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

DESNECESSÁRIO

Você é a necessidade mais desnecessária que eu tenho.
Como aqueles tantos vestidos no meu armário,
e o desejo de comprar mais.
A sensação de que qndo preciso de um vestido,
eu não tenho nenhum pra usar.
Eu preciso muito de vc, cada vez mais você,
mas não sei pra que!

(Nanda Assis)

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

VONTADES

Vontade... vontade de coisas simples da vida, de coisas difíceis da vida.

Vontade de brigadeiro, de pôr-do-sol, de água de coco e de banho de mar. Vontade de sapatos novos, de apartamento novo, latinha de cerveja , de beijo na testa. De ficar de bobeira, sorriso na cara, e problemas pra trás.

Vontade de você comigo, aqui perto de mim.

Vontade de fofocas no meio da tarde, de camarão com suco de limão, de olhar pra Lua e contar estrelas. De dar risada por pura besteira, de fazer merda sem sentir culpa. Vontade de sonhar um sonho... dar um mergulho, fazer careta pro espelho.

Vontade de jogar bola como quem não quer nada,ser menina levada, vontade de brincar de passa-anel e de novo o prazer de comer.. Do sorriso do CACA e do RODRIGO.

Vontade de SER FELIZ...

Vontade voltar a usar biquíni e de brincar na beira do mar, de tomar sorvete de groselha, bombom sonho-de-valsa, ver Chaves e achar engraçado. Vontade de dormir a tarde toda, e não sentir culpa. De não ter responsabilidade, de não me preocupar com política.

Vontade de não me preocupar com BIPOLARIDADES.

Vontade de escutar aquela música, aquela, sabe, que me faz pensar que O SONHO NÃO ACABOU...
Vontade de ir, de ficar. De sair e de entrar, de partir, para nunca mais voltar. Vontade de ficar sem nunca precisar ter ido. Vontade de sorrir, mesmo tendo vontade de chorar. E de chorar, quando não há mais sorrisos nem nada mais a ser dito.

Vontade de cores, de gostos, de gestos, de toques e mãos.

Vontade de AMAR.

De você, de nós, vós, eles...

PONTO DE VISTA

Eu tenho andado tão calma, tão pacífica, que mal tenho sentido o tempo passar. E cheguei num ponto tão estranho que já nem sei dizer se essa passagem veloz do tempo é boa ou ruim.

Porque os dias vão passando numa calmaria tão atípica que o dia acabar é bom, começar o próximo também, dormir é gostoso e acordar também, trabalhar é ótimo e ter folga idem, sair de casa é tudo e ficar na toca é uma delícia.

E tudo isso por ter simplesmente passado a aceitar a vida e todas as coisas que a fazem ser o que é, como realmente são. Boas e ruins. Calmas e turbulentas. Difíceis e fáceis. Tudo ao mesmo tempo.

Coisa doida é viver. Coisa boa essa que chamam de existência. Demorei pra descobrir o que era tão óbvio: a paz e a felicidade estão dentro da gente. Ser feliz é simplesmente uma questão de ponto de vista.

PARA REFLETIR

"Reze e trabalhe, fazendo de conta que esta vida é um dia de rapina com sol quente, que às vezes custa muito a passar, mas sempre passa... E você ainda pode ter muito pedaço bom de alegria..Cada um tem a sua hora e sua vez: você há de ter a sua."


A hora e vez de Augusto Matraga

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

eu quero (Sérgio Bitencourt)

Eu quero que você me ame,
Que você me chame,
Quando precisar,
Eu quero saber ir embora,
Sem ter dia e hora,
Pra poder voltar,
Eu quero enquanto o tempo passa,
Que você na raça,
Saiba me ganhar,
Eu quero ter a vida inteira,
Pra fazer besteira,
E você perdoar,
O que eu sei hoje da vida,
Até Deus dúvida,
E eu vou te ensinar,
Eu sei dizer tudo o que sinto,
E até o que eu não sinto,
Pra me disfarçar,
Eu sei calar na hora exata,
Eu sei que a dor não mata,
Mas pode marcar,
Eu sei traçar a minha meta,
Ninguém é poeta,
Por saber rimar.

E por falar em poesia,
Vai raiar o dia,
Eu vou te buscar,
Quero, juro de verdade,
Que toda a cidade,
Veja eu te levar,
Por todos os meus descaminhos,
Somos tão sozinhos,
Que o melhor mesmo é se dar,
Eu quero que você se dane,
E mesmo que eu te engane,
É assim que eu sei te amar.

SERGIO BITTENCOURT - EU QUERO

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

"As pessoas são, em geral, tão felizes quanto decidem ser." Abraham Lincoln
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"Que um amor te aconteça!!!! Que um amor te salve!!!!!!!!!!!!! Que um amor te cuide" Cah Morandi

PÉSSIMO

O Cruzeiro está mal. Aliás, péssimo. Algo que já aconteceu com todos os clubes que disputam o Brasileiro.

Só é novidade para os distraídos que pensam ter sido o Cruzeiro ungido pelos deuses e, por isto, estar à margem das vicissitudes do torneio.

Agora, pipocam os problemas, imaginários e reais. Eis alguns:

Absenteísmo - O presidente foi ao teatro na hora do jogo. Bobagem, afinal, ele não joga. Importante é a presença diária dos diretores na Toca. E isto tem acontecido. Além disto, os salários estão em dia e não falta bife de filé no refeitório.
Desânimo - Contra o Vasco, o problema apreceu pela primeira vez. Após o primeiro gol. Se persistir, a única terapia é o banco de reservas pra quem se entregar durante as partidas.
Cansaço - Roger Galera chegou cansado e vai embora cansado. Não há fisicultor que dê jeito nisto. É da natureza do atleta. Os demais conseguem correr. Podem até jogar mal, mas não por falta de fôlego e sim por ruindade mesmo.
Grossura - WP, AR, BB, K9, FE, KB e outros não têm muito mais a apresentar. Isto não tem conserto.
Desentrosamento - Nos últimos 14 meses, o Cruzeiro já experimentou o 4-3-1-2, o 3-5-2, o 4-2-2-2, o 4-2-3-1 e suas variações. Existe tática ainda não experimentada?
Zica - O outro nome disto é oscilação. Não tem reza que dê jeito. É ter paciência. E quando as contusões se acumulam, só fazendo promessa.
Desmanche - Depois do tal desmanche, Joel Santana conquistou 53% e Emerson Ávila 11% dos pontos disputados. Se o nível Joel tivesse se mantido, o time estaria com 36 pontos, na primeira página da tabela e despreocupado.
Racha - Isto só não existe na confraria do Zedirceu, onde todos marcham unidos. Na sua família, no seu emprego, na sua pelada semanal, no blog, em todos os times de futebol, nos governos e partidas, nas máfias, nas torcidas uniformizadas, em todas as organizações, formais ou informais, há rachas, caro leitor. Aposto que no Vasco, que é líder, também tem. Não perca seu tempo pensando nisto.
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terça-feira, 27 de setembro de 2011

NAVEGUE

Navegue, descubra tesouros, mas não os tire do fundo do mar, o lugar deles é lá.
Admire a lua, sonhe com ela, mas não queira trazê-la para a terra.
Curta o sol, se deixe acariciar por ele, mas lembre-se que o seu calor é para todos.
Sonhe com as estrelas, apenas sonhe, elas só podem brilhar no céu.
Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte, ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.
Não apare a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos, não pode molhar só o seu.
As lágrimas? Não as seque, elas precisam correr na minha, na sua, em todas as faces.
O sorriso! Esse você deve segurar, não deixe-o ir embora, agarre-o!

Quem você ama? Guarde dentro de um porta jóias, tranque, perca a chave!

- Fernando Pessoa -

RUBEM ALVES

O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila.
Em silêncio. Sem dar conselhos. Sem que digam: “Se eu fosse você”.

A gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito.
A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta.

É na escuta que o amor começa.

E é na não-escuta que ele termina.

Não aprendi isso nos livros.

Aprendi prestando atenção.



__________ Rubem Alves ____________

domingo, 25 de setembro de 2011

sábado, 24 de setembro de 2011

SELVA DE PEDRA

Saudade de quando a inocência sincera ainda existia. Do cheiro de café da tarde da minha mãe acompanhado da mesma modinha de viola de todas as tardes no rádio. Saudade de quando a minha maior preocupação era saber do que brincar quando chegar da escola. Enfim..saudade de coisa boa é antidoto pra essa selva de pedra de todo dia.

CECÍLIA MEIRELES

“Aprendi com as Primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira.”

(Cecília Meireles

O FIM DA SOLIDÃO?

Ontem tomei um susto ao olhar a caixa de e-mail. O Facebook tinha me escrito. Não era para avisar que alguém tinha enviado uma mensagem, deixado um recado nem nada do gênero. Era para reclamar da minha ausência. O e-mail dizia:

“Olá, Elzinha, você não acessou o Facebook nos últimos dias; várias coisas aconteceram na sua ausência.”

De fato. Vários amigos – muito ou nada próximos – dividiram seus pensamentos, suas atividades, suas fotos. Suas alegrias, tristezas, reclamações. Seus gostos e desgostos. E eu não estava lá para ler.

Pensei: “Que bom”. Cogitei até responder à mensagem automática: “Olá, Facebook, várias coisas aconteceram na minha vida na sua ausência.”

Coisas. Nada fora do comum. Não viajei, não fui a nenhum show ou restaurante estrelado. Mas fiz algo extraordinário nos dias de hoje: fiquei só comigo mesma, e meus pensamentos. Você se lembra quando foi a última vez em que fez isso?

Costumávamos ficar sozinhos nas filas de bancos, supermercados. Nas salas de espera de médicos, dentistas e afins. Nos almoços e jantares sem companhia. Nas viagens para terras distantes ou nem tanto. Com o celular, não ficamos mais.

Até podemos ficar. Mas logo aquela mensagem chega, aquele aviso toca, aquele tédio bate e pronto, foi-se nosso momento a sós. E foi-se também aquele fio de reflexão que começava a se formar, aquele desconforto, aquela dúvida. Pluft. Saímos do nosso mundo interior de volta para o exterior. Fulano está no restaurante XXX. Beltrano compartilhou uma foto das férias. Sicrana recomendou um link.

Há fatos e informações mais e menos interessantes. Algumas podem até ser úteis para a sua vida. Mas, sempre conectados, deixamos de perceber informações sobre nós mesmos. Do que gostamos. O que queremos. O que buscamos. Para além da próxima atualização.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

PRIMAVERA

“A vida é maravilhosa, mesmo quando dolorida. Eu gostaria que na correria da época atual a gente pudesse se permitir, criar, uma pequena ilha de contemplação, de autocontemplação, de onde se pudesse ver melhor todas as coisas: com mais generosidade, mais otimismo, mais respeito, mais silêncio, mais prazer. Mais senso da própria dignidade, não importando idade, dinheiro, cor, posição, crença. Não importando nada.”

(Lya Luf

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Texto: Lya Luft

Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança. Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade. Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a apena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for. E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.”

domingo, 18 de setembro de 2011

ENTÃO QUE..

Então que, venho fazendo uma “faxina” em meus desejos. Peguei um caderno, fiz uma lista, e para minha surpresa muitas das coisas que eu achava que desejava, na verdade, eu só gostava de achar que desejava. Risquei uma dúzia dessas vontades que paralisam, que ficam ali feito um “elefante branco” no meio da sala. E eu, pessoa que achava que desejava muito, no fim descobri que desejo – mesmo – muito pouco. Ou melhor, que desejo muito o impossível e esqueço de desejar o possível. Grande coisa…

E é desse “pouco possível” que resolvi me apegar – de forma prática. Só considero, a partir de agora, que desejo alguma coisa quando faço realmente algo efetivo para atingir. Dou um primeiro passo - conseguindo ou não. Não quero mais aquele tipo de desejo paralisante, que fica ali adornando minha ilusão, como bibelô sem valor.

Descobri que desejar é bom, mas, realizar é melhor ainda. Né, não?
(Incompletudes)

sábado, 17 de setembro de 2011

Jogue os dados ( Charles Bukowski )

Às vezes acordava de noite e via as estrelas avançarem tão convincentes que
não podia entender que alguém fosse capaz de desperdiçar tanto mundo (Rilke)



Quase três da manhã e eu aqui pensando no quanto tenho preguiça de gente com pouca coragem. Não tenho nada contra os cautelosos demais, não. É só preguiça mesmo. Da pessoa não tentar (quando quer), não se arriscar, não conseguir se livrar das culpas e ficar sempre naquele minúsculo ”mundinho do politicamente correto“. Tipo: eu até tento entender porque também tenho medo dos riscos. Já dizia minha avó que medo é sinal de inteligência, de faro, de instinto, de saber identificar os perigos. Mas, usar essa cautela toda como uma desculpa para tudo, para não viver, me dá uma preguiça danada. Prefiro mil vezes ter um problema novo por dia, a ter de reviver o mesmo problema todos os dias. É só uma questão de atitude, sabe? E, pra ter atitude, não precisa necessariamente ser “maluco beleza”,“porra louca”, ou coisa do gênero. Mas é preciso sair do script um pouco. Ser inconveniente de vez em quando. Rir na cara de alguém. Falar alguma bobagem. Instigar. Provocar. Irritar – quando necessário. Ser bobo, hora e outra, e tirar um barato da própria cara. São essas coisas que me devolvem o ar em meio ao sufoco da vida.

.



Se você for tentar, vá até o fim.
Senão, nem comece.

Se você for tentar, vá até o fim.
Isso pode significar perder namoradas,
esposas, parentes, empregos e
talvez sua cabeça.

Vá até o fim.

Isso pode significar não comer por 3 ou 4 dias.
Pode ser congelar em um banco de praça.
pode ser cadeia,
pode ser o ridículo,
chacota,
isolamento.

Isolamento é a dádiva.
Todo o resto é um teste de sua resistência
do quanto você realmente quer fazer isso.

E você vai fazer

Independente da rejeição e das piores dificuldades
será melhor do que qualquer outra coisa
que você possa imaginar.

Se você for tentar, vá até o fim.
Não há outro sentimento como esse.
você estará sozinho com os deuses
e as noites se inflamarão em chamas.

Faça, faça, faça.

Até o fim.
Você guiará sua vida direto para o riso perfeito,
essa é a única boa briga que existe.



*

Porque, às vezes, é preciso dizer - sem blefar – qual é o jogo. Jogue os dados, baby…

(incompletudes)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

acredito

Acredito em saudade, sei o quanto uma ausência pode doer, provocar contração muscular e até náusea. Ausência física, ausência da voz e do cheiro, das risadas e do piscar de olhos, saudade da amizade que ficará na lembrança e em algumas fotos. ( trecho do texto de Martha Medeiros)

prá vc

Hoje o tempo voa amor.... Escorre pelas mãos! Mesmo sem se sentir. Não há tempo que volte, amor!!!!!! Vamos viver tudo.... Que há pra viver. Vamos nos permitir... Vamos ser feliz! E principalmente deixar os outros serem felizes!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

MARGARIDAS

Passeie de mãos dadas com o ar.
Enfeite-se com margaridas e ternuras
e escove a alma com leves fricções de esperança.
De alma escovada e coração estouvado,
saia do quintal de si mesma e descubra o própriojardim.
Arthur da Távola

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

estrela ... eu

Ela caiu, como qualquer ser que perece pela falta de amor. Caiu talvez por vergonha, por querer se esconder. Caiu talvez por querer ficar sozinha, isolada em suas dores dos desamores. Caiu talvez por não ter ninguém para ampará-la.

E o céu? Bom, o céu brilhou um pouco menos naquela noite.

Texto: Lya Luft

”Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança. Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade. Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a apena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for. E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.”

Texto: Lya Luft

COPIEI DA CIBELE

As pessoas complicam muito as coisas... Tá com saudades??? Liga. Quer encontrar??? Convida. Quer compreensão??? Explique-se. Errou??? Peça desculpas.Tá com dúvidas??? Pergunta. Não gostou??? Fala. Gostou??? Fala mais. Tá com vontade??? Faz. Quer algo??? Pedir é a melhor maneira de começar a merecer. Se o "NÃO" você já tem, só corre o risco do "SIM"... A vida é uma só!!! Bora ser feliz... Gostei, copiei e colei... Simples assim!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

SUA FALTA

Eu senti a sua falta.
Caminhei entre pessoas, carros e bicicletas, observei a lua e as estrelas, respirei fundo e dei passos longos, me esqueci de onde estava ainda e por uns segundos me perguntei: cade você?

Falta, é essa palavra que esta aqui me perseguindo, e ao mesmo tempo ganhando um novo significado.
A gente só sente falta do que faz a diferença sendo sempre igual, quando a gente percebe que o feijão não ta no prato, que no domingo não tem ninguém em frente a tevê, que ao atravessar a rua não cruzamos com o mesmo sorriso, que niguém pediu a benção antes de dormir. Coisas pequenas, coisas grandes. Falta.
Pra mim existe uma diferença entre falta e saudades, saudades me remete a algo que não vai voltar, o primeiro amor, as amizades do colégio, gente que foi embora, é isso que vem na minha cabeça quando falo em saudade, ja a falta não, a falta é alguém dizendo: já volto, é um breve espaço vivendo sem, apenas com lembranças e esperando pelo abraço do reencontro.

Eu senti a sua, falta.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

(...) tenho sempre a sensação de que meu coração sairá pela boca – e tenho urgências imensas. Sobretudo, tenho urgência em ser feliz!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

INCOMPLETUDES

Minha madrugada só começa quando a vizinha do andar de cima desliga a televisão. São barulhentas – a vizinha e a TV. A criatura inanimada está sempre sintonizada em programas extravagantes. Já a outra prefere o toc toc do salto no assoalho. Quando elas dormem, eu acordo. Para as coisas que só podem ser escutadas graças à lisura do silêncio. Gosto desse momento porque sei exatamente quando acaba o dia e começa a noite: assim que ela desliga a televisão. A certeza desse instante me traz tranquilidade porque não percebo com facilidade os inícios e términos das coisas. Um relacionamento, um trabalho, uma amizade, uma festa, uma caixa de bombom. Para mim, começos e fins são terrivelmente confusos. Sempre me pergunto: será que isso está começando ou terminando? Erro, com frequência. Então, quando a vizinha do toc toc desliga o aparelho, tenho a confiança da chegada da madrugada. E outros bichos – além dos insones – também dão o ar da graça. Denunciam-se o cachorro de uivado sentido e o gato de miado chorado. E são os pássaros, quando cantam às cinco sediados na antiga árvore da rua ao lado, que anunciam o início do dia, ou o fim da madrugada. Ou será, pela ordem, o fim da madrugada e o início do dia? Sei lá. Eu disse. Nunca identifico direito quando começam e terminam as coisas. Mas, de uma coisa sei: minha madrugada só começa quando a vizinha do andar de cima desliga a televisão. E eu queria que na vida os sinais de início e término fossem tão claros assim – feito os sons e cores da madrugada. É pedir demais? Beijo, beijo – e me conta quais são os sons das suas madrugadas? Ok? Okay! Então tá bom!!!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A que ponto chega a paixão de um homem por uma mulher, que linda declaração de amor. Bom gosto é para poucos. Uma música única, uma pérola da MBP. É quando um homem entrega a sua fraqueza nas mãos de uma mulher, totalmente apaixonado. Poucos homens revelam suas fraquezas para uma mulher. Linda música aqui cantada por Edu Lobo e Tom Jobim. Um brinde aos amores impossíveis, e aquelas musas que adentram nossas vidas e assim como tornados quando passam nos viram de cabeça para baixo...

Luiza - Tom Jobim

FELICIDADE CLANDESTINA

Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme; enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”. Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia. Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam. No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir com meu coração batendo. E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados. Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler! E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer. Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo. Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar… Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante. ::: “Livros nos trazem a vantagem de podermos estar sós e acompanhados.” Mário Quintana. (Clarice Lispector)

domingo, 28 de agosto de 2011

UM MISTÉRIO

Todos os dias passo muito do horário que deveria dormir. Mesmo sabendo que aquele sono será insuficiente.

Todas as manhãs acordo na minha hora, mesmo compreendendo que se levantasse 30 minutos antes não me atrasaria.

Todos os dias, como uma sonâmbula, vou para a cozinha colocar a cafeteira para funcionar. Uma xícara de café preto, duas fatias de pão quentinho, feito torrada, com manteiga ou queijo ou geléia.

Todas as primeiras horas do dia há um conflito do que fazer ou não primeiro. Todas às vezes tenho vontade de fazer nada. E, em todas elas me sinto culpada.

Todas as culpas não levam a lugar nenhum porque, culpada ou não, tudo continua sempre igual.

Todos os meus almoços são perto do chá das cinco. E os jantares ficam sempre pra mais tarde.

Todos os dias arrasto um chinelinho vermelho pela casa. Em todos os meses jogo uma dúzia de meias brancas fora.

Todos os dias acordo prometendo ser mais social, cumprir horários, atender os telefones, responder os emails, e sentir um pouco mais de prazer.

Todos os dias, no final de cada um deles, chego a conclusão que me engano.

:



“Um mistério: porque todo mundo sempre volta a cometer os mesmos erros”

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

ALMA EXPOSTA?

Tem um gatinho miando na rua há horas. Será frio? Angústia? Medo? Fome? O pobre está exposto, louco… de alma pelo avesso. Mia. Mia. Mia. Pensei em descer e ver o que se passa. Mas, faz frio aqui também. E não me agrada pentear o cabelo, descer as escadas. Na-não, obrigado, não quero esconder minh´alma do avesso. Talvez, por isso, o coitado do gatinho mie tanto. Não esconde a alma. Talvez, eu devesse miar também… Ademais, dizem os entendidos que a última moda é vestir a alma por fora. Tendência da estação. Mostra-se “pra valer” o que se tem por dentro. Sei não… Será que a alma pode ser mostrada, assim, tão exposta… a ponto de sairmos, com ela, pela rua afora? Saudações, nesta sexta-feira, minhas e do gatinho. Miau para vocês.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Eita, quanta força nesses versos, meu Deus! "Não espera vir a vida às tuas mâos...", "Faze em fera a flor ferida e vai buscar..." Vixe! Esse cara foi um injustiçado, porque não compactuava com as mutretas e com a idéia de "lixo acústico" que hoje infesta a nossa combalida mpb. Saudades de Elis Regina, Elizete Cardoso... Ah, Taiguara! Que pena que tua pena não escreva mais versos! Enfim...

marcelo23365 1 ano atrás 9

VIAGEM

desvarios


E se? Seria... Quem? Se... Iria… Aonde? Será… Vou. Volto. Caminho. Corro. Sigo por todos os lugares passeando pelas paisagens, admirando miragens… Passeio. Retorno. Paro. Contorno. Prossigo. Indefinida. Escrevendo. Rasgando. Sobrevivendo. Perguntando. Respondendo. Essa sou eu: complexa! Perplexa! Nota de Rodapé: Se eu fosse um número, seria... ímpar Se eu fosse um livro, seria... páginas Se eu fosse uma palavra, seria... rasura Se eu fosse uma expressão, seria... repetida Se eu fosse um verbo, seria... de ligação Se eu fosse uma frase, seria... incompleta
Eu não quero que me digam que vai correr tudo bem.... Só quero que me abracem quando choro.
UM LUGAR DEVE EXISTIR, UMA ESPÉCIE DE BAZAR, ONDE OS SONHOS EXTRAVIADOS VÃO PARAR..
Perfeita,envolvente,linda,mara­vilhosa,fantástica...enfim,não há uma definição exata para a grandeza e a beleza dessa música linda.E eu a amo!!!!!!!

Iluminados

CALÍCE

Certa vez conheci um alguém que se fazia de coitado.
Escrevia poemas de amor se dizendo o mais ferido, mais triste, o abandonado, o totalmente injustiçado.
E pregava sua dor como a mais pungente.Contudo, fora dos poemas era outra pessoa.
Um conquistador barato ou alguém fácil de ser conquistado. Ele só dizia sofrer para atrair pessoas ao seu redor. Fingia tudo. Só queria ser mimado.Um babaca total.
Há tantas maneiras mais inteligentes de viver e de ser rodeado por pessoas interessantes e ser "o coitado", com certeza não é uma boa escolha. Pelo menos para mim, eu não gosto de coitados!
É tão mais motivador ter um bom papo, saber usar o olhar, ser sedutor...
Bem, cada um escolhe a tampa da sua panela, não é mesmo?

Como cantou Chico, canto também: Afasta de mim esse cálice!
--

ETC...ETC...

Li uma postagem que fala justamente sobre a perda dos prazeres simples da vida. Pois é... É incrível como, no passado, já nos empolgamos com coisinhas de nada! Coisas que hoje não nos tocam de forma alguma. Não acho que isso seja algum tipo de evolução. Empobrecemos, isso sim, ao perder tantas fontes de prazer.

1- Antigamente eu adorava o reinício das aulas. Eu curtia principalmente o cheiro do material escolar novo dentro da pasta e as meias novas bem branquinhas.

2- Eu adorava quando meu padrinho dizia que eu era uma tremenda cabrocha. Hoje em dia ninguém nem sabe o que é isso!

3- Eu adorava lamber a tigela com a massa crua do bolo que minha mãe fazia.

4- Eu adorava ouvir bilhões de vezes os mesmos discos de histórias. Hoje não temos discos de história, mas DVD's. A coisa piorou. Antigamente eu ouvia o narrador e exercitava incrivelmente a minha imaginação. Era muito mais legal. Hoje eles imaginam tudo no lugar das crianças... Não houve um empobrecimento? Houve.

5- Eu gostava de ouvir a conversa dos adultos e tentar entender o mundo deles. Tudo me parecia misterioso e interessante.


6-- Eu adorava, quando faltava luz. Era muito divertido brincar com a sombra na parede. Ríamos tanto, eu e meus irmãos!

7- Eu adorava brincar de roda. Em todos os aniversários havia brincadeira de roda.

8- Eu adorava, nos aniversários, a hora da distribuição dos balões. Era um para cada criança e ficávamos muito felizes e empolgados em receber um. Passávamos a festa toda escolhendo qual iríamos pedir. "Aquele verde vai ser o meu!" "Ah, vou pedir o branquinho!" Nossa!

9- Eu gostava de colecionar ossinhos de rabada. Depois de comer uma deliciosa rabada nada melhor do que lavar os ossinhos para brincar. Brincar de quê? Ora, a gente dizia que os ossos eram os boizinhos. Era empolgante ter um "rebanho".

10- Eu adorava "fazer bolo". Receita: farinha, água, açúcar. Colocava em uma panelinha, deixava a farinha inchar. Quando virava no pratinho, tínhamos um bolo absolutamente comestível. Eu achava uma delícia! Quando conseguíamos ter acesso à lata de leite em pó era a glória! Aí o bolinho ficava mais gostoso ainda.

11- Eu adorava fazer o contorno das figuras de uma revista furando-as com um alfinete. Depois de tudo furadinho eu colocava a imagem contra a luz e ela se iluminava! Era como se estivesse cheia de estrelinhas!!!!

13- Eu adorava caminhar pela casa com um espelho sob os olhos, de forma que o que enxergava era o teto, não o chão. Eu me confundia toda e isso era muito engraçado. Claro que de vez em quando dava de cara na parede, mas isso é mero detalhe.

12- Eu passava horas muito felizes brincando de ser princesa.

13- Etc, etc.

É, a vida já foi bem mais simples...

(do blog da Cristina)

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

DEIXAR SER


Dia começou complicado, querendo me derrubar. Noite não dormida, dia atropelado. Noticias ruins. Indecisões. Sentimentos contrários.
Comecei o dia chorando - meio emoção, meio culpa, muito cansaço, físico e emocional. A eterna luta entre o que sou e o que querem que eu seja. Poderia ter entregue os pontos e tudo o mais. Arriado. Emaranhado tudo, sem ter solução ou lugar. Não, não eu. Choro sim, mas deve ser para limpar as lentes da vida, enxergar de dentro. Respiro. Paro de pensar, deixo a cabeça fincar o lugar, o coração acalmar, a alma fluir e resolver o que é melhor para mim. Distraio o problema, faço dele rotina, brincadeira, dando espaço para que as coisas se resolvam da melhor forma - e sempre há, mesmo que não seja o que queremos, ou desejamos. Mas há.
O dia passa. E meu silêncio ajuda, não interfere com meus tantos 'mas' e 'poréns'. Como quem segue o rio - e dizem que é outro rio que passa - eu me sinto outra. Deixo que a correnteza me leve a seu favor, quem sabe para o mar. Como se tudo fosse se encaixando, peças antes soltas, desconexas, amontoadas, agora desenhando belo quadro. Ou pelo menos melhor que a bagunça anunciada, generalizada, o caos, peças para todo lado. E assim sigo, deixando a coisa se encaixar, acomodar, uma solução aqui, uma resolução lá. Uma boa ideia acolá. Um sorriso no lugar da cara fechada. Um brilho no dito breu.
Como quem, feito menina, segue um balão...
A vida segue, toma seu curso, voa, mesmo que a gente não esteja preparada. Basta estar alerta, aberta, interessada. Ver nela seu lado bom, lado de voar. Basta se deixar ser. Ser o que se basta.

"Mas nem sempre é necessário tornar-se forte.
Temos que respirar nossas fraquezas."
Clarice Lispector

domingo, 14 de agosto de 2011

(...) tenho sempre a sensação de que meu coração sairá pela boca – e tenho urgências imensas. Sobretudo, tenho urgência em ser feliz! "

sábado, 13 de agosto de 2011

LAÇOS AFETIVOS

Tenho a alma esfomeada. Gosto de laços afetivos, de dias seguintes, daquela intimidade conquistada com o tempo.
Acho bonito quem tem vontade de amar. Porque não é nada fácil, eu sei...
E, tem coisa melhor do que uma pegação com desejo do corpo e também dos outros sentidos ? Com troca de olhares e aquelas palavras só nossas ?

Se não for assim, tudo bem, fico com a minha solidãozinha...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Ai meu coração revirado!!! A vida é urgente. Música, por gentileza.Uma canção para salvar esse coração... encharcado? Chocolate, coca-cola, por misericórdia! Algum açucar nesse sangue tão absoluto de ser..


Pois, que... são pesados este corações internos.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

SARAMAGO


José Saramago
"se tens um coração de ferro, bom proveito. o meu,
fizeram-no de carne, e sangra todo dia."
Quando a gente gosta, a gente começa emprestando um livro, depois um casaco, um guarda-chuva, atéque somos mais emprestados do que devolvidos.
Gostar é não devolver, é se endividar de lembranças.

VERÍSSIMO

” Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom dia”, quase que sussurrados (…) ” Luís Fernando Veríssimo.

chico

´Hoje tenho apenas uma pedra no meu peito, exijo respeito não sou mais um sonhador, chego a mudar de calçada quando aparece uma flor e dou risada do grande amor...´ (Chico Buarque - Samba do grande amor)
“Vai ver era só dizer
A ela assim:
Moça, por favor
Cuida bem de mim.”

- Marcelo Camelo

terça-feira, 9 de agosto de 2011

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

sem perguntas

Quando foi mesmo o dia mais feliz da minha vida?
Consigo lembrar de várias ocasiões nas quais eu exclamei que aquele era o dia mais feliz da minha vida. Lembro de ocasiões tolas, que não mereciam o rótulo, e de outras ocasiões relevantes. Mas tudo passou. E agora?


Acabei de imaginar uma coisa muito incômoda: e se o dia mais feliz da minha vida já aconteceu? E se, daqui por diante todas as minhas felicidades forem menores?


"MENINA, você já comeu muito chocolate da sua vida." E se um ser encapuzado aparecesse para me dizer isso? Eu ia reclamar: pô, deveriam ter me avisado na hora! Pelo menos eu comeria mais devagar.


Será que vivo em função de encontrar de novo "o dia mais feliz da minha vida?" Se vivo, tudo terminaria quando eu descobrisse que ele já foi. É como a gente ir tirando dinheiro do cofre na suposição de que existe muito mais lá dentro. Um dia a gente descobre que não há mais moedas de outro. "Se eu soubesse não gastaria tudo tão rápido."


E se eu já esgotei minha cota?


Chega de perguntas

domingo, 7 de agosto de 2011

eucaliptos na janela

Deixei poucas pessoas conhecerem a mulher que me habita. Essa de verdade, cheia de imperfeições e desordens íntimas, mas que carrega mais ternura do que se pode imaginar. Eu e meus olhos atrevidos, minha fome de amor, e essa fragilidade engraçada de quem quer ser a protagonista de um sonho bom.

Não que eu quisesse um compromisso com a eternidade, mas poucos souberam do meu corpo, das minhas marcas, das manhãs de preguiça e do rosto sem maquiagem. É que preciso acreditar para me mostrar. Porque se mostro meus medos, minhas incoerências e fraquezas, e só o que consigo é uma rasteira, fico tão desabitada.

Sou uma cidade vazia.


Acho que é por isso que por muito, muito pouco, fecho a porta e volto para a minha vida.

sábado, 6 de agosto de 2011

SALTO A SECO

SALTO A SECO
Me pari. Face a face. Face a faca. Olhei no espelho e não tinha a idade do meu rosto. Tinha nos olhos mil anos luz e mil rugas em cruz. Nos cantos da boca - o medo do salto. E aquela angustia solta pelo corpo. Angustia de boneca quebrada. Há momentos na vida em que, partidos ao meio, não dá para adiar, tem que ser pra já. Saltei! E fui juntando os restos de mim mesma como a florista que tenta reunir num ramo as rosas amarelas inacessíveis. Renasci iluminada. Sem muletas. Um a um, fui furando os balões coloridos dos meus sonhos ruins. E as bolas murchas na mão eram como pedaços de pele arrancados à minha fantasia. A realidade não doi, Elzinha! Ela é vida, movimento, dialética, A realidade é o meu momento, o teu momento, ali interno, seco e só. A realidade é como o pão: bom senso! Eu me seguro, tu te seguras, ele me segura, nós nos seguramos, vós nos segurais, eles não se seguram. Vou recuperando o universo da minha solidão. Enriquecida depois do salto. E eu. Vou ganhando de mim. Me desafiei e quase me reencontrei inteirinha pacificadada. Escrito por Elzinha e postado por Aline

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

janelas de mim

São duas horas da manhã. Essas madrugadas de leitura e solidão me fazem tão completa, tão serena, tão feliz. Alguns mantras, um cobertor nas pernas, um café para aquecer e me deixa ainda mais alegre.Quanta bobagem, né? Mas é assim mesmo que a gente acalma a alma, com um monte de coisa simples que no fim do dia (ou da noite) a gente chama de felicidade.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

REFLETINDO...

A águia gosta de pairar nas alturas,
acima do mundo, não para ver as
pessoas de cima, mas para
estimulá-las a olhar
para o alto.

Elizabeth Kubler Ross

SINCEROS SENTIMENTOS

Quando eu nasci, ninguém me prometeu que daria tudo certo.
Ninguém me falou que eu sorriria sempre, e que se chorasse, seria apenas de felicidade.
Ninguém me garantiu que meus amores seriam correspondidos.
Ninguém assinou um documento provando que o sucesso andaria sempre junto comigo.
Ninguém me assegurou de que os meus amigos seriam realmente amigos.
Ninguém afirmou que eu sempre teria dias sensacionais.
Ninguém me convenceu de que eu teria sempre tudo o que quisesse.
Então não posso reclamar de nada. A vida não é contrato, é fato.
Tentar não significa conseguir. Mas, certamente, todos que conseguiram tentaram.

Roberto Carlos e Tom Jobim cantam Ligia (som excelente)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

AFETO LITERÁRIO

O passado está na sala. No roupeiro. Nos pijamas. Nos quartéis de coisas guardadas para que a vida não seja tímida em acontecimentos. Trava luta imensa com o presente o passado descontente porque agora é luto. Uma criança talvez dissesse: O passado passou. Mas, na voz de um adulto, adulador de momentos, passado é aprendizagem. Mas a verdade é feto indecente. O que era tanto em significado, agora é pote de geleia, memória cega, cúmulo de amnésias, montante de nada que restou.
E a minha alma tem agora amplas
janelas, viradas a sul, com vista
para o lago dos teus olhos.

sábado, 30 de julho de 2011

MAGIA

Depois de um exaustivo dia de trabalho, passou na padaria, comprou seis pães francês e um sonho de creme. No caminho para casa rasgou a embalagem do sonho e à primeira mordida sentiu uma imensa explosão de prazer invadir seus sentidos, jogou a cabeça pra trás e ao contemplar o céu estrelado daquela noite morna sorriu de satisfação e conseguiu entender de uma maneira doce como a felicidade pode ser simples.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

eucaliptos na janela

“o problema é que quero muitas coisas simples,

então pareço exigente...”

Fernanda Young


É estúpido, eu sei, mas peço por um grande amor todas as noites. E que meu grande amor me diga: você não se enganou, eu estou aqui. E rodeie-me, num abraço que dure em mim o dia todo, porque sinto muita falta de acolhimento.


Procuro alguém que queira receber a minha liberdade, sem tomá-la. Que saiba cuidar desse “vão” bonito que deve haver entre as pessoas, e que tenha a medida da canção do Cazuza, porque “eu quero a sorte de um amor tranquilo...”.


Quero um amor barroco.

Com os excessos que já nem lembro.

É estúpido, eu sei, mas quero um amor que não me deixe partir nunca mais...
Às vezes passo por desfolhamentos.
(Manuel de Barros)

LOUCURA

Os dias passam, as horas voam. O tempo é um bicho arredio que não me deixa domá-lo. A vida na cidade grande que tanto me encanta de repente me sufoca. Perdemos tempo no trânsito, procurando insanamente uma vaga, em filas variadas - na padaria, no supermercado, na entrada do elevador, na videolocadora, na lavanderia. Estou cansada. Sinto falta de encontros, de ócio, de ver a vida passar. Saudade de algo que não vivi. De tricotar sentada numa cadeira na varanda da frente da casa. De uma casa sem muro, num lugar qualquer que dispense muros. E grades. Onde só haja janelas e portas. Onde as pessoas cumprimentem-se sorridentes e se chamem pelos nomes, ou pelos apelidos. E façam comida em casa e presenteiem-se com bolos e quindins.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A ARTE DA FELICIDADE

A felicidade não depende do que acontece ao nosso redor, mas do que acontece dentro de nós...
A felicidade se mede pelo espírito com o qual nós enfrentamos os problemas da vida.
É tão fácil sentir-se deprimido ou desesperado, portanto, a felicidade exige valentia.
A felicidade não consiste em fazer sempre o que desejamos, mas sim, em querer tudo o que fazemos.
A felicidade nasce ao colocarmos nossos corações em nosso trabalho e ao fazê-lo com alegria e entusiasmo.
A felicidade não tem receitas
Cada um a cozinha com o tempero de sua própria meditação.
A felicidade não é uma pousada no caminho,
Mas uma forma de caminhar pela vida.
Os sofrimentos...nos poluem a alma
Enquanto que as alegrias lhe dão brilho

[achei e postei]

PARA NORTEAR A SUA VIDA

Quando soube que tinha poucos meses de vida por causa de um câncer, o professor de gramática inglês Paul Flanagan só pensou em seus filhos, Thomas e Lucy. Em vez de sentir piedade de si mesmo ou entregar-se à tristeza, ele usou seus últimos dias para tentar ser um bom pai – mesmo à distância. Paul escreveu cartas, deixou mensagens gravadas em DVD e até comprou presentes para ser entregues às crianças em seus aniversários futuros. Separou também seus livros preferidos e, dentro deles, deixou bilhetes dizendo por que havia gostado de lê-los.

Em novembro de 2009, aos 45 anos, Paul morreu por causa do melanoma, deixando a mulher, Mandy, Thomas, então com 5 anos, e Lucy, de 1 ano e meio. Quase dois anos depois, ele morreu.

O professor resumiu as reflexões que nortearam seu modo de viver em 28 itens. Traduzo aqui as palavras de Paul para seus filhos – e que agora servem de inspiração não só para eles, mas para todos que as leem.

“Nessas últimas semanas, depois de saber de meu diagnóstico terminal, procurei encontrar em minha alma e em meu coração maneiras de estar em contato com vocês enquanto vocês crescem.

Estive pensando sobre o que realmente importa na vida, e os valores e as aspirações que fazem das pessoas felizes e bem-sucedidas. Na minha opinião, e vocês provavelmente têm suas próprias ideias agora, a fórmula é bem simples.

As três virtudes mais importantes são: lealdade, integridade e coragem moral. Se aspirarem a elas, seus amigos os respeitarão, seus empregadores o manterão no emprego, e seu pai será muito orgulhoso de vocês.

Estou dando conselhos a vocês. Esses são os princípios sobre o quais tentei construir a minha vida e são exatamente os que eu encorajaria vocês a abraçar, se eu pudesse.

Amo muito vocês. Não se esqueçam disso.

Seja cortês, pontual, sempre diga “por favor” e “obrigado”, e tenha certeza de usar o garfo e a faca de maneira correta. Os outros decidem como tratá-los de acordo com as suas maneiras.

Seja generoso, atencioso e tenha compaixão quando os outros enfrentarem dificuldades, mesmo que você tenha seus próprios problemas. Os outros vão admirar sua abnegação e vão ajudá-lo.

Mostre coragem moral. Faça o que é certo, mesmo que isso o torne impopular. Sempre achei importante ser capaz de me olhar no espelho toda manhã, ao fazer a barba, e não sentir nenhuma culpa ou remorso. Parto deste mundo com a consciência limpa.

Mostre humildade. Tenha a sua opinião, mas pare para refletir no que o outro lado está dizendo, e volte atrás quando souber estar errado. Nunca se preocupe em perder a personalidade. Isso só acontece quando se é cabeça-dura.

Aprenda com seus erros. Você vai cometer muitos, então os use como uma ferramenta de aprendizado. Se você continuar cometendo o mesmo erro ou se meter em problema, está fazendo algo errado.

Evite rebaixar alguém para outra pessoa; isso só vai fazer você ser visto como mau. Se você tiver um problema com alguém, diga a ela pessoalmente. Suspenda fogo! Se alguém importuná-lo, não reaja imediatamente. Uma vez que você disse alguma coisa, não pode mais retirá-la, e a maioria das pessoas merece uma segunda chance.

Divirta-se. Se isso envolve assumir riscos, assuma-os. Se for pego, coloque suas mãos para cima.

Doe para a caridade e ajude os menos afortunados que você: é fácil e muito recompensador.

Sempre olhe para o lado bom! O copo está meio cheio, nunca meio vazio. Toda adversidade tem um lado bom, se você procurar.

Faça seu instinto pensar sempre sempre em dizer ‘sim’. Procure razões para fazer algo, não as razões para dizer ‘não’. Seus amigos vão gostar de você por isso.

Seja gentil: você conseguirá mais do que você quer se der ao outro o que ele deseja. Comprometer-se pode ser bom.

Sempre aceite convites para festas. Você pode não querer ir, mas eles querem que você vá. Mostre a eles cortesia e respeito.

Nunca abandone um amigo. Eu enterraria cadáveres por meus amigos, se eles me pedissem… por isso eu os escolhi tão cuidadosamente.

Sempre dê gorjeta por um bom serviço. Isso mostra respeito. Mas nunca recompense um mau serviço. Um serviço ruim é um insulto.

Sempre trate aqueles que conhecer como seu igual, estejam eles acima ou abaixo de seu estágio na vida. Para aqueles acima de você, mostre deferência, mas não seja um puxa-saco.

Sempre respeite a idade, porque idade é igual a sabedoria.

Esteja preparado para colocar os interesses de seu irmão à frente dos seus.

Orgulhe-se de quem você é e de onde você veio, mas abra a sua mente para outras culturas e línguas. Quando começar a viajar (como espero que faça), você aprenderá que seu lugar no mundo é, ao mesmo tempo, vital e insignificante. Não cresça mais que os seus calções.

Seja ambicioso, mas não apenas ambicioso. Prepare-se para amparar suas ambições em treinamento e trabalho duro.

Viva o dia ao máximo: faça algo que o faça sorrir ou gargalhar, e evite a procrastinação.

Dê o seu melhor na escola. Alguns professores se esquecem de que os alunos precisam de incentivos. Então, se o seu professor não o incentivar, incentive a si mesmo.

Sempre compre aquilo que você pode pagar. Nunca poupe em hotéis, roupas, sapatos, maquiagem ou joias. Mas sempre procurem um bom negócio. Você recebe por aquilo que paga.

Nunca desista! Meus dois pequenos soldados não têm pai, mas não corajosos, têm um coração grande, estão em forma e são fortes. Vocês também são amados por uma família e amigos generosos. Vocês fazem o seu próprio destino, meus filhos, então lutem por ele.

Nunca sinta pena de si mesmo, ou pelo menos não sinta por muito tempo. Chorar não melhora as coisas.

Cuide de seu corpo que ele vai cuidar de você.

Aprenda um idioma, ou pelo menos tente. Nunca comece uma conversa com um estrangeiro sem primeiro cumprimentá-la em sua língua materna; mas pergunte se ela fala inglês!

E, por fim, tenha carinho por sua mãe, e cuide muito bem dela.

Amo vocês com todo meu coração,

Papai”

terça-feira, 26 de julho de 2011

UMA CERTA FELICIDADE...

Solto o cabelo, passo perfume e me enfeito toda para me molhar. Tem dia novo nascendo. Tem gente acordando e a gente ainda nem pensa em dormir. Tem pássaro assoviando ao fundo, tem sol saindo de dentro do mar, tem voz cantando, tem acorde de violão tocando, tem melodia encantando, tem amigos sorrindo… olha lá… tem gente se emocionando… é a felicidade chegando, sentando na nossa roda e cantando afinada, fazendo coro com a nossa alegria de estar… com ela.

domingo, 24 de julho de 2011

DE UM CORINTHIANO DESOLADO.. OU SEJA... DO LÚ

Sensação nas primeiras rodadas, o Corinthians sofreu a primeira
derrota no Campeonato Brasileiro. Coube a Joel Santana encontrar a
fórmula mágica para bater o líder e grande favorito ao título
nacional. Com uma estratégia diferente, transformando volantes em
laterais e meias em marcadores, o Cruzeiro anulou o Corinthians com
muita marcação e venceu por 1 a 0, neste domingo, no Pacaembu.
Wallyson pegou o estreante goleiro Renan adiantado com um lindo chute
da intermediária para fazer o único gol da partida.

Apesar do revés em casa - que foi o primeiro em edições do Brasileiro
desde o dia 13 de outubro de 2010 - e do fim da sequência de sete
vitórias consecutivas, o Corinthians continua em ótima situação no
torneio. Como os principais adversários tropeçaram na rodada do fim de
semana, a vantagem ainda é de seis pontos para o segundo colocado. O
Timão volta a jogar somente no próximo domingo, contra o Avaí, às 16h,
na Ressacada, em Florianópolis.

Já o Cruzeiro mostra que pode brigar pelos primeiros lugares. Desde
que Joel Santana assumiu o time, são cinco vitórias e apenas uma
derrota. A reação eleva a equipe de Belo Horizonte para a casa dos 18
pontos, se aproximando do grupo que vai disputar a Taça Libertadores
de 2014. Na quarta-feira, visita o Atlético-GO, às 19h30m, no Serra
Dourada, em Goiânia.

Cruzeiro de Joel fechado, Timão com dificuldades
"Espera, o sol já vem." |Renato Russo|

sábado, 23 de julho de 2011

Ahhh

Sigo à risca. Me descuido e vou… Quebro a cara. Quebro o coração. Tropeço em mim. Me atolo nos cinco sentidos. Viver não é perigoso? Então, com sua licença! Não tenho medo.(Guimarães Rosa

quinta-feira, 21 de julho de 2011

PONTUALIDADE

Eu sou aquele tipo de pessoa que se marcar algo as 15hs vou estar lá 5 minutos antes. Se combinarmos na segunda que vamos no inferno no sábado, nem precisa ligar para confirmar, no sábado vou estar lá na porta do inferno te esperando. Odeio me atrasar, odeio que se atrasem. Marcou? Cumpra. Vai desmarcar? Mate a mãe pra justificar. Odeio falta de consideração. Odeio gente que simplesmente acha que pode marcar e não aparecer. E eu acho que tenho tanto pavor a gente assim, que Deus (o piadista do século) me deu uma amiga com tudo isso. Uma pessoa que NUNCA chega a lugar algum na hora marcada. Uma pessoa que simplesmente não aparece para cumprir o combinado e não se indigna a dar uma explicação. Acho que todo mundo sabe que já existe celular e que ele só é útil ligado! Vai se ferrar, não aparece, não conhece o significado das palavras consideração e compromisso, não aprendeu a pedir desculpas e ainda acha que não fez nada de mais!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

APENAS UM CAFUNÉ

Você não mora com seus pais, nem com parentes, amigos ou filhos, também não mora com seu(a) namorado(a). Não gosta de dar satisfações da sua vida, adora não ter hora pra voltar. Sente uma alegria enorme em encontrar suas coisas do jeito que as deixou antes de sair, ainda que a sua casa esteja uma zona. Às vezes sente falta de chegar em casa e ter alguém que pergunte como foi o seu dia, sente uma pontada de inveja quando vem aquele cheirinho de comida caseira da casa ao lado, mas rapidamente supera aquele aroma quando pensa que não precisa fazer comida se não quiser, que não tem obrigação de limpar a casa hoje, nem amanhã, nem depois. E que a louça suja pode esperar a manhã seguinte… Você bebe água da geladeira no gargalo e chega a sentir um prazer secreto ao pensar em como sua mãe reclamaria se presenciasse essa cena. Você escuta música, liga a televisão e mexe no computador, tudo ao mesmo tempo, sem que ninguém reclame. Começa a desenvolver o hábito estranho de falar sozinho, com as paredes ou com as suas coisas e acha graça da sua sandice, até que… … Você fica doente !!! E agora? Não tem ninguém para ir até a farmácia comprar um remédio para você, ninguém para tirar a sua temperatura, nem para fazer um suco de laranja e te obrigar a tomar, alegando que você precisa de Vitamina C. Você gostaria de ter coragem de bater à porta da casa vizinha e perguntar se pode se sentar à mesa com eles. Odeia com todas as forças o cheiro de feijão fresquinho que vem de lá. Chega a fantasiar sua mãe na sua cozinha preparando a sua comidinha favorita e te dizendo que você não pode ficar sem comer, filhinho(a)! Deseja veementemente encontrar aquela cartelinha de novalgina que está perdida no meio da bagunça que é a sua vida. Se sente a criatura mais carente do mundo. Não sabe se espirra ou se chora, acaba fazendo os dois, e fica com o nariz completamente entupido. Começa a entender, finalmente, que está só. Você mora sozinho, queridinho(a)! Não tem ninguém para se comover com a sua fraqueza, para se preocupar com as suas tosses excessivas, para te mandar procurar um médico ou para te carregar à força para o hospital. Calma! Você só está gripado(a)… mas, eu sei, você tem a impressão de que vai cair em depressão profunda a qualquer momento. Mas aí, você reage. Se arrasta até o banheiro como um “sobrevivente gripal” e toma banho encostado na parede do box, porque não têm forças para ficar de pé. Se sente melhor, mas não ao ponto de conseguir pentear os cabelos. E falando em cabelos, você se olha no espelho e vê que os seus estão todos embaraçados e que você está com uma aparência horrível de… doente. Mas tudo o que você queria agora nem era estar bonito(a), tampouco te preocupam suas olheiras, pois só o que você precisa é de alguém que esteja pouco se importando com a sua aparência, desde que não se importe em lhe fazer um cafuné.

'HÁ PESSOAS QUE SOS FAZEM VOAR

Há pessoas que nos fazem voar. A gente se encontra com elas e leva um bruta susto (...) elas nos surpreendem e nos descobrimos mais selvagens, mais bonitos, mais leves, com uma vontade incrível de subir até as alturas, saltando de penhascos... Outras, ao contrário, nos fazem pesados e graves. Pés fincados no chão, sem leveza, incapazes de passos de dança. Quanto mais a gente convive com elas mais pesados ficamos... (Ruben Alves)

A CANÇÃO DIZ:

E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais... E te perder de vista assim é ruim demais. E é por isso que atravesso o teu futuro. E faço das lembranças um lugar seguro... . GianLuca Grignani / Massima Luca - versão: Ana Carolina / Dudu Falcão

"JE NE REGRETTE RIEN"

Sou como Edith Piaf, "Je ne regrette rien" (não lamento nada). Fiz o que quis e fiz com paixão. Se a paixão estava errada, paciência. Não tenho frustrações, porque vivi como em um espetáculo. Não fiquei vendo a vida passar, sempre acompanhei o desfile.

SEM MULETAS

Me pari. Face a face. Face a faca. Olhei no espelho e não tinha a idade do meu rosto. Tinha nos olhos mil anos luz e mil rugas em cruz. Nos cantos da boca - o medo do salto. E aquela angustia solta pelo corpo. Angustia de boneca quebrada. Há momentos na vida em que, partidos ao meio, não dá para adiar, tem que ser pra já. Saltei! E fui juntando os restos de mim mesma como a florista que tenta reunir num ramo as rosas amarelas inacessíveis. Renasci iluminada. Sem muletas. Um a um, fui furando os balões coloridos dos meus sonhos ruins. E as bolas murchas na mão eram como pedaços de pele arrancados à minha fantasia. A realidade não doi, Elzinha! Ela é vida, movimento, dialética, A realidade é o meu momento, o teu momento, ali interno, seco e só. A realidade é como o pão: bom senso! Eu me seguro, tu te seguras, ele me segura, nós nos seguramos, vós nos segurais, eles não se seguram. Vou recuperando o universo da minha solidão. Enriquecida depois do salto. E eu. Vou ganhando de mim. Me desafiei e quase me reencontrei inteirinha pacificada.
Chico disse: "Quem sabe um dia Por descuido ou poesia Você goste de ficar"
E aí lembro de Guimarães Rosa, quando dizia que "o que tem de ser tem muita força".

LET IT BE

Ontem uma amiga me ligou. Disse que ouviu Let it be, se emocionou e lembrou de mim. Lá trás nos primórdios eu tinha uma lista de sonhos impossíveis, e um deles era ouvir Paul McCartney cantando essa música só para mim. Estaríamos numa sala linda, iluminada, ele no piano, e eu, inusitadamente, sentada num sofá. Não lembrava mais desse sonho… E já tinha esquecido o quanto gosto dessa música. Nunca mais tive sonhos impossíveis, e hoje, relembrando, percebo como fazem falta…
Vai menina, fecha os olhos. Solta os cabelos. Joga a vida. Como quem não tem o que perder. Como quem não aposta. Caio Fernando Abreu

  Descuidou-se por um instante e as bolas escaparam, correram desnorteadas pela rua. Ela tentou agarrá-las, mas era tarde. As bolas correram...