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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

MÁRIO QUINTANA

Todos os jardins deviam ser fechados, com altos muros de um cinza muito pálido, onde uma fonte pudesse cantar sozinha entre o vermelho dos cravos. O que mata um jardim não é mesmo alguma ausência nem o abandono... O que mata um jardim é esse olhar vazio de quem por eles passa indiferente. Mário Quintana

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

“Porque, como diz o ditado, guarda-te do homem que não fala e do cão que não ladra” Fiódor Dostoiévski, em O Duplo.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

IDIOTA FELIZ

No Programa do Jô, o psicólogo João Oliveira contou que, hoje em dia, está cada vez mais difícil perceber expressões de medo e tristeza nas pessoas. Demonstrar esses sentimentos, avalia o psicólogo, é encarado como sinal de fraqueza. Por isso são camuflados. João Oliveira é autor do livro Saiba Quem Está à Sua Frente – Análise Comportamental pelas Expressões Faciais e Corporais (Editora Wak, 2011). O psicólogo corrobora algo que os mais atentos à zoologia humana já devem ter notado. Eu, em todo lugar que vou, só encontro pessoas determinadas e felizes; capazes e sorridentes; realizadas e de bem com a vida. Pelo menos é assim que se mostram. Se são de fato, não sei. Mas é tanta autoafirmação que desconfio haver um bocadinho de falsidade no comportamento proativo desse numeroso exército de Smileys Faces. Sei que a vida, com suas “pegadinhas” de mau-gosto, exige que sejamos corajosos para enfrentá-la. Respirar sem perder o fôlego não é para principiantes. Sei também que simular felicidade valoriza o nosso marketing pessoal. Felizes, vendemo-nos mais fácil. Por esses motivos, estufamos o peito e bradamos não ter medo de nada e nunca estar triste. Mas será verdade? Escreve Eduardo Giannetti: “Mentimos para nós o tempo todo: adiantamos o despertador para não perder a hora, acreditamos nas juras da pessoa amada, só levamos realmente a sério os argumentos que sustentam nossas crenças. Além disso, temos a nosso próprio respeito uma opinião que quase nunca coincide com a extensão de nossos defeitos e qualidades. Sem o autoengano, a vida seria excessivamente dolorosa e desprovida de encanto.” (Autoengano, 1997, Cia. das Letras). E aí, você tem medo de quê? Você está triste por quê?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

IDIOTA FELIZ

Ligo o computador, acesso a internet, abro a home do UOL, corro os olhos pelas notícias do dia e percebo que não estou interessado em ler nada do que está publicado ali. Ligo a TV, zapeio pelos 958 canais à minha disposição, paro por dois segundos em um e outro, e percebo que não estou interessada em assistir nada que está sendo veiculado ali. Entro no Facebook, vou descendo a barra de rolagem, tentando encontrar algo interessante nas postagens publicadas e... nada! S. me telefona, começa a falar e falar e falar e falar e falar e falar sobre ele, sua vidinha de ovo frito, suas frustrações e eu o ouço sem interesse algum. Vou à festa, converso com umas pessoas, converso com outras, e percebo que o papo dessas pessoas não me interessam. Ai, ai, melhor ouvir Beatles. Tem dias que só Beatles me salva.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

“A terra pertence ao dono, mas a paisagem pertence a quem a sabe olhar” Miguel Sousa Tavares, em No teu deserto. SENHORITA KA

NO MEIO DO CAMINHO....

No meio do caminho tinha um gato “A terra pertence ao dono, mas a paisagem pertence a quem a sabe olhar” Miguel Sousa Tavares, em No teu deserto. . Passei o dia inteiro na Fiesp, num evento que exigia salto alto e cara de pessoa séria. Às 19h, quando deixei o prédio, estava convicta de que iria imediatamente pra casa – dar alforria aos meus dedinhos. Mas, quando olhei o trânsito, só deu tempo de pensar: no way. Fui pra Cultura – a livraria – que ainda é meu lugar preferido na cidade. Lotada. Tinha lá um desses padres pop-star autografando seu mais recente livro. Jantei ali mesmo, no Viena, tomei café, chequei os lançamentos editoriais e na seção de música me apossei dos fones de ouvido e ensaiei, com dor nos pés, dancinhas disfarçadas para lugares públicos. 21h10 sai do Conjunto Nacional. Mas, meus pés doíam tanto que não tive forças para continuar andando em direção ao metrô. Sentei nos degraus que separam o prédio da calçada. Tirei os sapatos – quem sabe não aliviava? E fiquei ali, por uns breves minutos, pés no chão e saltos ao lado quando veio em minha direção um gato. Nunca tinha visto um gato na Paulista – se vi, não percebi. Ele parou, me olhou, e, sem dar qualquer satisfação deitou dentro de um dos meus sapatos. Era gordo o gato. Tombou e sem dar importância – pra mim ou para o calçado – ficou. Pouco tempo depois, a dona do gato que falava na cabine telefônica chamou o bichano – que, nem aí, partiu. Sem sequer me dirigir um olharzinho de adeus. Mas, quer saber? Gostei tanto desse gato! Foi a melhor parte do dia. Sei que gosto – e sei – brincar sozinha. Mas é sempre divertido estar acompanhada. Inclusive de um gato acamado em meu sapato. (Criança que sou, acho que agora quero um!!!) So cute… E dezembro chegou me presenteando com essa cena inusitada. Que venham outras! Porque este mês quero mesmo é ter olhos sabidos para enxergar “paisagens”. Me diz… Em dezembro, você quer o quê? Beijo, beijo – um especial, muito especial, pra amada Morgana – minha amiga mogzinha que fez aniversário. Love you dear. Muitos olhos repletos de paisagens pra você. Você merece (e pertence a) todas elas. Eu te enxergo. SENHORITA KA

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

PAIXONITE

de Bruna Bianconi Parece até que voltei no tempo, sou a menininha estranha de catorze anos que tem medo de se aproximar dos meninos que gosta e eu descobri isso rabiscando seu nome junto ao meu na última folha do caderno que é pra ninguém ver. O seu nome eu sei por que eu te procurei no facebook e mesmo não te adicionando quando eu digito a letra A você é a primeira opção que aparece, mas não te conhecer não me impede de suspirar toda vez que a gente se encontra e você sorri pra mim. Quando menos me dou conto estou lá sem tirar os olhos dos seus e sorrindo. É tão sincero, tão juvenil e puro que eu descarto a possibilidade de puxar assunto com medo de estragar esse encanto, de acabar com essa paixão que eu gosto tanto. Mas eu não acharia ruim se a gente se cruzasse mais do só pelos corredores da vida. Juro. Ai ai, nada melhor do que uma paixonite aguda!

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Tem dias que a gente deseja imensamente ser esquecida num quarto escuro e sem mobília. Sonhando inclusive conseguir fazer com que nós mesmas esqueçamos de nós (e dos nós que nos atam)

CLARICE

“Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre.” É da Clarice Lispector, mas podia ser meu…

terça-feira, 20 de novembro de 2012

“Há sempre uma parte de verdade no meio de um delírio” – Ralph Greenson

“Há sempre uma parte de verdade no meio de um delírio” – Ralph Greenson . Tenho tido dificuldade em discernir o que é realidade e delírio. Como se fosse possível. Como se fizesse alguma diferença. Toda vez que estaciono no meio termo, entre um e outro, a cabeça pára. Porque só aprendi a viver nos extremos. Só me entendo nos extremos. Desequilibro no centro, não nas extremidades. Então, fico ali, sem me mover, olhando para um lado e para outro. A razão à direita. A insensatez à esquerda. Esperando quem me agarre antes. Quando não se pertence verdadeiramente a nenhum dos lados, impossível não pensar em senso de oportunidade. Aquele que me quiser primeiro. Então aguardo. Tem hora que demora. Tem hora que não chega. A vida passa. E, passaram-se quase dois meses da última vez que falei aqui. Viu só como paraliso? Não sei explicar bem. Calo. Imobilizo. Poderia dar outros motivos, outras razões, dissecar um corolário. Mas, não. Como disse o escritor Guillermo Cabrera Infante, “poderia escrever mentiras, eu sei, mas a verdade é suficiente invenção”. O resto é consequência. O que posso dizer? Tenho tentado me encontrar nesse centro das coisas – nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Só no alvo, da minha própria vida. Consegue entender? Sei que pareço confusa. De resto, além de frequentar alguns abismos, viajei muito a trabalho, e, ainda devo viajar de novo nos próximos dias (Curitiba). Então, tudo está ainda um pouco baratinado. Mas, acho, as palavras começam a voltar. O que você acha? prossigo ou me exilo de vez? beijo, beijo – e, o que vocês andaram fazendo nestes últimos dias? câmbio, desligo. Segunda-feira, 15h35. Créditos senhorita ka

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

INSONE ESFOMEADO

Abro o livro e calo meu verbo. Ele se vira na cama. Cobre o corpo como se fosse inverno enquanto o calendário anuncia primavera. Olhe! Uma borboleta pousou em meu braço. Ele diz com a voz embargada que não barganha: Durma! E apague a luminária. Não obedeço. Continuo lendo e sigo com os olhos que precisam ver o voo da pequena borboleta que ainda é criança. Sinto a ânsia de me atrever. Inclino a cabeça para observar seu corpo. Ele dorme. Ergo as cobertas porque preciso descobrir o que elas escondem. Estou cautelosa e rítmica e percebo que o corpo adormecido reconhece minha presença. Insone esfomeada. Eu me altero. Preciso sentir em minha boca o arpão que atravessa peixes. Eu o coloco entre as mãos. O homem suspira em um sono que é leve (seu corpo está desperto). Estou despida e não me distraio. Ouço tiros a duas quadras. Mas a cena está fechada entre nós dois que desejamos iguais. Ele está em meus lábios. Pulsa e se ergue. Engulo o cerne em cheio. Sento ao seu lado e abre os olhos o anjo que é perverso sorrindo e dizendo que conhece meus ataques. Sentimos a mesma fome ou será diferente em cada um? Não quero interrogar. Ouvimos mais tiros. Em um segundo ou dois a madrugada se torna o silêncio de nossa respiração e logo ele está dentro de mim: afoito, translúcido, único. E já não há mais sono. Ele me coloca sobre seu corpo e agora me desfaço em movimentos que não são lentos e que são tão velozes. O arpão está lançado aos peixes. Eu me abro feito livro, asas, janelas de casas. Sou a mulher descansada e trêmula e não nos importamos com mais nada. Sou abraçada, permaneço calada e a luminária que não está apagada nos faz pensar que talvez estejamos em Paris. créditos LETÍCIA PALMEIRA

domingo, 11 de novembro de 2012

O QUE EU BEBI POR VOÇÊ

O que eu bebi por você não tinha motivo nenhum. Era mais pra molhar a garganta e deixei descer as coisas pra dentro, sentir arder a garganta e dar um longo bocejo esperando o mundo desaparecer. E quando uma coisa só não funcionava, eu misturava tudo num copo só pra ver se dava jeito. Mas não tinha jeito e o efeito só me fazia cair de um lado pro outro como se eu fosse algum equilibrista numa corda bamba – o que me fazia lembrar que era exatamente assim que eu me sentia com você. Eu só bebi por você pra ver se eu conseguia enxergar duas de você com a minha visão turva – com sorte a outra me quereria se você não me quisesse de vez. O que eu bebi também era pra acordar do lado de alguém que não fosse você. Mesmo que eu não me lembrasse de quantos táxis eu precisei pra chegar até ali e mesmo que o gato dela lambesse a minha cara pra acordar num sábado ensolarado qualquer. Eu bebi pra ver se o mundo rodopiava na minha frente e me deixava de frente pra alguma versão de você que me quisesse. O que eu bebi por você não tinha cerveja nenhuma. Eu tinha cevada de que seria uma tremenda duma burrada, mas eu subi naquela mesa e dancei com todo mundo como se as portas do bar me separassem das lembranças. Eu bebi por você pra ver se as coisas coloridas dariam jeito no meu humor cinza. Pra revirar o estômago e ver se matava as borboletas envenenadas. Pra botar pra fora tudo o que nem adiantava eu dizer pra você – porque isso não ia mudar qualquer tipo de sentimento que você tivesse, ou a falta deles. Os três copos quebrados, o dinheiro perdido, os nomes dos garçons trocados e alguns bons olhos roxos que consegui dos amigos feitos em vinte minutos me serviram pra esquecer por um tempo o que eu bebi por você. Algum som ligado e o barulho bem alto pra tapar meus ouvidos e me fazer ouvir qualquer coisa diferente que não ritmasse com a agonia que eu tava naqueles dias. Alguma taça molhada ou batom borrando a camisa, alguma bunda durinha que não parecia a sua, algum perfume doce demais que se misturava com a mistura e me rendia umas náuseas bacanas que em nada lembravam você. Uma mão ocupada, um par de calças no chão, os sentidos bombardeados, deitados no meu colchão. E fim. O que eu bebi por você tinha uma dose de brinde e brigas. E a minha impulsividade era sua pulsação, alcoolicamente ciente de que eu não a sentiria mesmo que fosse essa a intenção. E nenhuma das duas de você me queria, mesmo que eu tivesse certeza que as duas sorriam pra minha visão embaçada. Na fotografia. E eu do lado. Como dois de mim olhando pra você. Rejeitados. E daí eu apaguei. Como todo fim de semana eu apago. Sem afago, sem me lembrar de muita coisa. Com o telefone jogado no sofá. E o histórico não me deixa mentir: por mais que eu tentasse esquecer, tudo, tudo, tudo, tudo o que eu bebi só me fez lembrar de você. E eu bêbado de novo. (Inspirado na canção de mesmo título da Clarice Falcão) de Daniel Bovolento

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

“Difícil não amar gente inconformada, num mundo de mansos” – Alcir Pécora sobre Roberto Piva

BALZAC

Quanto mais infame é sua vida, mais o homem se importa com ela; ela se torna então um protesto, uma vingança de todos os instantes - Honoré de Balzac .

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

EU CREIO

Creio que, desde muito pequeno, minha infelicidade, e ao mesmo tempo minha felicidade, foi não aceitar as coisas com facilidade. Não me bastava que explicassem ou afirmassem algo. Para mim, ao contrário, em cada palavra ou objeto começava um itinerário misterioso que às vezes me esclarecia e às vezes chegava a me estilhaçar. (Julio Cortázar)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

AFETO LITERÁRIO

Na tentativa de agradar todos a flor comum se partiu ao meio. Arrancada de sua natureza singular, tornou-se plural para adornar duplos. E ainda não era o bastante. De suas metades foram feitos simétricos retalhos restantes. E logo a flor multiplicada estava espalhada por outros cantos. A pluriflor cortada serviu de ilustre natureza morta propícia para enfeitar estantes. (ao retalho restante) Eu fico me perguntando por que as pessoas precisam dormir tão cedo e, ainda que durmam, acordam cansadas, praguejando estufadas de suas vidas, e as mães, com seus filhos, sorriem em fotos e reclamam de suas crianças como se elas fossem as grandes culpadas por suas frustrações, seus seios flácidos, suas noites mal dormidas, seus coitos interrompidos. E as solteiras, quase sempre sem filhos, estão urrando por homens que existem apenas em páginas de livros. Cinquenta tons de cinza tem a vida. Eu sinto falta de amor porque eu não sei amar. Não sei e ainda não encontrei alguém que me possa ensinar. Mas como se ensina amor? Com quadro e giz? À força? Na ausência? Sinto falta de uma pessoa que não existe mais. Aliás, ela existe. Mora em outro país, está casado e vive feliz (de acordo com as normas da ABNT). Um dia me peguei lembrando e era tudo lembrança opaca e eu senti vontade de resgatar algum momento e, bestamente, salvar algo. Mas há naufrágios irrecuperáveis. Será que ele sabe o que eu sinto? E por que preciso dizer isto? Alguém me falou um dia: Você ainda não o esqueceu. Mas é claro que não o esqueci. Mas não por ele. O sujeito é apenas um homem de barba, cheio de traumas, e talvez ele tenha se tornado hipócrita. Eu não o esqueci porque aprendi, aos trancos, que passado bem tecido não larga de minha pele como se fosse tinta guache. Penso nas folhas que caem da árvore. Varrer todos os dias as folhas. Deixar tudo limpo. E, no dia seguinte, varrer novamente porque sempre haverá folhas para varrer, necessidade de comer, algo que nos faça sentir mal ou que nos faça sentir bem, um falso amigo, um calo nos pés ou nas mãos, um diabo a nos tentar, um deus a flagelar, alguns colapsos e muitos dias de pó guardados. E continuaremos a dormir cedo, embora saibamos que acordaremos sempre cansados. (LETÍCIA PALMEIRA)

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

muito lindo... o idiota feliz

Eu sei: nada acontece até que alguma coisa se mova. Qualquer coisa. Eu: inclusive. Eu: principalmente. Eu: o único que posso me arremessar para onde eu bem entender. Sim, eu posso. Você também. Todos podemos tudo: saltar alto, voar longe, ir além – subir na ponta dos pés e esticar o braço para alcançar lá no alto os devaneios. Devanear: verbo imperativo. Devaneios existem porque viver apenas não basta. É preciso burilar ideias improváveis, projetar sonhos impossíveis, lançar a cabeça às nuvens, poetizar o dia a dia. E mover, se não o corpo, o pensamento; se não os pés, o coração. Mover para caber algo mais em mim, algo extraordinário, algo que a lógica não prevê. Em vez disto, fazer aquilo. Em vez deste, gostar daquele. Celebrar o desábito, o descostume; desregrar-se das regras, e ser livre para poder escolher ventania quando a vida lhe oferece mormaço. É a vontade que determina o que eu posso. Mas cadê vontade de fazer o que eu posso?

ESSE CARA SOU EU - Roberto Carlos - COMPLETA - Com letra - TRILHA SONORA...

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Viver nada mais é que preencher o tempo fazendo coisas. Qualquer coisa: . fritar um ovo. . pintar as unhas. . coçar o saco. . andar de bicicleta. . acumular louças sobre a pia. Comezinho demais? Sim, com certeza. Mas viver é assim mesmo: irritantemente trivial. (IDIOTA FELIZ)

sábado, 27 de outubro de 2012

É uma mania minha. De colocar uma música que combine, fechar os olhos, pôr as memórias lado a lado e deixá-las passando em flashes na minha mente como se fossem um filme. E ficar ali, esperando uma lágrima cair, um sorriso surgir e refletindo sobre o que vale a pena.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

DO MEU AMIGO SAMUEL

Querer Rosa era o seu nome, e, como a mulher dos meus sonhos, aquela de quem nunca saberei todos os segredos e para quem sempre terei uma história nova; era misteriosa, elegante, cheia de enigmas. Suas linhas perfeitas escondiam-lhe muito bem a idade. Muito se contava a seu respeito. Grandes aventuras, viagens perigosas. Todos na ilha a conheciam. Não resisti, e fui ter com ela. E, desde a hora em que devei os olhos em suas doces curvas, não descansei mais até que fosse minha. Pertencia a um velho pescador, e não foi fácilfae-lo entender esta súbita paixão. Rosa IX, linda e encantadora canoa de nobre madeira, o caubi, nove metros talhados de uma única tora, linhas perfeitas, traço fino, estilo apurado, um verdadeiro caso de amor. Foi no Natal de 1977, na ilha de Santo Amaro, e, fechado o negócio, eu nem pensara em como levá-la até Paraty. Fomos juntos, por mar, e vivi então a minha primeira travessia, a sós, por dois dias e uma noite. Amyr Klink"

Barbarela...(Azimute)

Eu quero ver Os girassóis amarelos Não quero que nenhum monarca Ou cogumelo Apareça no meio da manhã Pintando de cinza O meu amor azul Emperrando de areia Meu rolimã... Eu quero ver Barbarela de biquíni Não quero que nenhum psicopata Ou homem das neves Apareça na tela Pintando de branco O meu amor azul Borrando de nanquim Minha aquarela... Eu quero ver Os olhos de Julieta masina Não quero que nenhum esperto Esparta Ou romano Apareça no meio do cenário Pintando de rubro escarlate O meu amor azul Cobrindo de polens mortos Meu lindo orquidário... Eu quero ver O lirismo de Lisbela Quero as cores de Hanna Barbera Não quero que nenhum poliglota Ou autodidata Apareça no meio da praça Enchendo de nevoa O meu amor azul Cobrindo de duvidas pretas O que antes era cheio de graça Eu quero ver A língua de Catarina Paraguaçu Não quero que nenhum Luiz quinze Ou aristocrata Castre meu sonho tupã Pintando de castanho O meu amor azul Cobrindo de zinabre minha espada que é valente como a de Dartanham Eu quero ver A indumentária de Cleópatra Não quero que nenhum astro Ou cometa Se meta no meu azimute Não quero que se mude Nenhuma estrela ou trajetória Nem que se extinga Qualquer linha no horizonte Quero apenas pintar de bronze O meu amor azul Quero apenas ver o eclipse com ela Sereno sub um ártico polar Ou tórrido sobre um tropico tupiniquim Quero estar é com ela... Embora seja utópico, dissonante. E muito corajoso pensar assim. Mathias Moreno

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Eu quero fazer com você o que a primavera fez com as flores – Neruda.

O AMOR DE UMA MULHER

"Quando o amor não resulta, ocorrem reacções químicas nas nossas células. Surgem doenças, os comportamentos histéricos e as depressões profundas. Quando sentimos que somos usadas como objectos, aquando os nossos corações se sentem despedaçados e a nossa sexualidade é desprezada parece que nos injectaram um líquido escuro nas nossas veias emocionais. A nossa condição feminina é extremamente importante. Quando é tratada com leviandade nós explodimos." marianne williamson

LEMBRANÇAS E LEMBRANCINHAS

A nossa vida é feita de pequenas sutilezas, gentis gestos que tecidos, como numa colcha de retalhos, vão formando um painel onde se encontram os nossos melhores momentos. Essa demonstração de carinho pode estar contida em detalhes amenos, como deixar um recadinho escrito à pessoa amada, mandar um email, telefonar só para dizer na pressa do dia-a-dia um rápido “te amo”. Não há dinheiro que pague por tudo isso. À vezes nos frustramos quando não recebemos essa atenção. Tenho um amigo que no dia do seu aniversário ficou o dia todo em casa, esperando a ligação do seu filho que estava distante. Não quis sair nem para comer uma pizza com os amigos. “Vai que ele liga!” Pois sua data natalícia evaporou-se como bolha de sabão e o filho não ligou. No dia seguinte ele reclamou comigo e eu tive que concordar. Acontecera comigo também algo na véspera e eu esperava pelo menos encontrar na segunda-feira pela manhã um recadinho mais ou menos assim: “Desculpe-me por ontem”. Mas se não teve telefonema pro meu amigo, pra mim não teve recadinho. Coisas da vida, diria o poeta. No mesmo dia encontro com outro amigo, reclamando que uma pessoa de seu relacionamento foi visitar Portugal e, ao invés de lhe trazer uma lembrancinha típica de lá, como um galo de Barcelos ou um daqueles pratinhos de porcelana com fotos de pontos turísticos, trouxe-lhe um litro de uísque. “Pô, e eu nem bebo!”, me disse ele. Meu amigo deixa no ar essa lição: quando for visitar algum lugar, traga para as pessoas queridas lembrancinhas de lá. Afinal, você periga ir a Portugal e na volta presentear um amigo com uísque made in Paraguai.Uma dentista que trabalhava comigo, Patrícia Capelatto, que hoje divide seu tempo entre Canadá, Alemanha e Austrália, foi um dia visitar as cidades históricas de Minas Gerais. Da cidade de Tiradentes ela me trouxe reproduções em gesso dos Profetas, obras do genial Aleijadinho. Guardo essas peças com o maior carinho. Não poderia receber presente melhor.Assim é a nossa vida, feita de lembranças e lembrancinhas... ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Camões Filho, jornalista, escritor e pedagogo, é membro titular da Academia Taubateana de Letras. E-mail para contato com o autor: camoesfilho@bol.com.br

sábado, 20 de outubro de 2012

VERÍSSIMO

” Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom dia”, quase que sussurrados (…) ” Luís Fernando Veríssimo.

FERNANDO PESSOA

Navegue, descubra tesouros, mas não os tire do fundo do mar, o lugar deles é lá. Admire a lua, sonhe com ela, mas não queira trazê-la para a terra. Curta o sol, se deixe acariciar por ele, mas lembre-se que o seu calor é para todos. Sonhe com as estrelas, apenas sonhe, elas só podem brilhar no céu. Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte, ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde. Não apare a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos, não pode molhar só o seu. As lágrimas? Não as seque, elas precisam correr na minha, na sua, em todas as faces. O sorriso! Esse você deve segurar, não deixe-o ir embora, agarre-o! Quem você ama? Guarde dentro de um porta jóias, tranque, perca a chave! - Fernando Pessoa -

O DIA EM QUE VI ESSA TAL FELICIDADE

O que é felicidade? Um carro novo? A vitória de nosso time de futebol? Um amor conquistado? Dinheiro? Saúde? A felicidade certamente tem muitos nomes, facetas e adjetivos. Certa feita a gente na redação do nosso jornal algumas elucubrações acerca do tema. Dizia nossa secretária que quando menina, para ela, quem tinha em casa geladeira, fogão a gás, televisão, chuveiro quente, essas frivolidades, era feliz. De minha parte dei o que para mim era a receita da felicidade, nos meus 12, 14 anos. Vivia então, participando de festivais estudantis de música (e modéstia à parte ganhava todos). Naquele momento meu sonho era possuir um gravador, para registrar minhas composições. Ter um aparelho desses era a felicidade. Um dia juntei dinheiro, comprei um gravador. E só então, com aquele aparelho frio em minhas mãos, percebi que não tinha comprado a tal da felicidade. Que ela é algo muito diferente. Inalcançável. Por coincidência na semana seguinte eu vi a felicidade bem de perto. E posso dizer: ela é linda. Voltava com o nosso fotógrafo de uma reportagem na cidade de São Luiz do Paraitinga. Passávamos pelo bairro do Belém. Foi ele, com seus olhos de objetiva, quem viu primeiro. Chamou minha atenção. Paramos os carros e demos carona para a dona felicidade. Era um palhaço. Isso mesmo, a felicidade era naquele momento um prosaico palhaço. Roupas coloridas e estrambóticas como convém a quem pretende fazer palhaçadas para ganhar a vida. Os cabelos eram de um amarelado forte, como cabelos de milho. O rosto escondido pela pintura e uma bola no nariz. O palhaço seguia para o seu serviço, numa loja do centro. E ia a pé, já caracterizado, para ganhar tempo. Estava atrasado o palhaço. Suas palhaçadas já retardavam muitos minutos. E foi dizendo o palhaço de seu dia-a-dia, das brincadeiras, da felicidade de conviver com as crianças. Do seu orgulho cada vez que agrada, quando contrai suas faces num sorriso. Da vida difícil, do dinheiro minguado. Mas da vontade de continuar fazendo suas palhaçadas. A verdadeira e total vocação do palhaço. Mas dentro dele nem tudo era alegria. O palhaço estava adoentado. Acometido de uma labirintite, sentia o mundo girar a seus pés. E quando tomava remédio para seu mal, batia-lhe uma sonolência terrível. Mas o espetáculo tem que continuar, sempre. E lá ia o palhaço, já fantasiado, cara pintada, caminhando o que seriam alguns quilômetros até o local de seu trabalho. O palhaço contou tudo isso. Chegando ao centro da cidade, desceu do carro, agradeceu a carona, fez umas palhaçadas para algumas crianças que seguiam para a escola e se perdeu ao longo da avenida. E lá se foi o palhaço abraçado com a dona felicidade... ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Camões Filho, jornalista, escritor e pedagogo, é membro titular da Academia Taubateana de Letras. E-mail para contato: camoesfilho@bol.com.br
"E se não me queixo da dor é porque não é dado aos cavaleiros andantes queixar-se de ferimento algum, ainda que por ele lhes saiam as tripas” – (Miguel de Cervantes, em Dom Quixote) .

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

BALADA DE UM LOUCO

INVENTANDO RAZÕES PARA EXISTIR

Sou frágil bola de sabão flutuando à toa pelo mundo. Sei que vou estourar em algum momento: me decompor, desmanchar no ar, virar porra nenhuma. Pode ser hoje, semana que vem ou daqui a cinquenta anos. Pode ser agora: ploft! É essa certeza de finitude que faz eu continuar suportando a trivialidade da vida. Que boa notícia: um dia, enfim, eu acabo. Ufa! Saio dessa barulheira para o silêncio absoluto. Mas enquanto esse dia não chega, preciso seguir inventando novas razões para existir a cada dia, a cada despertar. Viver nada mais é que preencher o nosso tempo inventando coisas para fazer. Qualquer coisa: fritar um ovo, pintar as unhas, escalar o Everest. É o Tempo – esse déspota filho da puta – que nos governa com mão de ferro. A ele devemos obediência, saciando as suas vontades extravagantes para não sermos castigados com o Tédio. Ontem, fui para a cozinha e fiz um bolo de sorvete. Hoje, ainda não consegui inventar nenhuma razão nova para existir. Como a maioria dos meus dias, hoje vou ter que me contentar com as sobras de ontem.(marcos guinozaem)

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

(UM POEMA DE LANGSTON HUGHES) TADUÇÃO DE FERNANDO CAMPANELLA

(UM POEMA DE LANGSTON HUGHES) TADUÇÃO DE FERNANDO CAMPANELLA Conheço os rios: rios ancestrais como o mundo e mais remotos que o fluxo de sangue humano em veias humanas. Minha alma tornou-se profunda como os rios. Banhei -me no Eufrates quando a aurora era ainda criança. Construí minha choupana às margens do Congo que me adormecia com suas canções de ninar. Voltei meus olhos ao Nilo e acima dele alcei as pirâmides. Ouvi o canto do Mississipe quando Abe Lincoln até Nova Orleans por ele navegou e vi seu coração lamacento dourar-se por inteiro a cada declinar do sol. Conheço os rios, rios nevoentos, imemoriais. Minha alma tornou-se profunda como os rios.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

DIAS DIFÍCEIS

Estamos vivendo uma época bastante estranha. Muitas pessoas sentem desanimo, frustração e não encontram muito significado em alguns acontecimentos do mundo. Outras sentem uma diminuição de energia e até mesmo da saúde. O que está acontecendo? Não dá mais para fazer de conta que não está acontecendo nada. Até mesmo o planeta está mostrando mudanças sérias na sua natureza e, consequentemente, vai nos obrigar a mudar a forma como entendemos a palavra Evolução. Na verdade, a Terra está se preparando para uma nova forma, ou melhor, uma nova frequência. O que é exatamente isso? Nada mais é que um novo estilo de vida que nos obrigará a sermos mais cooperativos. Ou mais amorosos, que significa praticamente a mesma coisa. A escolha é simples: vou continuar sendo mais materialista ou mais espiritual? Chegou a hora de decidir. Pequenas mudanças vão começar a acontecer para estimular essa decisão, motivando as massas a escolherem um novo tipo de vida. Pense um pouco no sistema monetário de hoje, que privilegia poucos. Você já deve saber, por exemplo, que o poder do dinheiro está nas mãos dos banqueiros. Nos últimos 10 anos, muitas pessoas começaram a descobrir que isso tudo está errado. Foi aí que muitos quiseram literalmente sair do sistema, o que visualizamos no movimento hippie. Os valores antigos, baseados somente no lucro, vão mudar. Mas a mudança só ocorrerá quando uma grande quantidade de pessoas despertar. Por isso, a importância agora da decisão. É difícil reclamar de tudo isso. Mas é mais difícil ainda criar um novo sistema. Entretanto, se você se conectar com a sua consciência superior (coração), pode perfeitamente viver a sua vida de acordo com o que acredita que é certo. Se emprestar dinheiro, pense na real importância de cobrar juros. Algumas pessoas cobram juros de seus próprios amigos! De qualquer forma, não deixe que o mundo mude você. Você também não precisa mudar o mundo. Você não precisa de sucesso. Precisa ser fiel a você mesmo. Fiel a quem você é. E não ser um robô do sistema. Faça o que seu coração manda. Seja fiel ao amor. Nesse ponto fica uma pergunta: qual a diferença entre ilusão e realidade? Se você não experimentar amor, você experimenta a ilusão. A vida não é complicada. A mente é que complica tudo. Por isso, é preciso aprender a equilibrar as energias. Primeiro, lembre-se que quando você tem consciência o tempo todo de como você se expressa, há equilíbrio. Se ninguém resistir á você, ou seja, se você expressa luz, há impacto em todos ao seu redor. Se você encontrar alguém com pouco entendimento, diminua um pouco a sua luz para não assustar o outro. É preciso eliminar a mania que muitos tem de viver em competição. Permita que as coisas venham para você como elas são, assim você equilibra naturalmente as suas energias. Permita que as pessoas sejam como elas são. Cada momento é novo. E durante esse momento nós precisamos ficar sensíveis e sem vontade de controlar. É preciso definir melhor o que você quer da vida. É preciso mais foco. A propósito, os relacionamentos são chaves para o despertar. E para terminar, anote: sem confiança não há luz. Sem luz, não há vida. Robert Happé

sábado, 29 de setembro de 2012

> Difícil não amar gente inconformada, num mundo de mansos” – Alcir Pécora sobre Roberto Piva . Ando, nestes últimos dias, absolutamente louca. Louca quieta, mas, ainda assim, louca.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A pior prisão é aquela da qual não se foge. A prisão de si mesmo.. Já perco tempo demais falando com as outras vozes na minha cabeça.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

APENAS

O cheiro da pólvora ao riscar o fósforo. A água fervendo no fogão . O café sem açúcar. As ruas ainda vazias. Os pés pisando em folhas secas. O primeiro raio de sol batendo no rosto . A música tocando nos fones da alma. O cachorro de rua abanando o rabo. O plástico bolha. A palavra escrita. . Os sonhos de quem não dormiu ainda acordados. As angústias dormindo até mais tarde. Meus dilemas sonolentos e silenciosos até agora. O banho quente e demorado antes de ir para o trabalho: de todas as minúsculas felicidades do meu dia, nenhuma até agora inclui pessoas.
“Nada sei do tempo. Sou novo a cada dia. Nasço quando acordo de manhã, envelheço no correr do dia e morro à noite quando vou dormir” – Paul Auster, em Cidade de Vidro / A Trilogia de Nova York

sexta-feira, 17 de agosto de 2012




O jogo recomeça… a tarde escura

Ameaçando chuva, o vento uivando…

Enquanto observo a rua, o céu, chorando,

Renova-me as fraquezas já sem cura…



A chuva, gota a gota, já perfura

O abrigo que me estive improvisando

Até que inteiramente o vai molhando

E dissolvendo a frágil cobertura…



Recolho o tabuleiro. A noite chega…

Mais gota, menos gota, eu acredito

Que a chuva possa ter o estranho fito



De dissolver tão só quem se lhe nega…

[se desisti de um jogo, assim, perdido,

foi porque ele nunca fez qualquer sentido…]







Maria João Brito de Sousa

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

domingo, 12 de agosto de 2012

que merda

“O segredo é não ir atrás das borboletas, é cuidar do jar…” AH, CALA A BOCA!
Estou de saco cheio com um monte de gente cheia da razão. É gente por todos os lados me falando o que fazer, o que pensar, o que falar, como se elas sempre soubessem o que fazer. Parece que as pessoas tem um “Manual de Como Lidar Com Isso” para todas as coisas que acontecem. A gente compartilha um acontecimento e lá vem a enxurrada de opiniões e modo de fazer. Ninguém tem certeza de nada! E eu já cansei de quebrar a minha cara ao fazer o que as pessoas me diziam ser o certo. E olha só, aqui eu falo das opiniões das pessoas que eu gosto, das pessoas que me querem o bem, porque as outras do contrário eu nem sei quem são.

Não que seja uma questão de ingratidão, mas sim de respeito com o que estou vivendo. Nem sempre quando eu digo algo, quero ouvir algo em troca. Tem horas que eu só quero um par de ouvidos emprestado. Veja, não é querer demais, não que eu queria as coisas do meu jeito, acontece que eu não aguento mais ser julgado pelas coisas que eu faço ou deixo de fazer. Faço um A e lá vem gente opinando, faço Z e vem gente com o dedo na cara, que merda! Isso sem contar esse monte de frase feita de efeito retardado, porque olha, se a vida fosse baseada em tudo que é frase que eu leio por aí, isso não seria vida, seria o céu. E entenda, não que eu não acredite e que eu não ache bonito e motivador, mas, a vida é bem mais que frases, a vida é cair, ralar o joelho e depois comemorar o joelho curado, é altos e baixos, é arriscar e quebrar a cara e depois comemorar uma vitória nova. Só que tem gente que vê a vida como se fosse um arco-íris, e eu prefiro ver da forma que ela se apresenta pra mim todos os dias. A vida real não é o que as séries americanas mostram. Depois de muito sangrar o rosto, o que desenvolvi foi um jeito de ver romance nos dias cinzas e não só naquele nascer do Sol que todo mundo acha bonito, aprendi a valorizar meu sono, meu despertar, minhas refeições, minha saúde, e por consequência, estarei respeitando minha vida e tudo que a envolve.

Eu só cansei das minhas coisas sempre parecerem fáceis de resolver. Veja bem – gosto muito de explicar tudo -, não estou dizendo também que as minhas coisas são as piores que existem, mas elas são as minhas piores coisas, sabe? A minha solidão é sim terrível, muito embora existam pessoas mais solitárias e com mais motivos pra reclamar do que eu, mas como estou falando da minha vida, é exclusivamente à ela que me refiro. Eu não aguento mais tanto moralismo barato, aprendido em livros de auto-ajuda ou em frases de para-choque de caminhão . Estou por aqui com o monte de sorriso ensaiado e expressões de amizades de conveniência do tipo: “Precisando, só me procurar!” Será que vou ser realmente atendido se eu procurar? Mas isso já é outra história.

E se quer saber, eu gosto de ajudar, mas não gosto de fazer o bolo pra pessoa, dou alguns ingredientes e ela que faça o bolo que quiser.

Por essas coisas que tenho evitado contar minhas coisas para as pessoas, mesmo para as mais próximas. Vou dar um tempo para a minha vida e para a cobrança que faço dela. E vou me permitir cegamente viver o que ela tiver para me oferecer, talvez seja na ousadia da incerteza que encontrarei a minha felicidade. A minha, não a das pessoas, estou falando da minha como indivíduo, sem essa de “pensar nos outros”, não AGORA, agora eu quero pensar em mim. Já errei muito nessa vida por me colocar no fim da lista de prioridade.

Já rezei muito para que algumas coisas pudessem acontecer, já fiz promessa e até simpatia, até que eu larguei mão e desistir de querer prever o futuro. Comecei a acreditar que as coisas que acontecem na minha vida foram escritas para acontecerem comigo e não com as outras pessoas. E aí, eu aprendo, caindo e levantando, a lidar com cada surpresa que acontece comigo.
Só não quero mais ser mal interpretado. Não posso postar uma música mais tristinha na internet que já vem gente perguntando se está tudo bem. Po, calma, é só uma música, eu não sou e nunca serei de esconder as coisas que eu sinto. Só não leve e vida tão a sério.

Não sei se está fazendo sentido tudo que estou falando, espero que sim. O resumo é que eu quero espaço pra poder viver as coisas do meu jeito. É claro que vou continuar pedindo a opinião das pessoas e muitas vezes vou fazer o que sugeriram, mas eu nunca vou concordar que só existe um caminho à ser seguido, eu nunca vou acreditar no “Não liga, essa pessoa precisa correr atrás de você”, nunca vou acreditar em uma só verdade, eu vou ligar se me der na telha e sou totalmente consciente das consequências das minhas ações. As lágrimas serão só minhas, bem como os sorrisos. E por favor entenda, não é egoísmo, nem diria amor próprio, é liberdade sentimental. Deixa eu fazer a curva do meu jeito assumindo meus riscos.

Sobre aquilo lá das borboletas e do jardim, é bonito de se falar, mas outra história é praticar, né?

Vivo dias cinzas de inverno onde só corações abraçados podem aquecer.

do blog.... um travesseiro para dois

terça-feira, 7 de agosto de 2012

vidinha + ou menos

E daí que você levanta todas as manhãs. E toma café, come pão com
manteiga, ou, talvez, torrada e geléia se o humor não estiver bom.
Trabalha, atende ao telefone, paga as contas, estuda para ganhar algum
$ a mais, pega trânsito, vê um programa ou outro na televisão. Foge
dos perigos, dos imprevistos, dos medos, da solidão. E você até beija
na boca, viaja, lê bons livros, vai ao teatro, cinema, ouve música,
fala com os amigos. E daí você se levanta, de novo, na manhã seguinte.
E toma café, come pão, torrada, geléia, trabalha, fala ao telefone,
paga conta, estuda, pega trânsito, beija na boca, e foge dos perigos.

E? e… mais nada. É – quase sempre – assim todas as “manhãs”. Por anos.
E a gente pede para que o outro dia seja diferente. Meu Deus (se é que
você existe)! me deixe comer tapioca pela manhã, ou qualquer outra
coisa que só se conhece pelo nome, desvie meu caminho, e me encha de
situações desconhecidas. Mas, não… não me deixe com as mesmas
situações de sempre! Ok? alôôô!!! Hã? Sério? Problema meu? Mesmo? Ah
tá…

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

what?

.mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio deste lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado comigo: Um dia encontro." créditos: "Morango e Estrelas"

LINDO ESSE TEXTO!

'Que eu aprenda a guardar segredos sem jurar por Deus. Que eu tenha menos vaidade e mais realidade. Que eu invente mentiras convincentes para deixar as verdades com ciúmes. Que eu perca o pavor de supermercado. Que eu não pense na morte antes de dormir. Que eu volte a rezar sem querer. Que eu possa nadar na neblina. Que eu não tenha receio de ser ridículo. Que eu faça amigos falando do tempo. Que eu pare de fumar. Que os ex-fumantes parem com os sermões. Que eu escreva nos livros o que os livros me escrevem. Que eu possa brincar mais sem contar as horas. Que eu use somente as palavras que tenham sentido. '

[Fabricio Carpinejar

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

NÃO HÁ SÓ UM AMANHÃ

E a gente não conhece os limites. Escrevemos como se não houvesse amanhã. Assistimos como se não houvesse amanhã. Amamos como se não houvesse amanhã. Choramos como se não houvesse amanhã. Brincamos, gritamos, cantamos, nos apaixonamos, nos rebelamos, nos machucamos, sonhamos... como se não houvesse amanhã.

E então, quando o amanhã chega, já sentimos tudo que tínhamos para sentir e ele se torna vazio.

Mas sabe qual é a nossa sorte? É que se você parar para pensar, não há um amanhã.

É sempre o hoje.

Hoje.

Agora!

(JADE AMORIM)

"É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há"
Pais e Filhos - Legião Urbana

sexta-feira, 27 de julho de 2012

LIVRA-ME DOS NORMAIS

“Normais levantam, reclamam, vestem, irritam-se, xingam e cumprimentam sempre da mesma forma. Dão as mesmas respostas para os mesmos problemas. Tem o mesmo humor no serviço e em casa. Petrificam sorrisos no rosto, dão presentes sempre nas mesmas datas. Enfim, tem uma vida estafante e previsível. Fonte para vazios e enfados. Normais não surpreendem, não encantam. Deus, livra-me dos normais.”

- (Augusto Cury)

sexta-feira, 20 de julho de 2012

romeu da silva melo silva

Essência do amor de Deus*

Colhi de meu jardim interior uma rosa.
Única e especial.
E esta, hoje, é a rosa que te oferto.
Certo que ela nunca será apenas uma flor.
Pois ela traduz e revela o meu carinho
em forma de um simples botão.
Que é um pedaço da minha paixão.
esta rosa traz, até mim, o teu perfume.
Desejo que tudo o que você
sonha se transforme em realidade
Que o amor pelo próximo seja
uma constante no seu viver e
que a sua jornada esteja
sempre repleta de sucessos
* Essência do amor de Deus*

Estas flores são para Você!

beijosss

GENTE CHIQUE

Se existe uma coisa que admiro e tento (inutilmente) imitar é: gente chique.

Gente chique não manda ninguém tomar nos orifícios - que é uma coisa
muito rude e primitiva. Gente chique fica na sua, como se estivesse em
um trono sob câmeras e holofotes.

Só que algumas vezes a pressão é tão grande e o aborrecimento tão
avassalador, que é lógico: temos que extravasar nossa contrariedade e
colocar ordem no barraco recinto. É aí que entra a simpática figura do
coquinho rolando pelo gramado do palácio, seguida de um bobão correndo
atrás, mostrando os fundilhos encardidos e sendo caçoado pela
criadagem. Eu explico:

"Vá catar coquinho" é a maneira mais simpática que conheço de chutar o
balde sem perder a compostura. A expressão tem a dose certa de humor
que desarma o ser xingado. Desarma porque a intenção era aborrecer,
mas você está se divertindo com ele, que se pretende grave. Se ele
queria te tirar do sério e você retruca com algo rápido, leve e
desinteressado:

- "Você é tão reles mas tão reles que não inspira ofensas muito
sérias ou aviltantes. Sua figura está mais para bobo da corte do que
vilão palaciano. Então vá catar coquinho!"

- "Se eu apreciasse amenidades, riria da sua figura. Mas como você
não chega a tanto, só me resta expressar meu apreço pela sua ausência.
Por favor, vá catar coquinho no despenhadeiro lá da esquina."

- "Uma morte sangrenta é romântica demais para direcioná-la a você.
Sua figura não cabe em dramas, mas em comédias. Não dá nem para eu me
aborrecer a contento. Vá catar coquinho."


Quando você ordena que alguém cate cocos pequenininhos, acredite: você
imediatamente ganha estatura. É imediatamente catapultado do chão à
nuvem mais próxima.

Você de um lado, os coquinhos do outro: quem tem aspecto mais
imponente? Você! E a imagem do seu oponente retirando-se
envergonhado, confuso, com o rabo entre as pernas e uma cesta na mão
indo atrás coquinhos... Não é delicioso? (CRISTINA FARAON)

terça-feira, 17 de julho de 2012

ANA JÁCOMO

É fácil amar o outro na mesa de bar, quando o papo é leve, o riso é
farto, e o chope é gelado. É fácil amar o outro nas férias de verão,
no churrasco de domingo, nas festas agendadas no calendário de vez em
quando.
Difícil é amar quando o outro desaba, quando não acredita em mais
nada. E entende tudo errado. E paralisa. E se vitimiza. E perde o
charme. O prazo. A identidade. A coerência. O rebolado. Difícil amar
quando o outro fica cada vez mais diferente do que habitualmente ele
se mostra ou mais parecido com alguém que não aceitamos que ele
esteja. Difícil é permanecer ao seu lado quando parece que todos já
foram embora, quando as cortinas se abrem e ele não vê mais ninguém na
platéia. Quando o seu pedido de ajuda, verbalizado ou não, exige que a
gente saia do nosso egoísmo, do nosso sossego, da nossa rigidez, do
nosso faz-de-conta, para caminhar humanamente ao seu encontro. Difícil
é amar quem não está se amando. Mas esse talvez seja, sim, o tempo em
que o outro mais precisa se sentir amado. Eu não acredito na
existência de botões, alavancas, recursos afins, que façam as dores
mais abissais desaparecerem, nos tempos mais devastadores, por pura
mágica. Mas eu acredito na fé, na vontade essencial de transformação,
no gesto aliado à vontade, e, especialmente, no amor que recebemos,
nas temporadas difíceis, de quem não desiste da gente.”

3ª etapa mineiro treino

CHICO BUARQUE

“(…) E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego.” (Chico Buarque)

sexta-feira, 13 de julho de 2012

(Moinhos de Vento, George Orwel)

Todos eles pareciam destinados, como por uma maldição, a uma
existência desalentadora, mesquinha, limitada. Nenhum deles jamais
havia feito alguma coisa. Eram pessoas do tipo que, em todas as
atividades imagináveis, mesmo que fosse apenas a de entrar num ônibus,
são automaticamente empurradas para fora do centro das coisas
(Moinhos de Vento, George Orwel)

terça-feira, 10 de julho de 2012

Angela ro ro quero mais

(Moinhos de Vento, George Orwell)

Todos eles pareciam destinados, como por uma maldição, a uma
existência desalentadora, mesquinha, limitada. Nenhum deles jamais
havia feito alguma coisa. Eram pessoas do tipo que, em todas as
atividades imagináveis, mesmo que fosse apenas a de entrar num ônibus,
são automaticamente empurradas para fora do centro das coisas
(Moinhos de Vento, George Orwell

eita.... vidinha + ou -

E daí que você levanta todas as manhãs. E toma café, come pão com
manteiga, ou, talvez, torrada e geléia se o humor não estiver bom.
Trabalha, atende ao telefone, paga as contas, estuda para ganhar algum
$ a mais, pega trânsito, vê um programa ou outro na televisão. Foge
dos perigos, dos imprevistos, dos medos, da solidão. E você até beija
na boca, viaja, lê bons livros, vai ao teatro, cinema, ouve música,
fala com os amigos. E daí você se levanta, de novo, na manhã seguinte.
E toma café, come pão, torrada, geléia, trabalha, fala ao telefone,
paga conta, estuda, pega trânsito, beija na boca, e foge dos perigos.

E? e… mais nada. É – quase sempre – assim todas as “manhãs”. Por anos.
E a gente pede para que o outro dia seja diferente. Meu Deus (se é que
você existe)! me deixe comer tapioca pela manhã, ou qualquer outra
coisa que só se conhece pelo nome, desvie meu caminho, e me encha de
situações desconhecidas. Mas, não… não me deixe com as mesmas
situações de sempre! Ok? alôôô!!! Hã? Sério? Problema meu? Mesmo? Ah
tá…

carpinejar

'Que eu aprenda a guardar segredos sem jurar por Deus. Que eu tenha menos vaidade e mais realidade. Que eu invente mentiras convincentes para deixar as verdades com ciúmes. Que eu perca o pavor de supermercado. Que eu não pense na morte antes de dormir. Que eu volte a rezar sem querer. Que eu possa nadar na neblina. Que eu não tenha receio de ser ridículo. Que eu faça amigos falando do tempo. Que eu pare de fumar. Que os ex-fumantes parem com os sermões. Que eu escreva nos livros o que os livros me escrevem. Que eu possa brincar mais sem contar as horas. Que eu use somente as palavras que tenham sentido. '

[Fabricio Carpinejar]

terça-feira, 3 de julho de 2012

FECHANDO CÍRCULOS

Coloque fogo nesse peito. Acenda aquele velho cigarro companheiro. Bote
tuas botas de aço . Tua armadura de gente. Invente as tuas certezas.
Assanhe o cabelo... o torto sorriso amarelo ... e vá!!!! Esqueça o mau humor e o mau amor. E hoje,
coloque fogo neste peito Neste corpo, neste oco, neste ócio; Coloque
fogo nesse peito.

Augusto cury

"O pior cárcere não é o que aprisiona o corpo, mas o que asfixia a
mente e algema a emoção."[Augusto Cury]

sexta-feira, 29 de junho de 2012

"Mágoa é lamber frio o que o outro cozinhou
quente demais para nós".
(Guimarães Rosa, em Grande Sertão Veredas).

quinta-feira, 28 de junho de 2012

SEM CERTEZAS

Não é justo a gente andar por essa vida com tão poucas certezas. Temos
algumas que não chegam a meia dúzia. O resto fica por conta do
destino, da meteorologia, dos dados, do fígado, da bosta de - digo -
bolsa de valores, do cachorro do vizinho, de uma pedrinha no rim.


Uma máquina útil, é tudo o que peço!

PODE SER

-- Eu tenho certeza que o que focamos é no que nos tornamos.
Tento digerir a mudanças essenciais e necessárias...

sexta-feira, 22 de junho de 2012

SARAMAGO

Dentro ou fora de mim, todos os dias acontece algo que me surpreende,
(...) desde a possibilidade do impossível a todos os sonhos e ilusões.
(José Saramago)

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Procuro despir-me do que aprendi.

Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram, e raspar a
tinta com que me pintaram os sentidos,

Desencaixotar minhas emoções verdadeiras,

Desembrulhar-me e ser eu...


[Alberto Caeiro]

segunda-feira, 11 de junho de 2012

OUSE VIVER

“Ouse, ouse… Ouse tudo! Não tenha necessidade de nada! Não tente adequar sua vida a modelos, nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém. Acredite: a vida lhe dará poucos presentes. Se você quer uma vida, aprenda… A roubá-la! Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer” – Lou Salomé

segunda-feira, 4 de junho de 2012

COMPLETUDES

Se completam por não sentirem qualquer necessidade um do outro, por não haver nenhum sentido para aquela pessoa continuar ali ou para ela ir. A completude se dá ao unirem-se pela liberdade de serem dois e desejarem continuar sendo dois. Se completam por não precisarem se completar. Se completam por razão nenhuma.

domingo, 3 de junho de 2012

HILDA HILST

Um coração minúsculo tentando /escapar de si mesmo
Dilatando-se / À procura de puro entendimento
Hilda Hilst, no livro “Com os meus olhos de cão”

sábado, 2 de junho de 2012

RECONHECENDO OS DESEJOS

Em junho quero comprar tapetes pra minha sala. Quero parar de fugir
das pessoas. Quero terminar de ler as 715 páginas de “Doutor Fausto” –
para poder começar as 1045 de “A Montanha Mágica”.. Quero pintar minha cristaleira
branca de turquesa. Quero ler o livro “A trégua“, do Benedetti.


Quero responder emails. Quero falar com os amigos. Quero voltar a sorrir... tipo
risada mesmo.
Quero perder 3 quilos. Quero ir à academia.
Quero encher as paredes de quadros.
Quero cozinhar para os meus amigos , na minha casa.
Quero responder aos comentários e escrever mais no blog, ainda que só
besteira. Quero comprar vários pares de meias (de dedinhos, de
preferência).

Mas, ai que preguiça…

quarta-feira, 30 de maio de 2012

PAPOS MOTIVACIONAIS

O Facebook é um viveiro de frases motivacionais. Frases, imagens,
declarações, empurrões, reflexões, puxões de orelha... Tudo liiindo! E
inócuo. Debalde. Em vão.



Não sei se o mal está em mim. Talvez simplesmente eu tenha acordada
mau humorada mas não me sinto ajudada em nada com frases gloriosas do
tipo "O momento de ser feliz é agora" "Só depende de você!", "Pra
quê mágoa? Livre-se disso!", "Rancor faz mal à saúde", "Quando
levantar da cama, simplesmente decida ser feliz!" "Felicidade só
depende de você. Comece agora! Já! Imediatamente! Iupiii!!" Saco.
PAPOS MOTIVACIONAIS

Não estou dizendo que não seja verdade nem que a felicidade não
dependa de perdão. Depende sim, disso e de outras coisas incríveis. O
problema é que sair declarando isso em frases leves dá a entender que
a realidade não é complexa e que todos as pessoas tristes são, de
fato, uns idiotas. Afirmar que basta levantar da cama, olhar o sol e
decidir que "hoje vou ser feliz"... Isso é zombar da cara dos
outros.


Vivo lendo essas pérolas da elevação espiritual mas nunca reparei
nenhuma evolução em meu ser devido a essas leituras. Agora pense em
uma pessoa que esteja profundamente magoada: será que ela vai
conseguir se livrar da dor só porque viu um ursinho florido no
Facebook segurando uma placa com os dizeres "Não vale a pena guardar
mágoas" ?


Aliás, se estou com raiva e leio essas coisas acabo ficando com mais
raiva ainda. Juro. Ou porque as frases não levam a nada e parecem
zombar da minha dor ou porque quem postou quer que eu acredite que ele
vive flutuando em uma nuvem acima de todas as iras.


Sabe o moleque safo que faz malabarismos incríveis no skate? Pois é,
ele passa e grita para os amigos: "vejam só como é fácil! Não sejam
bobos! Qualquer um faz!"


Alguém parece rir de mim com essas frases edificantes; ou quem
conseguiu e sabe que não vou conseguir ou quem fez de conta que
conseguiu e está rindo de quem ficou encucado.


Isso tudo é como tentar resolver o problema dos gordos dizendo:
"EMAGREÇA HOJE!" Como é que você acha que o gordo se sente? "É fácil!
Basta comer menos! Qualquer um faz!"


"Seja Feliz!", em meus ouvidos, soa igualzinho a "Emagreça!". Não
serve para nada.


Só pra robustecer essa minha tese, amanhã vou acordar, olhar o sol e
decidir que "hoje vou ser feliz! Hoje nada me afeta!!!" Se
funcionar... eu vou ficar com cara de tacho mas vai ser legal. Se não
funcionar eu vou voltar aqui só pra dizer "eu sabia que era furada!"


Aguardem. CRISTINA FARON

domingo, 27 de maio de 2012

"...mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio deste lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado comigo: Um dia encontro." créditos: "Morango e Estrelas

Gabriel Garcia Marquez [Cem anos de solidão

Seu coração de cinza amassada, que tinha resistido sem fraquejar aos golpes mais certeiros da realidade cotidiana, desmoronou nos primeiros embates da nostalgia. A necessidade de sentir-se triste ia se transformando num vício conforme os anos a devastavam. Humanizou-se na solidão. Gabriel Garcia Marquez [Cem anos de solidão]

FERNANDO PESSOA

"Segue teu destino, regue as tuas plantas, ama as tuas rosas, o resto é sombra das árvores alheias." (Fernando Pessoa

quinta-feira, 24 de maio de 2012

MAL- AMADOS

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome. O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos. O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina. O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos. Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina. O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água. O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome. O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel. O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso. O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala. O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte. . “Os Três Mal-Amados”, do livro “João Cabral de Melo Neto -

Obras Completas”, Ed. Nova Aguilar S.A. - Rio de Janeiro, 1994, pág.59.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

ASSIM...

Entre um voo e outro, a corda bamba.
Ando. Perigosamente ciente de mim.

O poder dos Quietos

“O amor é essencial; a sociabilidade é opcional. Valorize aqueles mais próximos e queridos para você. Trabalhe com colegas de quem goste e a quem respeite, e não se preocupe em socializar com todos os outros. Relacionamentos deixam todos mais felizes, inclusive introvertidos, mas pense mais na qualidade do que na quantidade. O segredo da vida é colocar a si mesmo sob a luz certa. Para alguns são os holofotes da Broadway; para outros, uma escrivaninha iluminada.
Descubra qual deve ser a sua contribuição para o mundo e assegure-se de contribuir. Se para isso for necessário falar em público ou desempenhar outras atividades que o deixam desconfortável, faça assim mesmo. Mas aceite que são atividades difíceis, treine o necessário para facilitá-las e recompense a si mesmo quando terminar.
Aqui está a regra para eventos de networking: uma nova relação realmente boa e honesta vale uma dezena de cartões de visita.
Passe seu tempo livre como quiser, não da maneira que acha que deve. Fique em casa no ano-novo se é o que o deixa feliz. Falte a uma reunião. Atravesse a rua para evitar conversar banalidades com conhecidos aleatórios. Faça um acordo consigo de que irá a um certo número de eventos sociais em troca de não se sentir culpado quando faltar.

Se você for um gerente, lembre-se de que parte da sua mão de obra é introvertida, quer pareça, quer não. Pense duas vezes na maneira como dispõe o escritório de sua empresa. Não espere que introvertidos fiquem empolgados com escritórios abertos, festas de aniversário na hora do almoço, ou viagens de construção de equipe.
Quem quer que você seja, tenha em mente que as aparências enganam. Algumas pessoas agem como extrovertidos, mas o esforço custa-lhes a energia, a autenticidade e até a saúde física. Outros parecem distantes e reclusos, mas suas paisagens interiores são ricas e cheias de atividades.
Sabemos pelos mitos e contos de fadas que há muitos tipos de poderes diferentes no mundo. O truque não é ter todos os tipos de poder disponíveis, mas usar bem o que você recebeu. Aos introvertidos é oferecida a chave para jardins privados cheios de riquezas. Possuir essa chave é cair como Alice no buraco do coelho. Ela não escolhei ir para o País das Maravilhas – mas transformou isso numa aventura que era nova, fantástica e pessoal”.
Para quem quiser ler o livro todo: O poder dos Quietos, Susan Cain, editora Agir

domingo, 20 de maio de 2012

REFLETINDO

A felicidade é algo tão momentâneo, tão relativo, que quando ela chega, lhe faz esquecer que em algum momento você não esteve satisfeito com a sua vida e quando ela vai embora, lhe faz esquecer que sequer em algum momento ela existiu.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

A menina sentada sozinha, no banco daquela ruela torta, transborda numa tristeza delicada, feminina, solitária. Ela não entende porque os adultos desaprendem o amor, porque permanecem em histórias que não acreditam mais, e inventam distâncias que não existem, nem porque têm medo de revelar o querer, de repetir o revelado, de guardar o repetido.
Há também o sentimento de que suas alegrias andam muito pensadas, e talvez por isso pareçam sempre tão menores. Ela sente um frio, mas continua ali, sem querer se levantar, sem ânimo para ver do que a vida é mesmo feita. Porque têm coisas que parece que só ela acredita...
Porque o amor deveria ser urgente, as pessoas deveriam ignorar os medos intangíveis, e saber viver os instantes.
A menina ainda acredita no amor.
Mas, como saber o que é certo ?
(Eucaliptos na janela)
“Vou me explicar. Para ver uma coisa, é preciso compreendê-la (…) A curiosidade pôde mais que o medo,
e não fechei os olhos” – Jorge Luis Borges, no conto There are more things

domingo, 13 de maio de 2012

VOCÊ TEM UM BARQUINHO

Você fica se quiser. Há sempre uma chance de deixar tudo para trás. Há sempre um barquinho esperando pacientemente por você."

Verdade. O problema é que poucas pessoas enxergam esse barquinho, que está sempre por perto, flutuando em nossas águas. Ele não nos agride com propostas; ele é a proposta silenciosa que todos deveríamos escutar.

Algumas pessoas não ousam nem abrir a janela, nem respirar o ar puro . Como então enxergar um horizonte que possa ser cavalgado? A maior parte das janelas estão desertas, intocadas. A maior parte das janelas são virgens, não tem olhos sonhadores. Mas há janelas, há um horizonte infinito e um barquinho silencioso e promissor.

Converso com amigos e amigas, e todos têm problemas. E todos tem barquinhos azuis esperando para zarpar há anos, mas têm medo. Poucos entendem que não há carma, que não já fatalidade que não possa ser subjugada.

Acho que a mensagem mais libertadora do mundo é essa: há um barquinho esperando por você.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Às vezes a menina dava prá falar de amor.
Era o jeito que tinha prá chegar à vida dele.
Engraçado. Nessas horas ela era tão óbvia.
Quanto mais falava, mais ficava indefesa.
Cada vez mais à deriva.
Ia falando do amor, e perdendo consistência...
Perdia também a convicção.
A menina perdia tudo.
Menos a coragem.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

um dia de cada vez

- Se não tiver ninguém por perto eu choro mesmo.

.Não sei dizer se é agonia. Talvez eu chore apenas porque sou essencialmente só..... E vivo um dia de cada vez... Ahhhh Um dia a gente acaba sabendo tudo.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

CAZUZA

“A gente aguenta como da, sorri falso enquanto pode, e finge que está bem enquanto consegue.”

- Cazuza

sexta-feira, 20 de abril de 2012

dias estranhos

"Nesses dias tão estranhos" eu só tenho pensado em viver "in spite of all the danger". Viver bem e feliz e chorar quando preciso for. Tenho me assustado com o que vejo, com as pessoas, com o que sinto. Síndrome de pânico? Não. Talvez, seja a síndrome da "lucidez perigosa" de Clarice. Nessa eu acredito. Sei que, às vezes, é preciso deixar ir. Seja o que/quem for.

O VAZIO É VIVER SÓ


Escrito por Vini Manfio C.Q.T.S.'06 # 7 Acordar e renovar, revigorar o que está cansado. Independentemente de sol ou, como agora, chuva lá fora. Restabelecer a tranquilidade depois de um pedaço de noite preocupante. Quando um ponto médio parecia ter sido alcançado, voltam os mesmos medos, acentuados pelo inexplicável e em formas diversas pela grande variedade de situações a serem consideradas. O que era insegurança voltou a desaparecer, a convicção está acima e sempre estará diante daquilo que é somente passageiro. O medo inconsciente, humanamente inevitável, que se manifesta com duvidas condicionadas a outras respostas, tem seu fim sendo sobrepujado pela verdade, por aquilo que é sinceramente verdade. Incondicionalmente verdade.

Lobão - Me Chama ( Acustico )

sexta-feira, 13 de abril de 2012


Eu quero crescer. Juro, quero mesmo. Quero aprender línguas que não sei. Quero conhecer novas culturas, povos, lugares. Quero me desapegar do velho. Quero não me fechar para as mudanças e para o novo. Quero dar amor, afinal, é ele a grande essência da vida. Quero não acumular rancores nem alimentar mágoas. Quero aprender a me pedir desculpa. Quero abandonar algumas saudades. Quero aprender a conviver com o que não posso modificar. Quero me mover mais e mais e mudar o que está ao meu alcance. Quero pouco e quero muito. Quero nada e quero tudo. Quero esquecer o que precisa ser esquecido. Quero nunca deixar de sorrir. Quero aprender a descascar laranja. Quero perder o medo de trovão. Quero ir. E vir. Mas nunca, nunca mesmo, deixar de sentir

JURO


Eu quero crescer. Juro, quero mesmo. Quero aprender línguas que não sei. Quero conhecer novas culturas, povos, lugares. Quero me desapegar do velho. Quero não me fechar para as mudanças e para o novo. Quero dar amor, afinal, é ele a grande essência da vida. Quero não acumular rancores nem alimentar mágoas. Quero aprender a me pedir desculpa. Quero abandonar algumas saudades. Quero aprender a conviver com o que não posso modificar. Quero me mover mais e mais e mudar o que está ao meu alcance. Quero pouco e quero muito. Quero nada e quero tudo. Quero esquecer o que precisa ser esquecido. Quero nunca deixar de sorrir. Quero aprender a descascar laranja. Quero perder o medo de trovão. Quero ir. E vir. Mas nunca, nunca mesmo, deixar de sentir

quarta-feira, 11 de abril de 2012

DOS CONSTRANGIMENTOS E EXPLICAÇÕES

Eu devo. Pro cartão de crédito, é claro. Antes fosse só para ele. Devo também visita aos amigos, respostas aos comentários do bloguito, sem contar os emails acumulados de pessoas queridas e amadas (LÚ, me perdoa! amo-te), mais sexo pro namorado, e presença em festa de aniversário – da minha irmã (sim, eu faltei). Acho que nunca estive tão em débito com tudo. Uma mistura de excesso de coisas pra fazer e o fato de ser centralizadora. Não sei, também, fazer as coisas pela metade. Então, o dia nunca é suficiente.poxa. E, ainda tem tanta coisa pra fazer que estou com vontade de “jogar a toalha” e fugir – o que não seria má ideia embora não resolva nada. Daí você me pergunta: “mas, que hora você acordou?”. E eu respondo: “Nem fui dormir ainda“. Como me sinto? Sem dúvida, uma bitch sem consideração e sempre em dívida. But, no entanto, tranquila. Fazendo as coisas dentro do tempo que me é possível . Fico invejando e me perguntando como as pessoas arrumam tempo. … e durante a madrugada ainda tive que matar uma barata na sala. ow god! it’s my life. Mas, como disse o Dom Quixote, não é dado aos cavaleiros andantes (e, às “amazonas” em dívida com o mundo) queixar-se. Por isso, às vezes, sumo. Porque reclamar de tudo é para os “fracos” (ow, ow… eu não sou forte, mas, não curto “muro das lamentações”). Então volto (pro azar de vocês!). E, à propósito, sim, eu tenho medo de baratas. Devendo muito por aí também? Sobreviveremos?

“E se não me queixo da dor é porque não é dado aos cavaleiros andantes queixar-se de ferimento algum, ainda que por ele lhes saiam as tripas” – (Miguel de Cervantes, em Dom Quixote)

terça-feira, 10 de abril de 2012

Vitoriosa - Ivan Lins

BORDADOS DE MIM

Sou assim... Prosa e poesia canto e lamento alegria e solidão rosa nascida na pedra ave de asas cortadas vulcão que ainda fumega chuva em pleno verão Sou assim... Metáfora bordada nos versos do poema que o tempo não apaga Sou, enfim, bordados de mim 31/01/2007 Ariadna Garibaldi

ALMA TUA: COSTUMES

Costumo encostar-me a um canto, isolar-me das coisas, mastigar sentimentos, calando minha boca! Costumo aprender com os silêncios, com as sombras dos olhares, com restos de pensamentos, até o dia findar!

sábado, 7 de abril de 2012

“Adoraria encontrar alguém que, como eu, amasse a noite, a chuva e a solidão. Não para conversar, isso poderia incomodá-lo, mas para saber que não sou a única a perambular assim no escuro” – Régine Deforges, em O Diário Roubado ..
"Viver é um rasgar-se e remendar-se..." (Guimarães Rosa)

RECEBI DO LÚ

A vida tem coisas boas, veja só: tem chocolate e doritos, fanta e froot loops. Tem amigos que se preocupam e que nos querem assim, de qualquer jeito, simplesmente viva. Tem amor e preocupação, daquelas de olho vermelho e noite de insônia que nos mostram o sentido da palavra família. Tem declarações mínimas de saudade e sorriso aberto de reconhecimento. A vida tem fatos curiosos e gente curiosa. Tem jus e deyves, rosas e flávias, tem cláudios e até uma pessoa sem nome chamada mãe. Tem corrente do bem, tem medo e doçura, tem defeitos que desaparecem só porque a gente sabe que todo mundo tem. Tem poesia baldia, que nasce na beirinha da calçada. Tem sonhos que se realizam e outros que inventamos só porque é bom demais inventar sonhos. Tem o minuto antes de dormir e o abrir dos olhos. Tem sol e chuva e sorte e azar. E tem o dia seguinte, pra ser o que a gente quiser. A vida tem mais coisas do que a gente consegue carregar. E cabe tanto! A vida tem a certeza de começar de novo, de dar tudo certo, de acreditar. Tem aqueles momentos em que somos a pessoa mais bonita do mundo, em que tudo parece combinar e a gente brilha sorrindo na frente do espelho. Tem dias de pés trocados. De pé frio. De pisar de meia no molhado. Tem até preocupações demais, pra gente rir no futuro. A vida tem coisas tão fofas quanto crianças e filhotes. E tem coisas que brilham e acendem e tilintam. Tem cheiro de pão quentinho. E tem cheiro de biscoito, pra ser melhor ainda. Tem presente de aniversário, de casa nova, de natal, de eu te amo. Tem telefonemas inesperados e aqueles que a gente espera com o coração na boca. A vida tem tanta coisa que leva uma vida inteira pra gente ver, cheirar, sentir… Bem-vinda à vida, amiga.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Ontem saí. Resumo: comi mais que o permitido. Sou de mão única. Porém, quando meu trem sai do trilho, beijo até mendigo. E isto não é preconceito. É manutenção de meu mecanismo. Meus pais são crentes e leem a Bíblia. Não me revolto por causa deles. Tenho fome desde que nasci. Fome de mim a me ver em outros. Por isso como muito e sofro meus pesares de indigestão.
Estou aprendendo a viver aos poucos. Esta semana, por exemplo, aprendi que não se pode dar nó tão bem atado em laços de sapatos. Nos cadarços. É preciso um pouco de leveza para que se possa sentir livre.

AFETO LITERÁRIO

-- (porque a vida é tão outra coisa) ― Já percebeu que todo mundo anda cometendo excessos? Falei muito alto? ― O problema não está em falar muito alto ou não. O problema está em dizer. Eu não quero ouvir essas coisas, sabe? Não quero mesmo. Olha o tamanho do sol. Tá vendo? Ele tá enorme e tá bonito. ― Mas querer ou não saber não vai fazer com que as coisas desapareçam. ― Eu sei. Eu também não quero que desapareçam. Eu só não quero saber delas. Vou te dar um exemplo bem simples. Quando não quero ver a bagunça alojada em meu guarda-roupa, eu simplesmente não abro o guarda-roupa. E, quando abro, porque eu preciso trocar de roupa, eu faço tudo muito rápido. Abro a porta, pego qualquer roupa e não dou atenção à bagunça. É mais ou menos por aí. ― Entendi. Mas seu guarda-roupa continua lá. Ele não some e a bagunça também não. ― Eu sei. ― Eu não entendo por que você evita falar em certas coisas. ― Eu não evito. Eu só estou me dando a chance de não falar a respeito. ― É mais fácil fingir, não é? ― Não, não é mais fácil fingir. Porra, você está me confundido. E o sol tá lindo. Olha lá aquela coisa ao redor dele. É tudo nuvem. Elas se condensam e formam um tipo de anel esfumaçado. Olha o azul do céu todo esfumaçado. Isso é perfeito. ― Até quando vai fugir? ― Perdi. Minha paciência morreu. Pode falar. Fale tudo que estiver pensando. Eu posso ouvir. Eu consigo. Mas não vou discutir. ― Eu só pensei a respeito dessa autodestruição que está rolando por aí. Já reparou nisso? Não percebe que tudo anda exagerado? ― Já reparei sim. ― Olha. Presta atenção. Eu tenho amigos. Eu converso com muita gente. E sabe o que vejo? Tudo é 80. ― Sim. Tudo é 80. ― É assim. Se alguém decide usar alguma química, vai usar até enfiar o pé. Se alguém decide trabalhar, acaba trabalhando tanto que se camufla. Tem gente que se torna crente e vai seguir ordem de igrejinha até ficar tão cego que nada mais fora da igrejinha faça sentido. ― Entendo. ― Eu conheço muita gente e converso com todo mundo. E todo mundo me parece tão exagerado, sabe? Gente que fica estudando, fazendo mestrado, doutorado, os diabos, se entupindo de alguma coisa que faça com que sintam algo ou não sintam nada. Conheço gente que escreve e passa horas falando nisso e vive tanto do que escreve que a vida se torna só aquilo. A gente exagera no mesmo tema e a vida é tão outra coisa. ― Sabe o que acabei de pensar? Naquele trecho... Você já tá pra lá de Marrakesh. ― Rindo de mim? ― Claro que não. Só estou ouvindo. Então as pessoas exageram. E o que mais? ― Elas se camuflam. Tem gente sofrendo pra ser o que precisa ser ou pra ser o que sente que deve ser e não consegue porque fica se sabotando. Ou o mundo sabota a gente. Já nem sei. ― Está falando de quê? ― De muitas coisas. É mais ou menos assim: quando alguém resolve transar, vai transar até ficar viciado naquilo. Quando alguém resolve gastar grana, vai gastar até quebrar. Falir. Quando alguém resolve ser o foda em tudo, vai e se torna o foda em tudo. Minha questão é: cadê a merda do meio termo? ― Talvez não exista o meio termo que você espera. ― Como assim? ― Sei lá. Eu disse que não queria falar. Eu só escuto. ― Começou a falar, agora termina. ― Tá bom. Esse meio termo de meia tigela que você está falando ele simplesmente não existe na concepção que você espera. ― Como assim? ― Porra, olha bem. Talvez o meio termo seja algo além do exagero. Algo como a bonança após tempestade. ― Eu tô aqui falando o tempo todo e você me vem com essa de chavão que explica tudo? Que bonança? Do que você está falando? ― Do exagero. Não era disso que você queria falar? Eu tô falando do exagero. Dessa coisa de viver tudo, fazer tudo, falar tudo. Não era esse o tema? ― Era sim. Mas você saiu do tema. Você fugiu. Você se camufla. ― Eu não me camuflo. Eu só não quero ver o formato das coisas. Não agora. Eu não tô a fim de ver o formato de nada. Eu só quero viver, sabe? ― Como você consegue agir assim diante de tudo que tá acontecendo? ― Não sei. Não tem fórmula. ― Mas existe algo que te basta? Você sente satisfação? Qual é o teu exagero? ― Eu não sei. Eu só quero olhar aquele sol ali que tá lindo com aquele rastro de nuvem todo esfumaçado em azul. É a minha decisão de agora. ― Assim? Tão simples? ― Eu só busco um foco. Eu não quero me perder pensando em coisas enormes, entende? ― Tá. Mas e daí? E quando este sol lindo da puta que pariu se pôr, o que você vai fazer? Em que vai pensar? ― Na lua, ora. Ou nas estrelas. ― E se estiver nublado, sem lua e sem estrela? ― Aí eu vou observar o céu nublado. Ou a chuva. E só.
Às vezes é preciso largar o vício que se tem de tentar amar todo mundo. Ou ajudar. Ou atender telefonemas. Às vezes é preciso deixar o telefone tocar. E ficar em silêncio. Às vezes é preciso ser um pouco mais honesta consigo mesmo e admitir: eu não consigo.
Às vezes é preciso largar o vício que se tem de tentar amar todo mundo. Ou ajudar. Ou atender telefonemas. Às vezes é preciso deixar o telefone tocar. E ficar em silêncio. Às vezes é preciso ser um po
“Somos todos da mesma carne, mas separados como estrelas. Tudo quanto acontece, quando é significativo, tem a natureza de uma contradição” – Henry Miller, em Trópico de Capricórnio

terça-feira, 3 de abril de 2012

OK

Você nao percebe que eu sou a soma dos meus dias?


Dos meus anseios, medos, desejos, vitórias, fracassos, sorrisos?


E o que eu busco agora é seguir o meu caminho, seja ele qual for...




Quem decide sou eu! OK?

segunda-feira, 2 de abril de 2012

VIVER.... REMAR....

Às vezes a gente se sente assim: no meio do mundo, no meio de tudo, mas tão, tão no meio que não esbarra em nada. Tão no meio que acaba sendo fora, na margem.

Viver, muitas vezes, é como remar silenciosamente dentro na cidade. Por mais que estejamos bem e tenhamos certeza de que aqui é mais fresco, mais espaçoso, mais livre, ainda assim nos sentiremos meio sozinhos, um tanto alheios.

sábado, 31 de março de 2012

PENSAMENTOS INSANOS

-Por que quando você experimenta roupa em lojas de departamento a menina que fica na porta do provador sempre pergunta: serviu?
-Por que insistem em fazer blusas com listas horizontais que não favorecem ninguém? Engordam e achatam.
-Por que tudo é feito ou de poliéster ou de malha que enche de bolinha na primeira lavagem?
-Por que as lojas ficam parecendo um enterro com tantos pretos, marrons e cinzas TODOS os invernos?
-Por que não existe um padrão de tamanho? Numa loja sou 36 e na outra sou 40!
-Por que as mangas das malhas ou dos cardigãs são tão enormes e nunca ficam ajustadas no braço?
-Por que uma malha na CeA custa a mesma coisa que uma malha da Zara?
-Por que em todo provador tem uma criancinha correndo e abrindo as cortinas?
-E por que a meleca das cortininhas nunca ficam certas e sobra aquela frestinha?

sexta-feira, 30 de março de 2012

pensamento da noite

Sou egoísta, impaciente e um pouco insegura. Cometo erros, sou um pouco fora do controle e às vezes difícil de lidar, mas se você não sabe lidar com o meu pior, então, com certeza, você não merece o meu melhor – Marilyn Monroe

MARTHA MEDEIROS

"Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida,
e dá-lhe usar nosso poder de sedução para encontrar 'the big one', aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na
mão jamais... Uma tarefa que dá para ocupar uma vida, não é mesmo?
Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica,
maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascinante.
Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Ultima Gota. Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora.
E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada? Você vai concordar comigo:
só sendo louca de pedra."

domingo, 25 de março de 2012

VERGONHA

Eu tenho vergonha:

Das muitas bobagens que eu já comprei

Dos pitis que já dei

Do tempo que passo na internet

De não ter feito o melhor que podia

Da minha mania de olhar um pedinte e cismar que ele está mentindo

Das (poucas!) vezes que ri quando alguém se esborrachou no chão

De sentir preguiça

De criticar

De não me empolgar com algumas causas relevantes

De quase todos os versos que já fiz

Das bobagens que eu pensava quando estava deprimida

Do carinho que não dei

Das vezes em que eu pensei "Bem feito!"

De comer mashmalow escondido
(CRISTINA FARON)

sábado, 24 de março de 2012

+ incompletudes.... senhorita ká

mais incompletudes.... ka
Todas as noites, antes de dormir, escovo os cabelos até os braços doerem, pra ver se a vida desliza mais fácil – assim como os fios, em desembaraço. Então, o silêncio abraça-me tal modo que não consigo desgarrar.

Dá para entender? Não, né? Deixa para lá, hoje o dia não está bom para entender das coisas.

exausta, exausta… mas, resistindo. Feito meus cabelos (ou, o que restou deles)

tudo bem por ai? me conta alguma coisa do seu dia?

DO BAÚ DO LÚ

Um rico advogado paulista, famoso na capital, gostava de caçar nas férias.

Estava fazendo tiro ao pato numa região de lagoas, em Patos de Minas. Um dos patos que ele alvejou caiu do outro lado de uma cerca de arame farpado. Sem ver vivalma por perto, pulou a cerca e, quando avançava pela propriedade, apareceu um velho dirigindo um tratorzinho, em sua direção.

- Moço, isso aqui é terra particular. Cê pode ir vortano.

- Mas é que eu atirei naquele pato, ele caiu aqui; só vim pegá-lo.

- Pó vortá. Caiu aqui, é meu.

- Olha, meu senhor, sou um influente advogado. Posso meter-lhe uns 15 processos, questionar o seu direito de propriedade, avocar o foro para São Paulo e o senhor vai à falência só de tanto que vai ter que viajar para lá. Vou acabar por lhe tomar esta fazenda. O senhor não me conhece. Não sabe do que sou capaz.

O velho assume um ar entre preocupado e amedrontado e argumenta:
- Peraí, sô. Pru quê que a gente não arresorve a questão usando a regrinha minera pra arresorvê pendenga?

- Como é isso?
- É assim: eu dou três chutes nocê. Depois ocê dá três chutes ni mim. Quem guentá mais caladim, quem gritá menos, ganha a pendenga.

O jovem advogado avalia aquele velhote franzino e, por curiosidade e pelo vício de ganhar disputas, resolve topar.
- Eu, qui sô mais véio, chuto premero.

O advogado concorda. O velho salta do trator e só aí o advogado vê as botinas duras de pneu que ele estava usando. Mas raciocina: 'Mesmo com essas botas, é um coroa franzino; eu agüento e depois acabo com ele no primeiro pontapé'.

O primeiro chute do velho é bem no saco do advogado, que se curva e se ajoelha gemendo. O segundo pega bem no nariz e o rábula se estatela no pasto lacrimejando e mordendo os lábios para não urrar de dor. O terceiro pegou nos rins e o advogado, mesmo se quisesse, não conseguiria gritar. Sequer consegue respirar, tamanha a dor.

Passam alguns segundos de agonia, no entanto, e ele começa a se recuperar. Põe-se de pé e ameaça:

- Agora pode ir rezando, vovô, que eu sou faixa marrom de karatê e vou desmontar o senhor só com um chute na testa.

- Num carece não. Eu disisto da pendenga. Reconheço que pirdi. Pó pegá seu pato.

quinta-feira, 22 de março de 2012

E DAÍ?

Amanhã é sexta. E daí? Depois de domingo é segunda. E dai?. Tudo continua acontecendo, escorrendo, derretendo e se consumindo sem a minha interferência, nada depende de mim. Nada.

Sorte da minha gata, que nasceu para miar.
andar caminho errado, pela simples alegria de ser

quarta-feira, 21 de março de 2012

FACEBOOK

Acabei de ler aqui pela "net" um pequeno artigo falando sobre "grosserias no Facebook". Não gosto de grosseria em lugar algum, por isso li com atenção o texto. E discordei de praticamente tudo. A escritora parecia pretender que nos sentíssemos culpados por exercer a liberdade e o arbítrio que só a internet nos dá. Olhe a prosaica lista de "grosserias" enumeradas:

1- Esquecer um dos milhares de aniversários da minha lista. Ai ai...
2- Compartilhar um link sem "curtir". Ora, se eu compartilhei é porque gostei. Está implícito! Mas para ser "gentil" a pessoa teeeeem que apertar o botãozinho de "curtir"?
3- Não agradecer uma mensagem em meu mural.
4- Não curtir um "link sensacional". Tá bom, mas e se eu não achar sensacional?
5- Não bater papo com todo mundo que queira bater papo comigo. (Era só o que faltava.)
6- Não aceitar solicitação de amizade de quem não seja "da minha panela". Agora me diga por que tenho que adicionar centenas de pessoas que não considero amigas ou que não desejo como amigas? Qual o problema se eu quiser ficar só com os amigos que já tenho de fato?
7- Excluir uma pessoa "sem justa causa". Por que não posso? Ha ha ha. Pois se isso é que é bom no Face! Agora se uma pessoa só fala m****, por quê eu tenho que carregar essa cruz?
8- Não querer ouvir "certas verdades" que queiram me dizer. Essa foi demais, ganhou todas. Dispensa comentários.

Será que só eu que penso assim?

(do blog da cristina)

sábado, 17 de março de 2012

ENTRE ASPAS

É fácil morrer. A toda hora, em todos os lugares, a morte está se oferecendo. Mais difícil é continuar vivendo. Eu continuo. Não sei se gosto, mas tenho uma curiosidade imensa pelo que vai me acontecer, pelas pessoas que vou conhecer, por tudo que vou dizer e fazer e ainda não sei o que será“.

. Caio Fernando Abreu in Limite Branco .

quinta-feira, 15 de março de 2012

ORAÇÃO

Quero um amor tranquilo feito tarde de ensolarada
Com passarinhos cantando em minha sacada
Que seja intenso, se sincero for
Só quero ver o sol nascer e se pôr
Caso não encontre amor, ainda há o mar
Que de forma alguma algo pode me dar
Mas que apenas ao olhar me traz amor
Beleza está nos olhos de quem vê
Também está nos de quem ama
Quero amar e ser amada
Por mim mesma ou por alguém
Pela vida ou coisa além
Quero a paz de um risada
Não há sossego em quase nada

(minha amiga luiza)

terça-feira, 13 de março de 2012

[Gabriel García Márquez]

"É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão. O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem saber ver." [Gabriel García Márquez]

sexta-feira, 9 de março de 2012

JANELA DE CIMA

De certo que a Itália é fascinante. De certo que eu estou vivendo experiências neste país que italiano nenhum nunca viveu, porque os olhos deles enxergam com pluraridade o que, pra mim, é singular! E tudo é singularmente lindo para quem viaja sozinho pela primeira vez com uma mochila nas costas (especialmente quando se escolhe a Itália como destino), carregada de sonhos. De certo que eu vivi aqui em pouco mais de uma semana o que algumas pessoas não vivem durante uma vida inteira e há quem se lamente e quem comemore por isso. De certo que felicidade não é algo que se encontre na Itália, na China, na esquina ou num pacote de figurinhas sortidas. A gente não precisa ler livro de auto-ajuda para saber que a felicidade mora dentro da gente, tem endereço fixo e cep permanente, não importando onde a gente esteja ou para onde vá. Mas o que eu descobri vindo para cá é que quando eu me movimento fica mais fácil descobrir em qual corredor ela anda se escondendo, acanhada e encolhida em algum canto escuro e úmido, onde eu mesma a coloquei, de castigo, porque, afinal, ser feliz é o maior dos insultos. Tenho uma centena de coisas para contar e umas 40 páginas rabiscadas no meu diário de viagem (sim, eu fui lá no diário contar!), que me distraio escrevendo entre um trecho e outro de trem… mas o que eu tenho feito de mais importante desde que cheguei aqui, além de comer massas de todos os tipos, croissant de chocolate, sorvete de nutella (ok, parei!), me perder por todas as vias (ruas) possíveis e fazer amizades preciosas, é escutar a voz do meu coração, ou intuição, se preferirem um termo menos piegas. Eu, que sempre me considerei extremamente intuitiva, depois de tantos anos aperfeiçoando a prática da auto-sabotagem, calei quase que completamente a voz mais doce e elucidativa que tenho, entre tantas vozes perturbadas. Então, se você quiser saber o que eu vim fazer aqui, além de desafiar o meu medo e a minha coragem (na mesma sentença), eu digo que vim para escutar a voz do meu coração que, diante dos desafios que encontro viajando por terras que desconheço, sozinha e com as limitações da comunicação, escutar o que o meu coração diz e obedecer a escolha que ele faz diante de um cruzamento, sem um mapa, numa rua no meio daBologna, por exemplo, é algo vital. Intuir e confiar no que intuo, de certo, tem sido o exercício mais fascinante que já pratiquei na vida. Não é o roteiro que improvisei poucas horas antes de sair do Brasil, não são os mapas das cidades por onde passo, nem a bússola do meu relógio que tem me orientado, é pura e simplesmente a minha intuição, desde o dia que eu decidi que viajaria, mesmo quando a racionalidade falava mais alto, me chamando de louca aos berros, como quase sempre faz… Mas, desta vez, ao invés de matar, foi ela quem morreu afogada. Sem choro nem vela. Roberta Simoni

quarta-feira, 7 de março de 2012

“Se não tomar tudo como ofensa pessoal, se não encarar tudo com tanta seriedade, você é capaz de descobrir que este não é o pior lugar do mundo para passar os melhores anos da sua vida” – (Philip Roth, em Indignação)

domingo, 4 de março de 2012

PREGUIÇA

Desde dezembro tenho estado horrivelmente lenta. Não só lenta, mas, desinteressada de tudo. Uma sensação de preguiça sem fim. Levanto com preguiça, passo o dia com preguiça, durmo com preguiça. Nenhum sintoma “físico”, só mental mesmo. Sem vontade, sem ânimo. Atribui às festas de fim de ano, ao calor ao início do ano letivo, à renovação de contratos de trabalho, ao carnaval. Já andava com vergonha da minha própria preguiça. Como explicar? Ká

sábado, 3 de março de 2012

PENSAMENTO DO DIA

Quando estiver em um beco sem saída... saia por onde entrou.
“Estou mortalmente cansada deste eu. Preciso de outro” – (Virginia Woolf, em Orlando)
Minha mente pode ser estranha, meus raciocínios podem ser tortuosos ou equivocados, só que isso não é motivo para ocultá-los.

EU GOSTARIA DE SER

Certa tarde, há muito tempo, muito tempo, Deus convocou uma reunião.
Estava presente um animal de cada espécie.
Depois de ouvir muitas queixas,
Deus fez uma pergunta simples: "O que voce gostaria de ser?"
Cada um respondeu sem reservas e de coração aberto:
A Girafa disse que gostaria de ser um Urso Panda.
O Elefante pediu para ser mosquito.
A águia, Serpente.
A lebre quis ser tartaruga e a tartaruga, andorinha
O leão desejou ser gato
O castor , capivara.
O cavalo, orquídea.
E a baleia pediu permissão para ser um melro.
Então chegou a vez do homem,
Que tinha acabado de percorrer o caminho da verdade.
Ele fez uma pausa
E exclamou: Senhor, eu queria ser... FELIZ.

vivi
.

  Descuidou-se por um instante e as bolas escaparam, correram desnorteadas pela rua. Ela tentou agarrá-las, mas era tarde. As bolas correram...