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quinta-feira, 25 de julho de 2013

ABSTRAÇÃO

. Não é falta de saudade, é desapego. Não é falta de amor, é a certeza do tempo esgotado. Não é falta de interesse, é uma profunda ocupação com a minha própria vida. Não é mágoa, é indiferença. Não é exagero, é escolha. Marla de Queiroz

domingo, 21 de julho de 2013

LIEV TOLSTÓI

-- Sentiu-se inteiro em si mesmo e não queria ser outra pessoa. Agora, só queria ser melhor do que fora antes (…) e, em consequência, não menosprezaria tanto o seu presente – Liev Tolstói, em Anna Kariênina.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

SINAL FECHADO

Composição: Paulinho da Viola Olá, como vai ? Eu vou indo e você, tudo bem ? Tudo bem eu vou indo correndo Pegar meu lugar no futuro, e você ? Tudo bem, eu vou indo em busca De um sono tranquilo, quem sabe ... Quanto tempo... pois é... Quanto tempo... Me perdoe a pressa É a alma dos nossos negócios Oh! Não tem de quê Eu também só ando a cem Quando é que você telefona ? Precisamos nos ver por aí Pra semana, prometo talvez nos vejamos Quem sabe ? Quanto tempo... pois é... (pois é... quanto tempo...) Tanta coisa que eu tinha a dizer Mas eu sumi na poeira das ruas Eu também tenho algo a dizer Mas me foge a lembrança Por favor, telefone, eu preciso Beber alguma coisa, rapidamente Pra semana O sinal ... Eu espero você Vai abrir... Por favor, não esqueça, Adeus...

Paulinho da Viola - Sinal Fechado (Acústico MTV)

quarta-feira, 17 de julho de 2013

IDIOTA FELIZ

E se você fosse a uma festa à fantasia fantasiado de você mesmo? Assim, do jeitinho que você é. Todos, claro, iriam repreendê-lo. Até o moço fantasiado de espiga de milho olharia feio para você. As pessoas sempre esperam algo de você, algo que satisfaça as expectativas delas. Em uma festa à fantasia, ir sem fantasia seria como contrariá-las, desobedecendo à ordem estabelecida – e as pessoas não gostam de quem é desobediente, foge à regra, fala o que pensa, vive de acordo com as próprias convicções. As pessoas preferem se fantasiar de outra coisa – até de espiga de milho! – e esperam que você faça o mesmo, omitindo opiniões polêmicas, evitando atitudes “inconvenientes”, escondendo-se sob máscaras sociais “para uma melhor convivência entre todos”. Bêbados, por exemplo, incomodam, porque bêbados costumam pensar em voz alta, o que provoca uma ruptura no sistema medroso de comportamentos “adequados”. Nelson Rodrigues escreveu que “o ser humano é o único que se falsifica e, ao mesmo tempo, falsifica o mundo”. É verdade. Falsificamos DVDs, bolsas de grife, relógios e até medicamentos. Mas não só. Falsificamos também mercadorias mais nobres, como os nossos sentimentos e pensamentos e ideias e preferências e gostos e vontades. Não é de hoje que agimos assim. A falsificação e a mentira sempre existiram. Hoje, porém, a coisa parece mais disseminada. Estamos mais expostos e somos mais patrulhados, e para não pagar de démodé, estraga-prazer, "por fora", obedecemos às exigências da moda sem questionar se cabemos nesse vestido. Daí, privados de sermos nós mesmos, nos entupimos de antidepressivos para interpretar esse outro personagem que inventamos para sobreviver neste mundo onde quem demonstra alguma autenticidade é mandado para o sanatório mais próximo. Somos cenográficos. Somos espigas de milho nessa patética festa à fantasia que é a vida.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

VENDENDO DEUS

Queria entender uma coisa: se deus é esse sujeito onisciente, onipresente, todo poderoso que falam por aí, capaz de atender às orações de toda gente, por que as pessoas precisam comprar ingresso para ter acesso a ele? Vendendo deus à patuleia, comercializando a fé por 1,99, Edir Macedo acumulou fortuna de US$ 1,1 bilhão. O cara é o 41o homem mais rico do Brasil – e nem mora no Brasil. Tem endereço no exterior. É dono de uma emissora de TV (a segunda maior do país) e, de acordo com o UOL, dono também de 49% de um banco do Rio Grande do Sul. A compra aconteceu há 4 anos, mas só agora a presidente Dilma liberou a negociação. Liberou? Isso significa que Dilma podia ter vetado a compra? Se podia, por que não vetou? Não vetou porque quer se reeleger em 2014 e está de olho gordo no voto dos evangélicos (42,3 milhões de brasileiros, segundo o IBGE). Não vetou porque virou refém da cambada evangélica do Congresso. Não vetou assim como não se pronunciou sobre o absurdo projeto evangélico de “cura gay” que felizmente acabou arquivado. Vendendo deus a preço de banana, pastores espertalhões cada vez mais aumentam o seu poder. E se já contam com a bênção até da presidente do país para fazer o que bem entendem (até comprar um banco), não quero estar aqui quando o Brasil virar um grande terreno baldio dedicado a Jesus, onde ninguém poderá falar palavrão, trepar, ouvir Marilyn Manson ou mascar chicletes. A primeira educação brasileira foi a educação dos jesuítas. E essa educação tinha como lema a obediência: “O máximo da educação consiste em fazer com que alguém lhe obedeça como um cadáver sem vontade própria, para maior glória de Deus”. Quase 500 anos depois, seguimos quase esse mesmo modelo de educação. Já escrevi aqui: onde não há escolas, há templos. Ou seja, enquanto o Brasil não fizer uma grande revolução na educação, os mercadores da fé vão seguir aumentando o seu rebanho de “obedientes” e o seu poder de comando. "Anjos e arcanjos não pousam neste Édem infernal". religião por Marcos Guinoza

sábado, 6 de julho de 2013

UMA MUTAÇÃO

Minha Realidade é feita de muitas coisas: um trabalho massacrante e desafiador. Meio que "Bombeiro" (...) vou apagando incendios, quase que reais. Ás vezes eu me sinto Feliz. Uma felicidade que vem do Silêncio...dos olhares e gestos cotidianos. Ás vezes percebo que estou no meio de minha felicidade: Um homem existiu em minha vida. Eu experimentava outro ser humano. Ele me experimentava.Uma curta história de amor, que se parece com tantas outras. Durou alguns anos. SÓ POSSO FALAR DA TRISTEZA E DA FALTA QUE ELE ME FAZ. Me sinto profundamente só... Penso que a minha alma não tema a menor chance de salvação... E eu me obrigo a rir aos prantos. Durou vários anos. Depois de viver com ele durante alguns anos, comecei a observa-lo.Ficava em silencio e, sentada, observava. Ele não existia apenas em relação a mim.Quanto mais ele se afastava, mais eu o entendia.Como se a distancia me desse maior lucidez. Meu medo diminuiu e a solidão mais fácil de suportar , quando eu via a insegurança dele. A adoração desapareceu. Notei seu cabelo grisalho;ele era muito mais velho, era sábio e estimulante: vaidoso e egoista. E descobri, com surpresa, que isso era amor. Com tristeza percebi que tudo logo terminaria... E quando terminou, tive a esperança de que ele não ficasse sozinho. Que uma nova mulher tomasse conta dele melhor do que eu. Algo tinha se esmagado dentro de mim. Estou passando por uma MUTAÇÃO. Vi o interior de uma pessoa, e estou cheia de ternura pelo que descobri. Durante um período pegamos nas mãos um do outro e permanecemos dolorosamente unidos. Quando a tempestade passar...seremos verdadeiramente amigos. texto de elza rocha .

terça-feira, 2 de julho de 2013

MODINHA DOS PROTESTOS

Quase fui pego pela “modinha” dos protestos. Quase fui para a rua pintado de verde-e-amarelo fingir que eu me importo. Mas escapei do vexame patriótico no último minuto devido a um mal-jeito terrível nas costas. Na verdade, eu não me importo, não me ufano, não estou nem aí para o Brasil. Sou alheio, alienado, apolítico, pobre de espírito, velho demais para caminhar quilômetros em passeatas. Meu voto é nulo. Ninguém me representa. Vivo na mediocridade, à margem dos grandes acontecimentos, sem conseguir me envolver com nada. Mas, se tivesse que escolher um lado, acho que escolheria os Vândalos, os Baderneiros, aqueles que têm muita raiva no coração. Sei lá, acho-os mais autênticos do que a menina fofa da cartolina. Não pense que me orgulho de ser assim. Não. Sinto tremendo vazio por ser incapaz de me apegar, de me engajar, de me apaixonar por uma causa qualquer. Juro, queria ter o mesmo sentimento de revolta de quem vai às ruas quebrar vidraças, derrubar muros. Acho bonito quem se encanta: por alguém, por um sonho, por uma bandeira. Eu, sem ideologia nenhuma, não busco utopias, mudanças, transformações, rupturas. Vivo à esmo, um dia de cada vez, como o “sujeito chato” da canção Ouro de Tolo, do Raul Seixas. Aquele “que não acha nada engraçado: macaco, praia, carro, jornal, tobogã”, olha-se no espelho e se sente um “grandissíssimo idiota”. Não é legal assumir isso. Mas como já assumi tantas fraquezas e decepções e desinteresses e babaquices, sigo afundado em minha letargia existencial sem me importar com o que os outros pensam de mim. A quem quer mudar o Brasil, força e sorte. A mim, que vim ao mundo sem entusiasmo, resta-me ficar sentado "no trono de um apartamento, com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar" Ih, acho que a depressão volta a me espreitar.. Marcos Guinoza

  Descuidou-se por um instante e as bolas escaparam, correram desnorteadas pela rua. Ela tentou agarrá-las, mas era tarde. As bolas correram...