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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Cabô mesmo?

Ai ai ai ai ai. Cabô mesmo? Cabô o carnaval? Quer dizer, os dias que a gente não faz nada no carnaval? Porque, né, não dá para me imaginar sambando, certo? certo! certíssimo. Vocês sabem que tenho um pouco de pânico de gente demais. Imagina, então, gente FELIZ demais. Ow my dear lord. Não aguento tanta felicidade assim não. Sabe como é. Como diria o Wander Wildner, “eu não consigo ser alegre o tempo inteiro”. Não, não consigo.(srta ká)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

BALELA

Estou achando que essa coisa de que "a esperança é a última que morre" é a maior balela do mundo. A esperança, na verdade, não dura muito. Ela é mais ou menos como a bateria do seu celular. O que dura miseravelmente é a saudade. Por isso é que tem gente que morre de saudade. Nunca vi ninguém morrer de esperança.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

mais incompletudes.... ka

Todas as noites, antes de dormir, escovo os cabelos até os braços doerem, pra ver se a vida desliza mais fácil – assim como os fios, em desembaraço. Então, o silêncio abraça-me tal modo que não consigo desgarrar.

Dá para entender? Não, né? Deixa para lá, hoje o dia não está bom para entender das coisas.

exausta, exausta… mas, resistindo. Feito meus cabelos (ou, o que restou deles)

tudo bem por ai? me conta alguma coisa do seu dia?

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Chico Buarque - Apesar de Você

OUTRO DIA!

Meus dias estão sendo corridos, repletos de serviço, problema e números. Minhas noites estão curtas demais para meu descanso.
Eu vivo, eu trabalho, eu surto, eu brigo, eu fiscalizo, e então, eu não tenho tempo para lembrar e chorar, ou ficar triste e lamuriar, ou qualquer uma dessas coisas que eu sempre faço quando penso na falta que me faz falta ... amor?

Estou envolvida em sentimentos loucos, sonhos antigos.
Amanhã ... outro dia!
“Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores
Que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo
Cores!”

(Esquadros, Adriana Calcanhoto)

sábado, 4 de fevereiro de 2012

SEM ALGEMAS

SEM ALGEMAS

QUEM PODE DEFINIR?

Gosto da loucura, a sanidade me fadiga. Gosto do grito, o silêncio me ensurdece. Gosto da tempestade, a chuva fina me encharca. Gosto dos vendavais, a brisa sempre me entristece. Gosto do imperfeito, a perfeição me engana. Gosto do inconstante, a rotina me deixa perdida. Gosto dos terremotos, a serenidade me destrói. Gosto do indomável, a mansidão me confunde. Gosto do feio, a beleza é tão fulgás... Gosto dos amores que arrasam,, esses são inesquecíveis! Gosto dessa loucura embriagante que é a vida. Bem vivida ou mal vivida. QUEM PODE DEFINIR?

FANTASIAS INGÊNUAS DE GENTE GRANDE

Curtir o frio-sem-sol na frente da lareira ou o frio- com-sol andando à toa pelas alamedas, pelos bosques, às margens dos lagos e regatos, dentro de um casaco de veludo preto, ou um suéter branco de listras vermelhas. Ah! Hoje eu quero pessoas de vestidos simples, de florzinhas, de bolinhas, de tranças, de franja, ou de cabelos de qualquer jeito. De sandálias, de tamancos, de túnicas ...pessoas-alma. Todas com jeito e rosto de criança. Fora com os penteados e maquiagens complicados!!! (Deixar apenas o batom e esmalte na cor salmon e colônias muito suaves, que lembrem os campos em flor). Hoje eu quero perdoar os chatos, os pobres de espírito, os criminosos, os convencidos... Abolir a pena de morte, não condenar ninguém. Não existe gente totalmente má. Transformar as penitenciárias em hospitais. Fundir as armas do mundo e transformá-las em hospitais, instrumentos cirúrgicos, câmeras fotográficas, máquinas de costura, agulhas de tricô, tachos pra fazer pamonhas (que eu adoro!), formas pra bolo de milho, pra cocada, doce de abóbora com coco, arroz-doce. E tanta coisa mais. Dividir terras pra que se plante trigo. Uva pro vinho, arroz pra fazer com camarão. Criar gado pro presunto e leite pra fazer queijo e comer com goiabada , frango pra fritar com cebola e comer quentinho. Ah, eu quero serenatas com violão e flauta! Trocar as fofocas por aulas de músicas. Muitos programas de televisão, por sessões de balé, alguns filmes intragáveis e novelas, por desenhos animados: Tom e Jerry, Pernalonga, Turma da Mônica...todo o bando Disney... Curtir a noite ao som de Burt Bacharah ou Enya, meditando ...ou lá fora sob as estrelas...ao som de grilos, cachorros e galos distantes... Andar sem destino na madrugada e dizer bom dia ao lixeiro, ao jornaleiro...Que importa o tempo ou as horas nessas horas? Substituir a cama da manhã por sessões de ver o sol nascer e a correria da tarde por sessões de ver o sol morrer. Transformar cassinos em escolas de toda arte: pintura, fotografia, escultura, literatura, artesanato, música, dança, teatro... Navios de guerras em hotéis e parques de diversões...circos e pipoqueiros, vendedores de amendoins, de balões, de flores, algodão-doce, cocadinha, sorvete e todos os outros vendedores de felicidade, mesmo que ela seja passageira... Me integrar com Mônica, Cebolinha, Pequeno Príncipe, Zezé do Zé Mauro de Vasconcelos, Pateta, Calvin, Garfield, Snoopy ...e todo o "bando" que for verdadeiramente autêntico ... Substituir os comerciai por músicas infinitas: Gal, Caetano, Luiz Vieira, Fagner, Oswaldo Montenegro, Marisa Monte, Zélia Ducan, Vinícius, Chico, Caetano, The Plathers, Bee Gees, Carpentes, ABBA, Toquinho, Djavan, Bethania, Elis, Beatles, Simon and Garfunkel, Capital, Zé Ramalho ...tanta gente mais. Toda casa deve ter as Valsas de Strauss,ou "coisas" de Bethoven, Mozart, Tchaikovski, Lizt, Bach, Handel...e todo o "bando"... Hoje eu quero festivais de folclore, exposições de quadros, lançamentos de livros...Gente lendo Machado de Assis, Monteiro Lobato, Guimarães Rosa, Richard Bach, Eric Fromm, Victor Hugo, Exupéry, Tonho, Cora, Odete, Cecília, Cris, Francisco, Vania, Nanda,Rose, Vera, Plínio, Diógenes, Aldo, João, Nelim, Moacir, João, Diógenes, Vanderli, Bete, Silvana, Maria, Rosy, Lisiê, Conchita, Gracias, Maria Thereza, Flora, Vinícius, Jailson, Carlos, James, Will, Odete, Delasnieve, José ...tanta gente mais. Muito mais! Eu sei que é utópico. Semi-impossível. Eu nunca fiquei totalmente na terra. Meu mundo é flutuante. Minha vida é alimentada pelos meus sonhos ...Contudo, se nada disso puder acontecer, troco tudo de bom grado, pela delícia que foi poder prosear todas essas ilusões à toa, com gente com quem tenho plena sintonia, porque perduram sem interferências nem cobranças e permitem que até fantasias de gente grande possam virar as mais intensas ternuras.

fabrício carpinejar

Cometa bobagens. Não pense demais porque o pensamento já mudou assim que se pensou. O que acontece normalmente, encaixado, sem arestas, não é lembrado. Ninguém lembra do que foi normal. Lembramos do porre, do fora, do desaforo, dos enganos, das cenas patéticas em que nos declaramos em público. Cometa bobagens. Dispute uma corrida com o silêncio. Não há anjo a salvar os ouvidos, não há semideus a cerrar a boca para que o seu futuro do passado não seja ressentimento. Demita o guarda-chuva, desafie a timidez, converse mais do que o permitido, coma melancia e vá tomar banho no rio. Mexa as chaves no bolso para despertar uma porta. Cometa bobagens. Não compre manual para criar os filhos, para prender o gozo, para despistar os fantasmas. Não existe manual que ensine a cometer bobagens. Não seja séria; a seriedade é duvidosa; seja alegre; a alegria é interrogativa. Quem ri não devolve o ar que respira. Não atravesse o corpo na faixa de segurança. Grite para o vizinho que você não suporta mais não ser incomodada. Use roupas com alguma lembrança. Use a memória das roupas mais do que as próprias roupas. Desista da agenda, dos papéis amarelos, de qualquer informação que não seja um bilhete de trem. Procure falar o que não vem à cabeça, cantarolar uma música ainda sem letra. Deixe varrerem seus pés, case sem namorar, namore sem casar. Seja imprudente porque, quando se anda em linha reta, não há histórias para contar. Leve uma árvore para passear. Chore nos filmes babacas, durma nos filmes sérios. Não espere as segundas intenções para chegar às primeiras. Não diga "eu sei, eu sei", quando ainda nem ouviu direito. Almoce sozinha para sentir saudades do que não foi servido em sua vida. Ligue sem motivo para o amigo, leia o livro sem procurar coerência, ame sem pedir contrato, esqueça de ser o que os outros esperam para ser os outros em você. Transforme o sapato em um barco, ponha-o na água com a sua foto dentro. Não arrume a casa na segunda-feira. Não sofra com o fim do domingo. Alterne a respiração com um beijo. Volte tarde. Dispense o casaco para se gripar. Solte palavrão para valorizar depois cada palavra de afeto. Complique o que é muito simples. Conte uma piada sem rir antes. Não chore para chantagear. Cometa bobagens. Ninguém se lembra do que foi normal. Que suas lembranças não sejam o que ficou por dizer. É preferível a coragem da mentira à covardia da verdade. (Fabrício Carpinejar)

KARMA

Eu sou uma boa pessoa. Faço trabalhos voluntários, não desperdiço água, pago minhas contas em dia. Tá, eu sei, eu não faço nada disso. Especialmente a última parte. Mas eu sou uma boa amiga. Sou generosa. Dou bons presentes. Sempre me preocupei mais com os sentimentos dos outros do que com os meus próprios - salvo raríssimas exceções que me enchem culpa até hoje. Então a pergunta que não me sai da cabeça é: "Cadê-a-porra-do-karma?" Ele existe? Por que não dá as caras pra mim, nunca? Tá bom, nunca é um exagero. Mas, sério. Não sou invejosa. Quero que todo mundo seja feliz (ok, todo mundo menos uma lista de doze pessoas que merecem o sofrimento eterno). Mas agora eu vou dizer uma coisa que vai soar como um argumento de uma criança de cinco anos fazendo bico: E eu? Sério. E eu? Há tempos que eu fico feliz pelos outros. Quando é que eu vou poder ficar feliz por mim? Posso não ser a melhor amiga ou a melhor filha do mundo. Posso não dar esmola aos desabrigados. Posso, inclusive, chegar a ofendê-los um pouco quando eles passam de pedintes a insistentes. Posso, acidentalmente, chutar crianças no shopping. Posso ser horrível às vezes, especialmente pela manhã, antes de tomar café. Mas eu sou uma boa pessoa. E já estou ficando de saco cheio de nunca ser recompensada.

SOU MINHA AMIGA

Ele não sabe mais nada sobre mim.Não sabe que o aperto no meu peito diminuiu, que meu cabelo cresceu, que os meus olhos estão menos melancólicos, mas que tenho estado quieta, calada, concentrada numa vida prática e sem aquela necessidade toda de ser amada. Ele não sabe quantos livros puder ler em algumas semanas.Não sabe quais são meus novos assuntos nem os filmes favoritos.Ele não sabe que a cada dia eu penso menos nele, mas que conservo alguma curiosidade em saber se o seu coração está mais tranqüilo, se seu cabelo mudou, se o seu olhar continua inquieto.Ele nem imagina quanta coisa pude planejar durante esses dias todos e como me isolei pra tentar organizar todos os meus projetos.Ele não sabe quantos amigos desapareceram desde que me desvencilhei da minha vida social intensa.Que tenho sentido mais sono e ainda assim, dormido pouco.Que tenho escrito mais no meu caderno de sonhos.Que aqui faz tanto frio, ele não sabe por mim.Ele não sabe que eu nunca mais me atentei pra saudade. Que simplesmente deixei de pensar em tudo que me parecia instável. Que aprendi a não sobrecarregar meu coração, este órgão tão nobre.Ele não sabe que eu entendi que se eu resolver a minha dor, ainda assim, poderei criar através da dor alheia sem precisar sofrer junto pra conceber um poema de cura.Hoje foi um dia em que percebi quanta coisa em mim mudou e ele não sabe sobre nada disso. Ele não sabe que tenho estado tão só sem a devastadora sensação de me sentir sozinha. Ele não sabe que desde que não compartilhamos mais nada sobre nós, eu tive que me tornar minha melhor companhia: ele nem imagina que foi ele quem me ensinou esta alegria. - Marla de Queiroz

FINJA

. Me mande flores, me leve pra jantar. Finja que gosta de mim mesmo que, no final das contas, só queira me levar pro motel. Finja que é meu, ainda que só por uma noite. Eu gosto desse conto de fadas imaginário que toda mulher cria na cabeça pra colorir a vida um pouco. Eu gosto de ouvir elogios exagerados. De receber mensagens bobas no celular. De receber e-mails no final da tarde e flores no meio do trabalho. Eu gosto de criar fantasias impossíveis. Se eu te chamar pra viajar comigo, não significa que você precisa ir. Minta que vai só pra não estragar a história. O que eu quero mesmo não é nenhuma viagem. (…) Te peço: finja de bom moço. Mande mensagem. Mande flores. Mande no rumo da minha vida. Me pegue no colo. Dance comigo no supermercado. Coloque o meu CD favorito quando eu entrar no seu carro. Me chame de princesa. Me chame de linda. Me chame pra fazer parte da sua vida. Apareça de surpresa. Entre na minha vida sem eu perceber. Minta que eu sou a única mulher que você deseja. Minta que você mataria um dia de trabalho pra ficar à toa comigo em casa. Minta mesmo que eu não acredite em nada disso. E, se você resolver tornar tudo isso realidade, apenas seja. Eu não preciso saber que é verdade.(de Brena Braz)

SALTO A SECO

Me pari. Face a face. Face a faca. Olhei no espelho e não tinha a idade do meu rosto. Tinha nos olhos mil anos luz e mil rugas em cruz. Nos cantos da boca - o medo do salto. E aquela angustia solta pelo corpo. Angustia de boneca quebrada. Há momentos na vida em que, partidos ao meio, não dá para adiar, tem que ser pra já. Saltei! E fui juntando os restos de mim mesma como a florista que tenta reunir num ramo as rosas amarelas inacessíveis. Renasci iluminada. Sem muletas. Um a um, fui furando os balões coloridos dos meus sonhos ruins. E as bolas murchas na mão eram como pedaços de pele arrancados à minha fantasia. A realidade não doi, Elzinha! Ela é vida, movimento, dialética, A realidade é o meu momento, o teu momento, ali interno, seco e só. A realidade é como o pão: bom senso! Eu me seguro, tu te seguras, ele me segura, nós nos seguramos, vós nos segurais, eles não se seguram. Vou recuperando o universo da minha solidão. Enriquecida depois do salto. E eu. Vou ganhando de mim. Me desafiei e quase me reencontrei inteirinha pacificada.

  Descuidou-se por um instante e as bolas escaparam, correram desnorteadas pela rua. Ela tentou agarrá-las, mas era tarde. As bolas correram...