"Apesar do medo, escolho a ousadia. Ao confronto das algemas, prefiro a dura liberdade. Voo com o meu par de asas tortas, sem o tédio da comprovação. Opto pela loucura, com um grão de realidade" Lya Luft
quarta-feira, 20 de julho de 2011
APENAS UM CAFUNÉ
Você não mora com seus pais, nem com parentes, amigos ou filhos, também não mora com seu(a) namorado(a). Não gosta de dar satisfações da sua vida, adora não ter hora pra voltar. Sente uma alegria enorme em encontrar suas coisas do jeito que as deixou antes de sair, ainda que a sua casa esteja uma zona. Às vezes sente falta de chegar em casa e ter alguém que pergunte como foi o seu dia, sente uma pontada de inveja quando vem aquele cheirinho de comida caseira da casa ao lado, mas rapidamente supera aquele aroma quando pensa que não precisa fazer comida se não quiser, que não tem obrigação de limpar a casa hoje, nem amanhã, nem depois. E que a louça suja pode esperar a manhã seguinte… Você bebe água da geladeira no gargalo e chega a sentir um prazer secreto ao pensar em como sua mãe reclamaria se presenciasse essa cena. Você escuta música, liga a televisão e mexe no computador, tudo ao mesmo tempo, sem que ninguém reclame. Começa a desenvolver o hábito estranho de falar sozinho, com as paredes ou com as suas coisas e acha graça da sua sandice, até que… … Você fica doente !!! E agora? Não tem ninguém para ir até a farmácia comprar um remédio para você, ninguém para tirar a sua temperatura, nem para fazer um suco de laranja e te obrigar a tomar, alegando que você precisa de Vitamina C. Você gostaria de ter coragem de bater à porta da casa vizinha e perguntar se pode se sentar à mesa com eles. Odeia com todas as forças o cheiro de feijão fresquinho que vem de lá. Chega a fantasiar sua mãe na sua cozinha preparando a sua comidinha favorita e te dizendo que você não pode ficar sem comer, filhinho(a)! Deseja veementemente encontrar aquela cartelinha de novalgina que está perdida no meio da bagunça que é a sua vida. Se sente a criatura mais carente do mundo. Não sabe se espirra ou se chora, acaba fazendo os dois, e fica com o nariz completamente entupido. Começa a entender, finalmente, que está só. Você mora sozinho, queridinho(a)! Não tem ninguém para se comover com a sua fraqueza, para se preocupar com as suas tosses excessivas, para te mandar procurar um médico ou para te carregar à força para o hospital. Calma! Você só está gripado(a)… mas, eu sei, você tem a impressão de que vai cair em depressão profunda a qualquer momento. Mas aí, você reage. Se arrasta até o banheiro como um “sobrevivente gripal” e toma banho encostado na parede do box, porque não têm forças para ficar de pé. Se sente melhor, mas não ao ponto de conseguir pentear os cabelos. E falando em cabelos, você se olha no espelho e vê que os seus estão todos embaraçados e que você está com uma aparência horrível de… doente. Mas tudo o que você queria agora nem era estar bonito(a), tampouco te preocupam suas olheiras, pois só o que você precisa é de alguém que esteja pouco se importando com a sua aparência, desde que não se importe em lhe fazer um cafuné.
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