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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

MÁRIO QUINTANA

Todos os jardins deviam ser fechados, com altos muros de um cinza muito pálido, onde uma fonte pudesse cantar sozinha entre o vermelho dos cravos. O que mata um jardim não é mesmo alguma ausência nem o abandono... O que mata um jardim é esse olhar vazio de quem por eles passa indiferente. Mário Quintana

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

“Porque, como diz o ditado, guarda-te do homem que não fala e do cão que não ladra” Fiódor Dostoiévski, em O Duplo.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

IDIOTA FELIZ

No Programa do Jô, o psicólogo João Oliveira contou que, hoje em dia, está cada vez mais difícil perceber expressões de medo e tristeza nas pessoas. Demonstrar esses sentimentos, avalia o psicólogo, é encarado como sinal de fraqueza. Por isso são camuflados. João Oliveira é autor do livro Saiba Quem Está à Sua Frente – Análise Comportamental pelas Expressões Faciais e Corporais (Editora Wak, 2011). O psicólogo corrobora algo que os mais atentos à zoologia humana já devem ter notado. Eu, em todo lugar que vou, só encontro pessoas determinadas e felizes; capazes e sorridentes; realizadas e de bem com a vida. Pelo menos é assim que se mostram. Se são de fato, não sei. Mas é tanta autoafirmação que desconfio haver um bocadinho de falsidade no comportamento proativo desse numeroso exército de Smileys Faces. Sei que a vida, com suas “pegadinhas” de mau-gosto, exige que sejamos corajosos para enfrentá-la. Respirar sem perder o fôlego não é para principiantes. Sei também que simular felicidade valoriza o nosso marketing pessoal. Felizes, vendemo-nos mais fácil. Por esses motivos, estufamos o peito e bradamos não ter medo de nada e nunca estar triste. Mas será verdade? Escreve Eduardo Giannetti: “Mentimos para nós o tempo todo: adiantamos o despertador para não perder a hora, acreditamos nas juras da pessoa amada, só levamos realmente a sério os argumentos que sustentam nossas crenças. Além disso, temos a nosso próprio respeito uma opinião que quase nunca coincide com a extensão de nossos defeitos e qualidades. Sem o autoengano, a vida seria excessivamente dolorosa e desprovida de encanto.” (Autoengano, 1997, Cia. das Letras). E aí, você tem medo de quê? Você está triste por quê?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

IDIOTA FELIZ

Ligo o computador, acesso a internet, abro a home do UOL, corro os olhos pelas notícias do dia e percebo que não estou interessado em ler nada do que está publicado ali. Ligo a TV, zapeio pelos 958 canais à minha disposição, paro por dois segundos em um e outro, e percebo que não estou interessada em assistir nada que está sendo veiculado ali. Entro no Facebook, vou descendo a barra de rolagem, tentando encontrar algo interessante nas postagens publicadas e... nada! S. me telefona, começa a falar e falar e falar e falar e falar e falar sobre ele, sua vidinha de ovo frito, suas frustrações e eu o ouço sem interesse algum. Vou à festa, converso com umas pessoas, converso com outras, e percebo que o papo dessas pessoas não me interessam. Ai, ai, melhor ouvir Beatles. Tem dias que só Beatles me salva.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

“A terra pertence ao dono, mas a paisagem pertence a quem a sabe olhar” Miguel Sousa Tavares, em No teu deserto. SENHORITA KA

NO MEIO DO CAMINHO....

No meio do caminho tinha um gato “A terra pertence ao dono, mas a paisagem pertence a quem a sabe olhar” Miguel Sousa Tavares, em No teu deserto. . Passei o dia inteiro na Fiesp, num evento que exigia salto alto e cara de pessoa séria. Às 19h, quando deixei o prédio, estava convicta de que iria imediatamente pra casa – dar alforria aos meus dedinhos. Mas, quando olhei o trânsito, só deu tempo de pensar: no way. Fui pra Cultura – a livraria – que ainda é meu lugar preferido na cidade. Lotada. Tinha lá um desses padres pop-star autografando seu mais recente livro. Jantei ali mesmo, no Viena, tomei café, chequei os lançamentos editoriais e na seção de música me apossei dos fones de ouvido e ensaiei, com dor nos pés, dancinhas disfarçadas para lugares públicos. 21h10 sai do Conjunto Nacional. Mas, meus pés doíam tanto que não tive forças para continuar andando em direção ao metrô. Sentei nos degraus que separam o prédio da calçada. Tirei os sapatos – quem sabe não aliviava? E fiquei ali, por uns breves minutos, pés no chão e saltos ao lado quando veio em minha direção um gato. Nunca tinha visto um gato na Paulista – se vi, não percebi. Ele parou, me olhou, e, sem dar qualquer satisfação deitou dentro de um dos meus sapatos. Era gordo o gato. Tombou e sem dar importância – pra mim ou para o calçado – ficou. Pouco tempo depois, a dona do gato que falava na cabine telefônica chamou o bichano – que, nem aí, partiu. Sem sequer me dirigir um olharzinho de adeus. Mas, quer saber? Gostei tanto desse gato! Foi a melhor parte do dia. Sei que gosto – e sei – brincar sozinha. Mas é sempre divertido estar acompanhada. Inclusive de um gato acamado em meu sapato. (Criança que sou, acho que agora quero um!!!) So cute… E dezembro chegou me presenteando com essa cena inusitada. Que venham outras! Porque este mês quero mesmo é ter olhos sabidos para enxergar “paisagens”. Me diz… Em dezembro, você quer o quê? Beijo, beijo – um especial, muito especial, pra amada Morgana – minha amiga mogzinha que fez aniversário. Love you dear. Muitos olhos repletos de paisagens pra você. Você merece (e pertence a) todas elas. Eu te enxergo. SENHORITA KA

  Descuidou-se por um instante e as bolas escaparam, correram desnorteadas pela rua. Ela tentou agarrá-las, mas era tarde. As bolas correram...