Não, meu bem. Eu não sou uma donzela em apuros. Não preciso de resgate. Ainda que pareça, muitas vezes, um gato assustado com seu pequeno novelo embaraçado, fim do universo. Não. Não se engane. Não tenho raiva do mundo, ou da vida, ou da sorte. Luto com planos mirabolantes-alternativos, entre sorrisos, palavras, e, pequenas sacanagens. Só uma menina. Crescida. Vou ninando minhas poucas ilusões – necessárias para arte, aquela de viver o bom combate. Entre o sujo e o sacro. Entre o céu e o inferno. Saltitante em minha desajustada amarelinha. Porque tudo, entre as linhas que se escreve, é um grande jogo de hipóteses. Há quem goste. Quem jogue. Onde estão seus dados? Salte. Mesmo vestido de blefe. E quem não blefa? O tempo inteiro, esqueça. Não sou um gatinho assustado, perdido em lugar nenhum do mundo. Guarde os infláveis, porque voo com o vento. Céu e inferno. Sem resgate. Lamento. Não sou uma menina bonita. Não quero ser uma menina bonita. Às vezes, acendo o cigarro – entre outras santas e tantas frágeis maldades. Sem perigo. À vontade. Não… não sou uma menina bonita… Vês? Quase sete. E não é que o dia – de novo – amanhece? Acorda!
"Apesar do medo, escolho a ousadia. Ao confronto das algemas, prefiro a dura liberdade. Voo com o meu par de asas tortas, sem o tédio da comprovação. Opto pela loucura, com um grão de realidade" Lya Luft
segunda-feira, 3 de agosto de 2015
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