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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Depressão irônica de marcos guinoza

Sempre gostei da Rita Lee por ela saber rir de si mesma (e dos outros), lidar com as tragédias da vida com ironia, sem posar de coitada. Ouça Tô Um Lixo, do disco Reza. Rita vive “pelos cantos feito bicho”, mas o tom da canção não é de lamento. É de escracho. Lembrei da Rita Lee porque o UOL Tecnologia reuniu páginas do Facebook que fazem piada com a depressão, chamando tal iniciativa de “a onda da depressão irônica”. Alguns sofredores mais ranzinzas podem não achar a menor graça de se ver em situações que ridicularizam o seu sofrimento. Mas, cá entre nós, uns mais outros menos, todos somos ridículos - não só as cartas de amor. Ridículos quando reclamamos repetidamente da vida e quando a celebramos batendo palmas para o sol. Ridículos quando nos debulhamos em lágrimas por um amor perdido e quando damos pulinhos de alegria por tê-lo reencontrado. Acredite: somos ridículos! Eu, na verdade, tenho um pouco de medo de pessoas que se levam a sério demais, que acham que o seu sofrimento dói mais que o sofrimento alheio, que usam as suas tristezas para mendigar atenção. Pessoas assim são capazes de matar por (falta de) amor. Prefiro (e tento) encarar as minhas dores como faz Rita Lee: debochando delas, expondo-as ao ridículo. É modo eficaz de torná-las menos pesadas, menos trombudas e, principalmente, menos chatas. Se até eu, muitas vezes, me canso do meu próprio sofrimento, imagina quem está ao meu lado! Estar triste, ok. Chatear os outros porque está triste, jamais!

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