"Apesar do medo, escolho a ousadia. Ao confronto das algemas, prefiro a dura liberdade. Voo com o meu par de asas tortas, sem o tédio da comprovação. Opto pela loucura, com um grão de realidade" Lya Luft
quarta-feira, 27 de março de 2013
SARAMAGO
Ainda que pareça impossível, é este silêncio cheio de palavras não ditas que salva o que se julgava perdido. (…) Tanto na morte como na vida tudo é questão de ângulo” – José Saramago, em O homem duplicado
FREDERICO GARCIA LORCA
Muitas vezes me perdi pelo mar,
como me perco no coração de alguns meninos
Da fuga, Federico García Lorca
OUTONO
Acho o outono uma época linda... Um tempo para nos recolhermos, nos recompormos, renovarmos nossas energias e trocarmos nossas próprias folhas... Se o verão foi um momento cheio de alegria e colorido, o outono veio repleto de reflexão e delicadeza... Uma época que nos mostra a sensibilidade da natureza e conseqüentemente nossa própria sensibilidade também...
Cada momento de nossa vida tem sua importância de alguma maneira... Então que tal resolvermos tirar o melhor do que a vida nos ensina e a natureza nos proporciona??? Que tal darmos aquela caminhada e sentirmos o vento nas árvores e no rosto??? Ou que tal ver um bom filme na companhia de um balde cheinho e quentinho de pipoca??? Ou, o melhor de tudo, pegar um livro bem gostoso e romântico e deixar-se levar por sua história e personagens??? O importante é ser feliz minha gente!!! Uma linda e abençoada quarta-feira a todos!!!
terça-feira, 26 de março de 2013
SEM ALGEMAS: CIDADE VAZIA
SEM ALGEMAS: CIDADE VAZIA: Deixei poucas pessoas conhecerem a mulher que me habita. Essa de verdade, cheia de imperfeições e desordens íntimas, mas que carrega mais te...
CIDADE VAZIA
Deixei poucas pessoas conhecerem a mulher que me habita. Essa de verdade, cheia de imperfeições e desordens íntimas, mas que carrega mais ternura do que se pode imaginar. Eu e meus olhos atrevidos, minha fome de amor, e essa fragilidade engraçada de quem quer ser a protagonista de um sonho bom.
Não que eu quisesse um compromisso com a eternidade, mas poucos souberam do meu corpo, das minhas marcas, das manhãs de preguiça e do rosto sem maquiagem. É que preciso acreditar para me mostrar. Porque se mostro meus medos, minhas incoerências e fraquezas, e só o que consigo é uma rasteira, fico tão desabitada.
Sou uma cidade vazia.
Acho que é por isso que por muito, muito pouco, fecho a porta e volto para a minha vida.
AGORA PEDEM PARA EU ME COMPORTAR
*O Tarzan corria pelado...
*Cinderela chegava em casa meia noite...
*Aladim era ladrão...
* Batman dirigia a 320 km/h ...
* Pinocchio mentia...
* Bela Adormecida era uma pervertida...
* Salsicha (Scooby-Do) tinha voz de maconheiro, via fantasma e
conversava com o cachorro...
* Zé Colméia e Catatau eram cleptomaníacos e roubavam cestas de pic-nic...
* Branca de Neve morava na boa com 7 homens (pequenos)...
* Olívia Palito tinha bulimia;
* Popeye fumava um matinho suspeito!!!
* Pac Man corria em uma sala escura com musica eletrônica comendo
pílulas que o deixam ligadão;
* Super Homem locão, colocava cueca por cima da calça;
* A Margarida namorava o Pato Donald e saía com o Gastão;
Olha os exemplos que eu tive! Tarde demais!
Agora pedem pra eu me comportar?!?!?!
sexta-feira, 22 de março de 2013
homem feminino
Homem feminino
de Marcos Guinoza
Em 1983, Pepeu Gomes já cantava: “Ser um homem feminino/ não fere o meu lado masculino/ se Deus é menina e menino/ sou masculino e feminino”. Hoje, 30 anos depois, existem evidências científicas de que “cada indivíduo pode ter diferentes porções masculina e feminina”, como explica Melissa Hines, professora de psicologia da Universidade de Cambridge em reportagem da BBC. “Há uma variedade de gêneros – e há muitas dimensões de gênero em uma só pessoa.”
É assim que se sente o escritor Richard O’Brian (foto), autor do musical The Rocky Horror Show. Na mesma reportagem, ele diz ser 70% homem e 30% mulher. Em 2011, Michael Stipe, o vocalista do REM, também usou uma escala percentual para definir sua sexualidade e afirmou ser 80% gay. (Leia aqui).
O’Brien toma hormônio feminino (estrogênio) há mais de uma década para suavizar o seu lado masculino. “Acho que me tornei uma pessoa mais agradável de certa maneira, um pouco mais suave.”
É claro que não foi fácil para O’Brian assumir sua vontade de ser mais feminino. “Eu tinha seis anos e disse ao meu irmão mais velho que queria ser a princesa encantada quando crescesse. A expressão de desprezo na cara dele me fez ver que eu nunca mais deveria dizer isso em voz alta.” O’Brian demorou quase 50 anos para se libertar da vergonha e do medo de ser quem ele é. Hoje, acredita: “Somos um ser contínuo entre homem e mulher. Há pessoas que são homens até o pescoço ou mulheres até o pescoço, mas a maioria de nós é algo entre os dois.”
Na década de 1990 houve a explosão da figura da drag queen. Agora, o momento é outro. Menos caricatural. Chegou a vez dos transgêneros, pessoas que sentem que nasceram no “corpo errado” e querem mudar de sexo. O’Brian, o cartunista Laerte e a modelo Lea T fazem parte dessa turma que surge para amplificar o grito por liberdade preso na garganta de tantas pessoas que não se enquadram nos padrões impostos pela sociedade.
Como diz O’Brian: “Não se pode simplesmente ignorar as coisas e fingir que elas não existem.” É isso aí. Se existe é legítimo. E que cada um descubra e assuma suas diferentes porções masculina e feminina.
quarta-feira, 20 de março de 2013
A felicidade não é algo ligado ao ter, mas ao fazer. Ela não é um humor ou um estado de ânimo, por mais exaltados e duradouros que sejam, mas o resultado de uma vida bem conduzida, ou seja, das escolhas e valores que definem o nosso percurso.
A felicidade, em suma, jamais será um estado final que se possa adquirir e dele tomar posse de uma vez por todas. Ela é uma atividade – algo que se cultiva e constrói, algo que, por alguns momentos, se conquista e se desfruta, que é fonte de contentamento, mas que está sempre a exigir de nós empenho e amor, sempre recomeçando outra vez.
É impossível conceber a felicidade humana sem algum sentido de realização. Acreditar no contrário equivale a negar a nossa humanidade. É o suprassumo da alienação.
Trecho do livro Felicidade, de Eduardo Giannetti.
terça-feira, 19 de março de 2013
Felicidade por Marcos Guinoza
Não existe felicidade. Existem FELICIDADES. No plural.
Não é porque um necessita de deus para se sentir feliz que o outro também necessita. O outro pode viver muito bem sem deus.
Não é porque um necessita de multidões para se sentir feliz que o outro também necessita. O outro pode viver muito bem isolado no seu canto.
Cada um é feliz do seu jeito.
A felicidade do poeta não é igual à felicidade do banqueiro. O poeta é feliz escrevendo poemas; o banqueiro, lucrando.
O problema é que estamos cada vez mais uniformes em nossa busca por felicidade, como se a felicidade de um valesse para todos. Não, não vale.
Cada um de nós é único e tem os seus próprios anseios. E cabe a cada um de nós assumir os próprios anseios e, dessa maneira, construir a própria felicidade.
Todo o resto é comercial de televisão.
SEM IMPORTÂNCIA
Um dia a gente acaba descobrindo que se dava importância demais. Quando esse dia chega fica claro que levar-se muito a sério é muito engraçado. Aí, depois de rirmos de nós mesmos, pinta uma certa auto piedade, uma pena carinhosa dos tolinhos que nós fomos.
Tudo tem um lado positivo.
Nosso erro de percepção é o que nos levava a acreditar que podíamos alterar o mundo, fazer cabeças, mudar o rumo da história. Era a época em que discursos ufanistas faziam todo o sentido na nossa cabeça.
Antes estávamos ocupados demais pilotando nossa própria juventude, mas um dia a gente pára pra pensar. E pensar é que muda as coisas. Nada há mais ilusório do que confundir atividade mental com inatividade.
Não tenho ainda certeza de que a maturidade nos faz pensar e enxergar ou se na verdade não éramos desimportantes: ficamos desimportantes depois. Será que vamos perdendo importância com o passar dos anos? Será que antes podíamos, agora é que não podemos? O poder se vai, levando consigo nossa beleza? Me tira o tubo!
"Há meros devaneios tolos a me torturar."
"Há tantas borboletas velhas sem um colibri!"
A glória da desimportância é saber que quem não tem o poder de salvar o mundo também não tem o de lascar com tudo. Não posso salva-lo, em compensação não posso destrui-lo. Não sei com você, mas para mim isso parece libertador; funciona como uma espécie de consolo porque por mais grave que pareçam os meu erros, não tenho estatura nem estrutura para parir uma catástrofe.
Acho que sou apenas uma coisa que vai ficando mais livre a medida que diminui.
(CRÉDITOS: cristina faraon
domingo, 10 de março de 2013
EU SEI....
Tocava Skank na rádio, às sete e treze da manhã. Eu ergui o volume e desatei a cantar – atrasada – para mais um dia de trabalho. Suspirei. Em algum momento daquela rotina, senti você fazendo coro à minha música desafinada. Sorri mansa, e aumentei ainda mais o volume, despreocupada com a vida diferente de tudo que eu imaginava, percebe? Eu sei que você sabe, porque você sempre sabe tudo e, durante todo esse ano, você veio nas melhores horas. Nas que eu precisava de você e nas que eu só sentia saudade morna... Obrigada por isso.. Então preciso que você venha cantar comigo todas as manhãs, só para eu ter certeza que você segura firme as minhas expectativas e que, se elas caírem, o impacto não vai ser tão grande e os destroços e feridos serão mínimos. Que ninguém se machuque demais, sobretudo eu mesma... Diz que as coisas ficarão em paz, que os dias transcorrerão bem e que não é errado ter expectativas demais? É. Eu sei.
MELHOR NÃO MEXER
de Marcos Guinoza
Limpei o teclado do meu computador e, agora, as letras V F R e o número 4 não funcionam mais. Fiquei puto. A porra do teclado da Apple, como tudo da Apple, custa uma pequena fortuna. Devia ter deixado sujo mesmo. Dane-se! Pelo menos funcionava.
É foda quando resolvemos tomar atitudes para consertar e/ou melhorar as coisas e as coisas simplesmente pioram. Fui limpar – ploft – pifou. Outro dia, decidi mudar um móvel de lugar e um dos pés do tal móvel se quebrou. Puta que o pariu! Por que fui mexer nisso, porra!
Se arrependimento matasse, eu já teria morrido centenas de vezes por botar a mão onde não devia. Há situações em que é melhor deixar as coisas como estão. Não mexer. Não se intrometer. Um tempo atrás, JK viu a braguilha da calça de uma mulher aberta. Por gentileza, avisou discretamente a mulher. Em vez de agradecer, a desgraçada bronqueou com ele. Tipo: por que você está me espiando?! JK mandou a mulher à merda. Fez bem.
Problemas surgem aqui e ali sem que a gente possa fazer absolutamente nada para evitá-los. Nesses casos, o único jeito é buscar soluções possíveis. Mas quando sou eu que faço a cagada, inventando problemas para mim mesmo, fico um bom tempo ajoelhado no milho, de castigo, até me conformar.
De um minuto para o outro, entre uma esfregada de leve e outra no teclado, fiquei uns 300 reais mais pobre. Oh, vida...
segunda-feira, 4 de março de 2013
ESSE DIA PODE SER AMANHÃ
Eu ia ser mais feliz se tivesse um botão no meu corpo que funcionasse como “Gostar”, “Não gostar”, sabe? Se eu fosse de fluído, ferro e graxa acho que as coisas dariam menos errado do que sendo de carne, osso e sentimento. Em tese, claro.
Pouco a pouco a gente aprende a lidar com o que somos ao invés do que com o que gostaríamos de ser.
A fase não é boa e ainda me peguei pensando nas histórias que vivi até hoje.
Em cada uma delas eu vi um lado diferente de mim. Vi também como as pessoas são diferentes diante das mesmas situações e como isso é interessante! Afinal, é bom saber que nem todas as pessoas sentem o mesmo tipo de ciúmes, que nem todas traem e por aí vai. Tem gente também que não vê graça em iniciais nas nuvens, já eu…
A verdade é que hoje eu não estou sabendo muito bem o que fazer com uma situação que eu vivia com mais frequência quando era mais jovem, criança mesmo, lá na escola. Foram inúmeras vezes que eu sonhei com uma história perfeita e a pessoa nem ficava sabendo desse sonho, outras milhares – as ocasiões mais difíceis -, quando eu conseguia romper a barreira da minha timidez, revelava tudo o que eu sentia, mas no fim, eu gostava por nós dois.
Voltei pra essa fase.
Hoje me vejo gostando por dois. Tanto, mas tanto, que chega a doer. É tão difícil ter que guardar pra si todo um sentimento bom quando a gente quer dividir com alguém, com alguém especial.
Nessa fase lembrei de outras dificuldades que já passei com esse negócio de gostar de alguém.
Sem saber muito bem o por quê, comecei a gostar muito de alguém que eu nunca tinha visto na vida. Sei lá, foi aos poucos, a gente conversava pra caramba, eu fazia as coisas rapidinho em casa pra gente poder ter o “nosso tempo” na internet. Meus amigos reclamavam que eu demorava pra responder mas não faziam ideia do quanto eu estava gostando do motivo pra essa demora.
Lembro que construímos algo que só nós dois acreditávamos. A gente se bastava. Ter como falar pela internet ou pelo celular já era o bastante, já que a realidade era a que morávamos a quilômetros de distância um do outro. Que situação complicada.
Dias novos trazem novos sabores dos velhos sentimentos.
Ali eu descobri que existe a saudade pelo que eu nem tinha. Que coisa louca! Me fazia falta quando não dava pra gente se falar; me enfurecia quando a conexão da internet caía ou quando eu ficava sem dinheiro pra colocar crédito no celular pra gente poder conversar outras horas durante o dia.
Já não bastasse tantas, tem também a dificuldade de controlar a vontade e a saudade por algo que nem temos.
Mas pra mim, no meu mundo, era tudo muito real, eu conseguia sentir tudo! Todas as minhas risadas eram reais, as minha preocupações também. Comecei a enlouquecer! Via pela cidade pessoas com o rosto parecido, via nas vitrines presentes que eu gostaria de comprar. Eu via um mundo onde eu não podia viver!
Ter que aceitar que faz parte é pior que aceitar o fim.
Porque o fim a gente sabe: uma hora ou outra, cedo ou tarde, vai chegar. Que seja daqui a 10 meses ou 100 anos. Agora, colocar na cabeça que as dificuldades que impedem as coisas de darem certo “fazem parte da vida” é algo que machuca e a gente se questiona se essa vida é realmente justa.
Ainda nessa mesma história, o fim chegou. Da mesma forma que “começou”, terminou, assim, inesperadamente. Só que eu levei mais tempo para superar. Sou dessas pessoas que não brinca com o que sente e mergulho de cabeça em coisas que nem tenho certeza.
Aí eu demorei pra deixar partir, demorei pra aceitar que não dava mais, que estava começando a fazer mal pra gente.
Só me convenço de que acabou quando eu coloco o ponto final. O meu ponto final particular, tendo em vista que falo das minhas histórias. E isso leva tempo, até acontecer eu fico pensando em alternativas pra dar certo, possibilidades, planejando fantasias. Eu sou assim, não tem jeito.
Como eu gostaria de não ter que viver de novo essa página da minha vida, essa busca enlouquecedora pela valiosa e simples reciprocidade. Inclusive isso me faz lembrar de uma outra história que vivi onde tudo corria muito bem. A gente já estava junto a um tempo, planejávamos coisas, mas a pessoa que estava comigo tinha medo, o mais puro medo de tentar a felicidade.
Só descobrimos atalhos quando mudamos o caminho.
É estranho pensar que tem gente que tem medo de mudanças, que aliás, vê essas mudanças como algo ruim ao invés de pensar em algo que pode ser melhor, que pode fazer tudo dar certo mais rápido. Isso nunca entrou na minha cabeça e eu me esforcei pra acreditar que aquela história não ia me fazer bem sem questionar se era um motivo genuíno ou não. Eu só desisti pra não ter que sofrer por algo que eu considero saudável. Não consigo viver uma história, que pode ser maravilhosa, com alguém que tem medo de tentar. Essa é a vida se provando surpreendente sempre.
Só que hoje…
Hoje é tão difícil viver essa minha fase. Eu sou uma enchente! Estou transbordando sentimento, o melhor deles, por alguém que não sente o mesmo.
É inevitável, me pergunto: Por quê eu fui gostar justo dessa pessoa? Tem tanta gente querendo ganhar tudo que eu tenho pra dar, mas não, lá vou eu e gosto de quem só sabe que eu existo.
O nosso maior problemas somos nós mesmos, logo, a nossa maior solução somos nós mesmos.
Eu gostaria que tudo isso tivesse sido diferente, gostaria que o que estou vivendo fosse diferente, gostaria de ter fotografias pra recordar, gostaria de entregar os presentes que pensei em comprar, gostaria que as datas comemorativas também fizessem sentido pra mim, gostaria de um monte de coisa boa. Mas tudo bem.
É um “tudo bem” de respeito e não de omissão.
Talvez não hoje, mas eu sei bem que um dia desses que estão pra nascer eu vou acordar achando que vai ser só mais um dia qualquer e aí vou chegar em casa a noite, e antes de dormir, vou deitar e pensar: valeu vida!
Na fraqueza posso não acreditar mais em mim, mas sempre acredito na última coisa que morre nessa vida.(
( Um Travesseiro Para DoiS)
-VOCÊ QUE DISCORDA
-Você, que discorda de mim: ainda assim estamos no mesmo planeta. Estamos no mesmo país, talvez na mesma cidade. Minhas razões são tão sensatas! As suas também. Meu raciocínio é tão claro! O seu também. Meus impulsos são tão espontâneos, minha visão nítida, meu fio de raciocínio segue reto - e com você idem! Então como nos desencontramos? Por quê não nos coincidimos? Por que o que é natural não acontece naturalmente? Por que antes de tudo precisa haver um consenso que jamais haverá?
Você está sozinho no planeta. Eu também. Estamos todos unidos em nossas solidões. Então porque a verdade nos separa? Logo ela, que deveria jogar um em direção ao outro!
Não tenho nada mais a te falar. Queríamos que fôssemos amigos, que concordássemos e discordássemos das mesmas coisas. Não te cedo a minha verdade nem você me cede a sua, então está resolvido. Adeus a você, que continuará ao meu lado mas com o coração gradeado. Droga!
Todos nos agarramos às nossas verdades mesmo sabendo que não sabemos nada sobre isso. Mesmo assim seguramos esses farrapos feito loucos. Pobrezinhos de nós! Tudo o que temos é a verdade que tecemos ao longo da vida, fio por fio, desmoronamento por desmoronamento. Tudo muito sofrido. Não dá pra abrir mão, é o que nos sobrou da vida. Precisamos dessas coisas.
Precisamos também uns dos outros. E como precisamos! Estenderíamos nossos braços ao próximo num esforço supremo de afago. Bem que queríamos abraçar por abraçar, deixar-nos tocar, esbarrar, sentir a humanidade atrás dos olhos inquisitivos. Queríamos. Estenderíamos as mãos...desde que não fosse contra as nossas verdades. Desde que não fosse contra nós mesmos, contra o que nos aquieta.
Você, que quer meu tempo, meus bens, meu sangue e quem sabe minhas verdades: a você não tenho muito a dizer. A essas alturas da vida pouco nos sobra. Vão-se as ilusões. Às vezes vão-se os sonhos também, vencidos pela vida real. Às vezes vai-se tudo. Estendo as mãos vazias disso tudo para você, mas não toque nas verdades do meu coração. Por elas morrerei como se morre por um filho.
CREDITOS cristina F.
domingo, 3 de março de 2013
PREGUIÇA DE SOFRER
Ando com tanta preguiça de sofrer,
acho que minhas dores se cansaram de mim.
Tenho estado diferente... sem aptidão para repetições.
Com alguns machucados atravessados no peito, sentia medo de não reconhecer mais a inocência, mas hoje percebo que eles podem até ter feito faltar sorrisos, mas nunca motivos.
Então cansei de doer.
Agora vivo diante desse tobogã de possibilidades que é a vida. Afinal, foi na desistência que comecei a crescer...
E, por tudo que doeu, agradeço, trago comigo infinito acervo afetivo.
À noite, antes de dormir, diante do espelho, falo :
- Ei... preciso saber se você ainda está aí...
Fecho os olhos, e percebo que estou.
Então,
acho que dou conta de mim.
(Solange Maia)
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