"Apesar do medo, escolho a ousadia. Ao confronto das algemas, prefiro a dura liberdade. Voo com o meu par de asas tortas, sem o tédio da comprovação. Opto pela loucura, com um grão de realidade" Lya Luft
sexta-feira, 22 de março de 2013
homem feminino
Homem feminino
de Marcos Guinoza
Em 1983, Pepeu Gomes já cantava: “Ser um homem feminino/ não fere o meu lado masculino/ se Deus é menina e menino/ sou masculino e feminino”. Hoje, 30 anos depois, existem evidências científicas de que “cada indivíduo pode ter diferentes porções masculina e feminina”, como explica Melissa Hines, professora de psicologia da Universidade de Cambridge em reportagem da BBC. “Há uma variedade de gêneros – e há muitas dimensões de gênero em uma só pessoa.”
É assim que se sente o escritor Richard O’Brian (foto), autor do musical The Rocky Horror Show. Na mesma reportagem, ele diz ser 70% homem e 30% mulher. Em 2011, Michael Stipe, o vocalista do REM, também usou uma escala percentual para definir sua sexualidade e afirmou ser 80% gay. (Leia aqui).
O’Brien toma hormônio feminino (estrogênio) há mais de uma década para suavizar o seu lado masculino. “Acho que me tornei uma pessoa mais agradável de certa maneira, um pouco mais suave.”
É claro que não foi fácil para O’Brian assumir sua vontade de ser mais feminino. “Eu tinha seis anos e disse ao meu irmão mais velho que queria ser a princesa encantada quando crescesse. A expressão de desprezo na cara dele me fez ver que eu nunca mais deveria dizer isso em voz alta.” O’Brian demorou quase 50 anos para se libertar da vergonha e do medo de ser quem ele é. Hoje, acredita: “Somos um ser contínuo entre homem e mulher. Há pessoas que são homens até o pescoço ou mulheres até o pescoço, mas a maioria de nós é algo entre os dois.”
Na década de 1990 houve a explosão da figura da drag queen. Agora, o momento é outro. Menos caricatural. Chegou a vez dos transgêneros, pessoas que sentem que nasceram no “corpo errado” e querem mudar de sexo. O’Brian, o cartunista Laerte e a modelo Lea T fazem parte dessa turma que surge para amplificar o grito por liberdade preso na garganta de tantas pessoas que não se enquadram nos padrões impostos pela sociedade.
Como diz O’Brian: “Não se pode simplesmente ignorar as coisas e fingir que elas não existem.” É isso aí. Se existe é legítimo. E que cada um descubra e assuma suas diferentes porções masculina e feminina.
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