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terça-feira, 19 de março de 2013

SEM IMPORTÂNCIA

Um dia a gente acaba descobrindo que se dava importância demais. Quando esse dia chega fica claro que levar-se muito a sério é muito engraçado. Aí, depois de rirmos de nós mesmos, pinta uma certa auto piedade, uma pena carinhosa dos tolinhos que nós fomos. Tudo tem um lado positivo. Nosso erro de percepção é o que nos levava a acreditar que podíamos alterar o mundo, fazer cabeças, mudar o rumo da história. Era a época em que discursos ufanistas faziam todo o sentido na nossa cabeça. Antes estávamos ocupados demais pilotando nossa própria juventude, mas um dia a gente pára pra pensar. E pensar é que muda as coisas. Nada há mais ilusório do que confundir atividade mental com inatividade. Não tenho ainda certeza de que a maturidade nos faz pensar e enxergar ou se na verdade não éramos desimportantes: ficamos desimportantes depois. Será que vamos perdendo importância com o passar dos anos? Será que antes podíamos, agora é que não podemos? O poder se vai, levando consigo nossa beleza? Me tira o tubo! "Há meros devaneios tolos a me torturar." "Há tantas borboletas velhas sem um colibri!" A glória da desimportância é saber que quem não tem o poder de salvar o mundo também não tem o de lascar com tudo. Não posso salva-lo, em compensação não posso destrui-lo. Não sei com você, mas para mim isso parece libertador; funciona como uma espécie de consolo porque por mais grave que pareçam os meu erros, não tenho estatura nem estrutura para parir uma catástrofe. Acho que sou apenas uma coisa que vai ficando mais livre a medida que diminui. (CRÉDITOS: cristina faraon

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