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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

INVENTANDO RAZÕES PARA EXISTIR

Sou frágil bola de sabão flutuando à toa pelo mundo. Sei que vou estourar em algum momento: me decompor, desmanchar no ar, virar porra nenhuma. Pode ser hoje, semana que vem ou daqui a cinquenta anos. Pode ser agora: ploft! É essa certeza de finitude que faz eu continuar suportando a trivialidade da vida. Que boa notícia: um dia, enfim, eu acabo. Ufa! Saio dessa barulheira para o silêncio absoluto. Mas enquanto esse dia não chega, preciso seguir inventando novas razões para existir a cada dia, a cada despertar. Viver nada mais é que preencher o nosso tempo inventando coisas para fazer. Qualquer coisa: fritar um ovo, pintar as unhas, escalar o Everest. É o Tempo – esse déspota filho da puta – que nos governa com mão de ferro. A ele devemos obediência, saciando as suas vontades extravagantes para não sermos castigados com o Tédio. Ontem, fui para a cozinha e fiz um bolo de sorvete. Hoje, ainda não consegui inventar nenhuma razão nova para existir. Como a maioria dos meus dias, hoje vou ter que me contentar com as sobras de ontem.(marcos guinozaem)

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