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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

PAIXONITE

de Bruna Bianconi Parece até que voltei no tempo, sou a menininha estranha de catorze anos que tem medo de se aproximar dos meninos que gosta e eu descobri isso rabiscando seu nome junto ao meu na última folha do caderno que é pra ninguém ver. O seu nome eu sei por que eu te procurei no facebook e mesmo não te adicionando quando eu digito a letra A você é a primeira opção que aparece, mas não te conhecer não me impede de suspirar toda vez que a gente se encontra e você sorri pra mim. Quando menos me dou conto estou lá sem tirar os olhos dos seus e sorrindo. É tão sincero, tão juvenil e puro que eu descarto a possibilidade de puxar assunto com medo de estragar esse encanto, de acabar com essa paixão que eu gosto tanto. Mas eu não acharia ruim se a gente se cruzasse mais do só pelos corredores da vida. Juro. Ai ai, nada melhor do que uma paixonite aguda!

Um comentário:

  1. Bom fim de tarde tesouro!!!


    O que eu bebi por você não tinha motivo nenhum. Era mais pra molhar a garganta e deixei descer as coisas pra dentro, sentir arder a garganta e dar um longo bocejo esperando o mundo desaparecer. E quando uma coisa só não funcionava, eu misturava tudo num copo só pra ver se dava jeito. Mas não tinha jeito e o efeito só me fazia cair de um lado pro outro como se eu fosse algum equilibrista numa corda bamba – o que me fazia lembrar que era exatamente assim que eu me sentia com você. Eu só bebi por você pra ver se eu conseguia enxergar duas de você com a minha visão turva – com sorte a outra me quereria se você não me quisesse de vez. O que eu bebi também era pra acordar do lado de alguém que não fosse você. Mesmo que eu não me lembrasse de quantos táxis eu precisei pra chegar até ali e mesmo que o gato dela lambesse a minha cara pra acordar num sábado ensolarado qualquer. Eu bebi pra ver se o mundo rodopiava na minha frente e me deixava de frente pra alguma versão de você que me quisesse. O que eu bebi por você não tinha cerveja nenhuma. Eu tinha cevada de que seria uma tremenda duma burrada, mas eu subi naquela mesa e dancei com todo mundo como se as portas do bar me separassem das lembranças. Eu bebi por você pra ver se as coisas coloridas dariam jeito no meu humor cinza. Pra revirar o estômago e ver se matava as borboletas envenenadas. Pra botar pra fora tudo o que nem adiantava eu dizer pra você – porque isso não ia mudar qualquer tipo de sentimento que você tivesse, ou a falta deles. Os três copos quebrados, o dinheiro perdido, os nomes dos garçons trocados e alguns bons olhos roxos que consegui dos amigos feitos em vinte minutos me serviram pra esquecer por um tempo o que eu bebi por você. Algum som ligado e o barulho bem alto pra tapar meus ouvidos e me fazer ouvir qualquer coisa diferente que não ritmasse com a agonia que eu tava naqueles dias. Alguma taça molhada ou batom borrando a camisa, alguma bunda durinha que não parecia a sua, algum perfume doce demais que se misturava com a mistura e me rendia umas náuseas bacanas que em nada lembravam você. Uma mão ocupada, um par de calças no chão, os sentidos bombardeados, deitados no meu colchão. E fim. O que eu bebi por você tinha uma dose de brinde e brigas. E a minha impulsividade era sua pulsação, alcoolicamente ciente de que eu não a sentiria mesmo que fosse essa a intenção. E nenhuma das duas de você me queria, mesmo que eu tivesse certeza que as duas sorriam pra minha visão embaçada. Na fotografia. E eu do lado. Como dois de mim olhando pra você. Rejeitados. E daí eu apaguei. Como todo fim de semana eu apago. Sem afago, sem me lembrar de muita coisa. Com o telefone jogado no sofá. E o histórico não me deixa mentir: por mais que eu tentasse esquecer, tudo, tudo, tudo, tudo o que eu bebi só me fez lembrar de você. E eu bêbado de novo...

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